segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Caverna


Entrei nela porque vi ali um lugar de refúgio. Eu estava no meu limite. Cansado mesmo. Encostei-me na sua borda e ageitei meu corpo para descansar e melhor me adaptar ao lugar. Soltei a respiração que era bastante ofegante naquele momento.

Deixei que meu corpo se acostumasse com o ambiente. Pareceu-me seguro. Uma leve brisa adentrava aquele espaço e refrigerava minha vida. O calor lá fora era abrasador.

Eu tinha sede e tinha fome. Mas, naquele momento o que mais queria mesmo era descansar um pouco e me esconder.

O medo dominava minha vida. A tristeza de não ser compreendido. De amar as pessoas erradas e apostar minhas fichas em quem não deu valor. As lembranças me torturavam.
Não queria lembrar. No entanto, isso não era possível. Como um filme, as imagens passavam diante de mim. Ilusão, tristeza e decepção. Tudo que acreditava estava acabado para mim.

O choro, incontido, dominava minha mente e as lágrimas, incontroláveis, rolaram de meus olhos.

Quero morrer! Foi meu grito naquele momento.

Um silêncio. As batidas do meu coração era a única coisa que podia ouvir.
De forma nenhuma! Uma voz ecoou dentro de mim. Você não pode desistir agora. Muitas pessoas acreditam em você e algumas têm em você a esperança de dias melhores. Continue sua caminhada. Saia dessa caverna.

Texto: Odair

sábado, 13 de fevereiro de 2010

SONIA


“Não se contente em trilhar um caminho estabelecido. Ao contrário vá para onde não há caminho algum e deixe seu rastro”. Johnnie Walker

Minha querida irmã. Quisera eu ter o dom das palavras para poder expressar todo sentimento de admiração e carinho que sinto por ti. Mas, sou limitado e, por mais que tentasse, nunca conseguiria passar para o papel esse sublime sentimento. Contudo, quero tecer algumas considerações que sinto ser fundamental nesse dia tão especial para você e todos que te amam.

Em primeiro lugar quero parabenizá-la pelo seu aniversário e desejar muitos anos de vida. Voc é daquelas pessoas que vem ao mundo com a missão de transformar as pessoas e dar-lhes esperança quando tudo parece perdido. Então, por isso e pelo amor que Deus tem por você, tenho certeza que você terá muitos anos de felicidades.

Em segundo lugar quero salientar que não foi facil encontrar uma frase que dissesse algo a seu respeito. Poderia escrever-lhe uma poesia (até pensei nisso), mas no momento o que me veio foi um texto. Na verdade gostaria de expressar nesse texto o quanto eu admiro você. A sua luta, as dificuldades por onde passou e, creio, ainda passa. Mas você é um espelho que reflete em nós a coragem de continuar.

A frase acima reflete bem o significado de sua passagem neste mundo e o que você representa para mim. Minha admiração vem desde pequeno. Fomos separados (pelo destino, se ele existe mesmo) e cada um teve que trilhar caminhos diferentes e áridos por sinal. Mas você nunca deixou-se abater pelas circunstâncias da vida. Com garra e coragem enfrentou cada desafio e sempre com um sorriso nos lábios.

Os esforços para constituir uma família e a preservar ultrapassa fronteiras e influência pessoas que vivem em outros lugares. Talvez nem você saiba dessa importância, mas ela existe e é forte. Sua capacidade de ajudar as pessoas e não medir esforços para que cada um possa conseguir aquilo que quer é fundamental para compreendermos o quanto você é importante. Quando todos poderiam apostar que seríamos fracassados, eis você para mostrar o contrário. Uma pessoa fabulosa e encantadora.

Em terceiro lugar quero afirmar que minha admiração por você vai além do que posso expressar. Todo apoio que você oferece a nossa irmã Lucinha e agora ao meu pai é impossível de retribuirmos em vida, mas tenho certeza que seu galardão é enorme no céu.

Por fim, deixo um conselho (afinal, sou o primogênito, rsrs) que você possa continuar seguindo o caminho que escolheste. Sendo essa pessoa amável e atenciosa que te transforma em uma figura insubstituível neste planeta. Como afirma a frase acima “Não se contente em trilhar um caminho estabelecido. Ao contrário, vá para onde não há caminho algum e deixe seu rastro”. É o que fez quando saiu aqui de Cáceres e o que deve continuar fazendo. Tenha certeza que já tens rastro construído por você.

No mais, saiba que te amo muito e desejo-te toda felicidade que merece!

Texto: Odair

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

ILÍADA


Um amigo do WAF escreveu um poema sobre a Ilíada que compartilho com meus leitores. Achei fantástica. Com autorização do mesmo transcrevo-a na íntegra.

ILÍADA
Oh meu amor, donde estás que não vejo?
Em que mundo, em que astro alcova o beijo,
- Por qual eu grito?
Desde a luz da lua até o candor d’aurora,
De meus áureos tempos e após o agora,
- Ainda sinto!

Qual viajante de paradeiro incerto,
Marujo ao mar e também no deserto,
- Viajei por ti!
Castigante sol por sobre o areal,
E no branco inverno co’aurora boreal,
- Sucumbi!

Lembrança. Única sombra que permanece,
Nos átrios do peito, que não te esquece,
- Delirante!
Morada sóbria que ao alvor arqueja,
Florete amargo no pulsar dardeja,
- O amante!

Não quero o solo da terra ingrata,
Nem mesmo os campos da formosa Esparta,
- Onde te amei!
Não quero os sóis do calor maldito,
Ruínas dos templos do antigo Egito,
- Donde aportei!

Folhas ao vento do bonsai cipreste,
Indochina e o grande Everest,
- No Oriente!
Flâmula do sol em um reino antigo,
Cidade proibida e o rei menino,
- Imponente!

Nem a Catedral, no badalar do sino,
Nem os cantos chorosos do beduíno,
- Me comovem!
Ruínas esparsas, cidades antigas,
Calor infernal nas dunas rijas,
- Que movem!

Como você, num trilhar calado,
Viaja nas brumas e no medo alado,
- Foges de mim!
Nem mesmo a selva e a infinita Savana,
No charco úmido e na atroz caravana,
- S’escondem assim!

Não mais suporto. Sucumbi como ele em Canaã.
Às portas do Céu, no sufocante afã,
- Foi-me a vida!
E o aroma, o toque na grinalda pura,
O beijo último da boca que procura,
- Minha Ilíada!

Poema: Betofelix

Link www.worldartfriends.com/modules/publisher/article.php?storyid=21731

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Cáceres e a Chuva


Outra vez vemos o caos estabelecido na nossa princesinha do Rio Paraguai. Depois de Doze horas seguidas de chuva vemos o prejuizo de diversas pessoas. Ruas alagadas, córregos transbordando e a cidade em polvorosa. Os críticos de plantão culpando essa ou aquela autoridade. Uma tragédia anunciada e consequência de uma cidade construída à séculos.
Dessa vez, para mim, foi diferente. Na chuva de 2006 perdi quase todos os meus móveis com as enchentes. Na dehoje dormi ouvindo o barulho da chuva e acordei tarde ouvindo o mesmo barulho. O fato é que agora moro em uma casa alta. Cada um de nós temos que tomar nossas atitudes. Se formos esperar pelas autoridades estamos na roça.

Texto: Odair