terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O Estrangulamento do Cotidiano



Estou revoltado com os acontecimentos. Revoltado com a forma de ser e agir de alguns indivíduos da nossa sociedade moderna. Ícones da falácia moderna e da hipocrisia que se instala nos meios de sobrevivência da humanidade. Pessoas que se acham os donos da verdade e que se instituem como os novos profetas do futuro estabelecido.

As pessoas já não se olham com a confiança que necessitamos para nos sentirmos seguros em meio às avalanches de mentiras e traições que se aprofunda em nossos âmagos interiores.

Revoltado de lutar com quem não quer nada da vida. Preferem permanecer nas profundezas da ignorância a dar espaço para que a luz do conhecimento possa os orientar. Preferem viver dos vícios e malefícios das atividades medíocres a que estão acostumados. Pergunto-me o porquê e as respostas vem em forma de novas indagações. É o mesmo que lutar contra a natureza morta de uma samambaia.

Este espaço é justamente para expor a minha fúria a esse império da ignorância que, a cada dia conquista mais espaço. Como uma epidemia vai se alastrando, dia-a-dia, em direção à conquista total. As pessoas, como insetos indefesos, cedem às mandíbulas tenebrosas desse monstro inescrupuloso.

Minha revolta a essa situação catastrófica se baseia na autocontemplação do mundo a minha volta. Estou revoltado com tudo isso. Não sei por quanto tempo vou resistir a esse ataque. A única coisa que sei é que esse monstro não irá me atingir. De forma nenhuma. Nem que seja o último, pretendo resistir.

Texto: Odair

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Coisas do Amor



Passo devagar pela rua na esperança de encontra-la outra vez. Olhos tristes e semblante preocupado. Mas não foi isso que chamou minha atenção para ela à primeira vez que a vi. Aquele vestido rosa bem curto, mal cobria a bunda daquela menina e o decote deixava os vastos seios à mostra. Exatamente isso me chamou a atenção. Há dias eu não me relacionava com mulher nenhuma. Estava bastante interessado em saber se rolava alguma coisa com ela. Quem sabe? Mas, passei muito rápido por ela e quando percebi a possibilidade de rolar alguma coisa já estava longe. Parei o carro e dei meia volta.

Lá está ela. Meu coração acelera. Isso acontece todas as vezes que vou abordar alguma garota. Sinto um calafrio na espinha, mas prossigo. Ela caminha devagar pela calçada. Quase paro o carro, abaixo o vidro e pergunto se ela quer uma carona. Ela me olha, mas continua andando. Continuo a acompanha-la e pergunto outra vez. Ela então para e me pergunta se eu sei para onde ela está indo. É nesse instante que reparo em seus olhos. Parece estar cansada da vida. São olhos lindos, mas estão tristes. Respondo que se ela me disser eu posso dar-lhe uma carona. Com qual intenção? Ela me pergunta. Com a melhor possível. Respondo e ela sorri.

Ela entra no carro. Para onde vamos? Eu pergunto enquanto olho para seu belo corpo. Sua sensualidade é exposta nas belas pernas que o vestido não consegue cobrir. Seus cabelos são ruivos, pintados decerto, e encaracolados. Sua face carrega uma maquiagem superficial, mas capaz de esconder alguma imperfeição. Me leve para qualquer lugar. Ela diz e me olha com um olhar profundo. Fico excitado, mas me contenho. Essa resposta me deixa confuso. Odeio quando as mulheres fazem isso. Para onde a levo? Vamos para um lugar onde possamos ficar só nos dois. Diz ela me salvando.

Quando avisto a placa do motel ela me olha e com um leve sorriso comenta: E você estava com as melhores intenções, não? Fico desconcertado, mas não altero minha decisão. Chegando lá se ela não quiser nada a gente pode conversar. Penso comigo. Mas ela quer. É uma amante profissional e muito sensual. Faz amor como se há muito tempo esperasse por aquele momento. Eu a amo. Seu cheiro, seus gemidos me cativa. Seduz-me a ponto de esquecer que sou comprometido. Que tenho alguém a me esperar em casa e que deve estar preocupada há essa hora. Mas me perco em meio seus cabelos e seu corpo escultural. Como uma musa divina ela passeia pelo meu peito e suas mãos deslizam no meu coração. Estou perdido.

Acordo em seus braços. Ela ainda dorme. Corpo descoberto. Suas nádegas são como duas maças roliças e cheirosas. Uma visão do paraíso. Perco-me em meus pensamentos e angústias. Quem é ela? O que faço agora? O que falo em casa? Minha cabeça gira, mas não tenho arrependimento. Pelo menos nessa noite fui feliz.

Texto: Odair

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Vida



A vida é uma coisa incrível,
Espetacular, para ser mais preciso.
É uma arte moldada pelo maior artista
É um sonho. O mais lindo já sonhado.
Nascemos, crescemos e depois morremos.
Ai o jogo termina.
Para aqueles que acreditam em uma vida posterior,
Possivelmente há uma continuidade.
No entanto, mesmo que haja outra vida,
Ela não é a mesma que temos aqui
Temos uma única oportunidade de viver
Abrimos os olhos e ai tem uma jornada a ser seguida
Uma flor que desabrocha na primavera
E nos mostra um caminho lindo a seguir.
Cada olhar que cruzamos durante o dia
Nos mostra o quanto somos importantes
O quanto à vida é bela.
Vá aos epitáfios e considere essa oportunidade
A saudade estampa cada túmulo de vidas que se foram.
Passamos o dia sem notar uma folha que cai das árvores.
Esquecemo-nos de observar o pôr-do-sol
E não ouvimos o cantar dos pássaros.
Então a vida passa
E quando percebemos, ela se foi.
Os olhos tristes a olhar pela janela
Lembrar que a vida passou em brancas nuvens
E nunca mais voltará.
O que nos espera do outro lado do portal?
Essa vida que tivemos aqui já se foi.
Sou a primavera a despertar em flores
Sou o sol de verão
Sou o amarelar das folhas no outono
E a chuva fina do inverno.
Tenho uma vida dada pelo Criador
E feliz por viver.

Poema: Odair

sábado, 8 de janeiro de 2011

Ponto de partida



A ideia de que encontramos uma esperança ou sonho em lugares obscuros é bastante clara no filme Ponto de partida. Assisti-o pela segunda vez porque na primeira fiquei impressionado mais não o entendi muito bem. Li algumas críticas do mesmo e, como sempre, notamos os prós e contras. Afinal é um filme. E filmes são assim mesmo. O que eu gosto talvez você não aprecie e vice-versa. No entanto, o meu objetivo aqui é destacar alguns filmes e interagir com os mesmos.

Ponto de partida, no meu entendimento, trás uma mensagem bastante clara e objetiva que remonta a nossa sociedade. A solidão. Os personagens de Ray Liotta, Jessica Biel (uma deusa) e, principalmente, Forest Whitaker nos mostra o quanto a solidão pode ser massacrante. E quantas pessoas vivem situações semelhantes. Desejam apenas um abraço. Querem apenas sentir o calor humano de outra pessoa. Perambulam pelas ruas e avenidas sem terem a noção de que existem.

Outro dia fiz uma crítica (negativa) ao filme Fúrias de Titãs e o mesmo arrebentou nos cinemas. Tudo bem. Ai encontramos uma pérola como Ponto de partida em alguma locadora. Uma bela reflexão. Vale a pena assistir.

Texto: Odair.