segunda-feira, 24 de junho de 2013

Não adianta manifestar como um LEÃO e votar como um JUMENTO



“Para a política o homem é um meio; para a moral é um fim. A revolução do futuro será o triunfo da moral sobre a política”.

Ernest Renan

Este artigo tem como finalidade expressar argumentos sobre as manifestações pelo país que tem demonstrado uma parcela da indignação dos brasileiros com os descasos políticos no qual estamos inseridos a milhares de anos. Logicamente que falar, principalmente em meio a tantos protestos não é difícil, o difícil é realizar as mudanças de que necessitamos. É até bonito ver as diferentes faixas e cartazes de reivindicações espalhados pelas inúmeras cidades do Brasil. Parece mesmo que o gigante acordou, que o povo despertou da alienação e que agora a coisa anda. Será mesmo? Será que tudo não passa de uma onda de entusiasmo?

Antes de me lançarem pedras deixem-me explicar minha intenção com esse artigo. Aqueles que me acompanham nos meus escritos sabem muito bem que há tempos venho cobrando de meus caros compatriotas um maior envolvimento político porque, querendo ou não, é a política que rege as nossas vidas. Nesse sentido, é necessária uma maior participação de nossa parte para não sermos ludibriados pelos políticos aproveitadores de plantão que desvia milhões da educação e da saúde para não mencionar as outras pastas.

Ernest Renan foi preciso quando afirmou que para a política o homem é um meio; para a moral é um fim. De acordo com o pensador, a revolução do futuro será o triunfo da moral sobre a política. Penso com o autor e acredito que a revolução do nosso país começou com esses protestos. Uma revolução que deverá culminar com uma mudança radical de nossos políticos nas próximas eleições. Creio muito nesse movimento e no futuro da nossa nação pelo clamor que vemos pelas ruas. E, para que esse pensamento revolucionário seja concretizado é preciso levar a risca o que diz Gilbert Cesbron de que a verdadeira revolução acontece quando mudam os papéis e não apenas os autores.

Dentre os inúmeros cartazes espalhados pelo Brasil cobrando atitudes, lançando impropérios, apontando as mazelas da sociedade, um me chamou a atenção porque vem de encontro com aquilo que comento há muito tempo. O cartaz em epigrafe dizia: “Não adianta manifestar como um leão se for votar como um jumento”. Uma frase que simplifica toda essa luta. Se quisermos uma mudança no Brasil ela começa com cada um de nós. E essa mudança começa quando sabemos, pelo menos, em quem votamos na última eleição. Não é ser Caxias não, mas tenho certeza de que muitos desses manifestantes que estão nas ruas nem sabem direito em quem votaram na última eleição. Espero que na próxima saibam. Vamos aproveitar a lei da ficha limpa e extirpar essa corja de políticos que se perpetuam no poder sem nada fazer para o povo.

Para finalizar meus comentários sobre essa manifestação no Brasil quero tecer duas conclusões: a primeira de que me sinto um pouco mais aliviado do fardo de sempre estar cobrando das pessoas uma maior participação política. E, quando digo política é política e não politicagem. Uma coisa é diferente da outra. Pelo movimento das ruas (com exceção dos excessos, é claro) acreditamos que o povo brasileiro vai mudar o cenário do país já nas próximas eleições (os caciques políticos que coloquem suas barbas de molho). A segunda é que acredito nessa força do povo e creio profundamente na mudança. Para aqueles que ainda permanecem alienados termino parafraseando Platão que já nos alertava a milhares de anos atrás. Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam.

Texto: Odair

quarta-feira, 19 de junho de 2013

O que são 20 centavos?



Precisa tanto para demonstrar uma insatisfação por causa de mśeros 20 ccentavos? Afinal, o que são 20 centavos? Na verdade, não dá nem pra comprar duas balas de menta. Então, porque toda essa movimentação por caisa de tão pouco? Pois bem. Eis que os 20 centavos na tarifa das passagens de ônibus nada mais é do que o estopim de um descaso que a população, principalmente a mais jovem do Brasil não aguenta mais. Não adianta dizer que essa geração não tem futuro porque as escolas estão acabadas, a educação esquecida e os professores desiludidos. Eis que o brado dessa geração que sofre as mazelas de governos corruptos explodem agora pelas ruas e avenidades de todo o país. Como atalaias eles soltam as vozes de protesto pelo mau uso do dinheiro público, pelo descaso com a educação e pela saúde.
Ninguém consegue mais ficar calado diante das propagandas governamentais de que o país está crescendo e desenvolvendo. Ninguém acredita em PAC ou outros planos mirabolantes de propaganda enganosa. O povo sabe que o que mais acontece no dia a dia são os descontos absurdos de impostos que pagamos. Obras paralisadas, dinheiro jogado no lixo e o povo paga a conta do desperdicio. Ninguém consegue mais aturar um país onde os políticos ganham muito dinheiro para não fazerem nada e professores ganham tão pouco para se matarem em sala de aulas sem nenhuma estrutura física. Estava na hora de eclodir o grito de liberdade. Na hora de despertar o gigante adormecido. Na hora de soltar o brado de um país melhor. Não somos a geração que fica só nas redes sociais escrevendo asneiras. Muito pelo contrário, as redes sociais são os meios de convocar as pessoas para as ruas. Brasil: ame-o!
Está na hora desses políticos, gestores e lideranças saberem que o povo já não mais se deixa engabelar com o circo da bolsa miséria. Não é mais possível conviver com os descasos políticos e desvios de verbas da educação e da saúde. Queremos um transporte de qualidade, uma educação de qualidade, uma saúde de qualidade. Queremos respeito. Uma sociedade digna da grandeza que é o nosso país e nossa gente. Vamos as raías da revolução. Vamos as ruas reivindicar o que é de direito a cada cidadão brasileiro que é a sua dignidade. Não dá mais para viver no ostracismo que os políticos acreditavam que viviam os brasileiros. A realidade é essa. Queremos um país melhor.
O que são 20 centavos? Para algumas pessoas nesse país de beleza natural, gente alegre e feliz, é a conta de comprar um pão para alimentar os filhos. E, as vezes, nem 20 centavos esse pai de família têm para alimentar seus filhos. E, então vemos estádios construídos pela bagatela de 1 bilhão e 300 milhões de reais. Para quem e para quê? Ainda bem que os jovens do Brasil acordou. Antes tarde do que nunca. Agora o Brasil entra nos trilhos ou acaba-se de uma vez. Parafraseando um recente político brasileiro: Pior do que está não fica.

Texto: Odair