quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Não adianta manifestar como um LEÃO e votar como um JUMENTO



24/06/2013*

“Para a política o homem é um meio; para a moral é um fim. A revolução do futuro será o triunfo da moral sobre a política”. Ernest Renan

Este artigo tem como finalidade expressar argumentos sobre as manifestações pelo país que tem demonstrado uma parcela da indignação dos brasileiros com os descasos políticos no qual estamos inseridos a milhares de anos. Logicamente que falar, principalmente em meio a tantos protestos não é difícil, o difícil é realizar as mudanças de que necessitamos. É até bonito ver as diferentes faixas e cartazes de reivindicações espalhados pelas inúmeras cidades do Brasil. Parece mesmo que o gigante acordou, que o povo despertou da alienação e que agora a coisa anda. Será mesmo? Será que tudo não passa de uma onda de entusiasmo?

Antes de me lançarem pedras deixem-me explicar minha intenção com esse artigo. Aqueles que me acompanham nos meus escritos sabem muito bem que há tempos venho cobrando de meus caros compatriotas um maior envolvimento político porque, querendo ou não, é a política que rege as nossas vidas. Nesse sentido, é necessária uma maior participação de nossa parte para não sermos ludibriados pelos políticos aproveitadores de plantão que desvia milhões da educação e da saúde para não mencionar as outras pastas.

Ernest Renan foi preciso quando afirmou que para a política o homem é um meio; para a moral é um fim. De acordo com o pensador, a revolução do futuro será o triunfo da moral sobre a política. Penso com o autor e acredito que a revolução do nosso país começou com esses protestos. Uma revolução que deverá culminar com uma mudança radical de nossos políticos nas próximas eleições. Creio muito nesse movimento e no futuro da nossa nação pelo clamor que vemos pelas ruas. E, para que esse pensamento revolucionário seja concretizado é preciso levar a risca o que diz Gilbert Cesbron de que a verdadeira revolução acontece quando mudam os papéis e não apenas os autores. No caso aqui não se mudou nem um nem o outro.

Dentre os inúmeros cartazes espalhados pelo Brasil cobrando atitudes, lançando impropérios, apontando as mazelas da sociedade, um me chamou a atenção porque vem de encontro com aquilo que comento há muito tempo. O cartaz em epigrafe dizia: “Não adianta manifestar como um leão se for votar como um jumento”. Uma frase que simplifica toda essa luta. Se quisermos uma mudança no Brasil ela começa com cada um de nós. E essa mudança começa quando sabemos, pelo menos, em quem votamos na última eleição. Não é ser Caxias não, mas tenho certeza de que muitos desses manifestantes que estão nas ruas nem sabem direito em quem votaram na última eleição. Espero que na próxima saibam. Vamos aproveitar a lei da ficha limpa e extirpar essa corja de políticos que se perpetuam no poder sem nada fazer para o povo.

Para finalizar meus comentários sobre essa manifestação no Brasil quero tecer duas conclusões: a primeira de que me sinto um pouco mais aliviado do fardo de sempre estar cobrando das pessoas uma maior participação política. E, quando digo política é política e não politicagem. Uma coisa é diferente da outra. Pelo movimento das ruas (com exceção dos excessos, é claro) acreditamos que o povo brasileiro vai mudar o cenário do país já nas próximas eleições (os caciques políticos que coloquem suas barbas de molho). A segunda é que acredito nessa força do povo e creio profundamente na mudança. Para aqueles que ainda permanecem alienados termino parafraseando Platão que já nos alertava a milhares de anos atrás. Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam.

30/10/2014

Como todos podem perceber o texto acima foi escrito há pouco mais de um ano atrás quando o país passava por um momento de clamor nacional por mudanças. O que se percebe, passado algum tempo, é o que acontece historicamente: as pessoas se esquecem de seu passado. O pão e circo continuam acontecendo desde os grandes movimentos do Império Romano. O que dizer após tudo isso? Todo povo tem o governo que merece. O povo de Israel escolheu Saul. O povo da Alemanha escolheu Hitler. É a História. Quanto a mim? Sigo o conselho do Apóstolo Paulo: “que se façam orações pelas autoridades constituídas para que tenhamos uma vida tranquila”.

Texto: Odair

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Conhece-te a ti mesmo – Uma abordagem em Matrix



No primeiro filme da série Matrix, Neo, o personagem principal do filme vai até o Oráculo para ouvir uma mensagem. A mulher pergunta a ele se ele leu a frase na entrada da porta e explica-lhe que aquela frase é de uma língua há muito desaparecida, o latim. A frase não é nada mais nada menos do que a celebre frase escrita sobre o portal de entrada do santuário do deus Apolo: “conhece-te a ti mesmo”. De acordo com a História, certa vez Sócrates foi até o Oráculo de Delfos e esta lhe perguntou: “O que você sabe?” Ao que ele respondeu: “Só sei que nada sei”. A partir dessa resposta o Oráculo concluiu que Sócrates era o mais sábio de todos os homens.

Essa pequena abordagem é importante para entendermos o contexto do filme e minha abordagem nesse artigo. No entanto, é necessário apresentarmos outros dois personagens do filme. Neo, o personagem principal, significa “novo” ou “renovado” e, quando dito de alguém, significa “jovem na força e no ardor da juventude”. Já Morfeu, o personagem que conduz Neo ao Oráculo, pertence à mitologia grega: era o nome de um espírito, filho do Sono e da Noite, que possuía asas e era capaz, num único instante, de voar em absoluto silêncio para as extremidades do mundo.

Matrix é uma palavra latina derivada de mater, que quer dizer “mãe”. Em latim, matrix é o órgão das fêmeas dos mamíferos onde o embrião e o feto se desenvolvem, o útero. Pois bem, no filme, Matrix representa um útero universal onde estão todos os seres humanos cuja vida real é “uterina”. Morfeu mostra para Neo a realidade, isto é, que ele passou a vida inteira sem saber se estava desperto ou se dormia e sonhava porque, realmente, esteve sempre dormindo e sonhando.

Destaco estas inferências sobre este filme para abordar algumas questões que, no meu entendimento, são cruciais para compreendermos a sociedade pós-moderna na qual estamos inseridos. Não se pode negar o controle das inteligências artificiais na sociedade. Há uma realidade virtual na qual todos acreditam. Um controle dos números e organizações sobre o indivíduo. Uma teia invisível que controla nossas ações. Quem pode dizer o contrário?

A Matrix é o computador gigantesco que escraviza os homens, usando a mente deles para controlar seus sentimentos e pensamentos, fazendo-os crer que é real o que é aparente. Ou seja, vivemos uma total ilusão da vida. Enquanto muitos acham que sabem tudo, que descobriu muita coisa, as palavras do Oráculo ecoam na nossa mente: Conhece-te a ti mesmo.

Salomão, considerado o homem mais sábio que já existiu, alegou desilusões com os acontecimentos da vida. De acordo com ele, tudo que se faz debaixo do sol é vaidade. Depois de muitas buscas o fim da vida é ilusão, isto é, tudo são enfado e canseira. No entanto, é interessante notarmos que Salomão afirma isso para as pessoas que procuram a felicidade ou conhecimento humano sem buscar e conhecer a Deus. Ele descobriu que a despeito de seus esforços, a vida sem Deus é uma longa e frustrada busca por prazer, significado e realização. Não é possível alcançarmos a felicidade sem Deus. Daí a necessidade de pensarmos nas palavras de Sócrates: Só sei que nada sei. A partir dessa premissa, sabemos que toda e qualquer sabedoria vem de Deus. Ele é quem nos dá a capacidade para entendermos que as conquistas deste mundo são efêmeras e que, o mais importante é seguirmos seus mandamentos.

A humanidade encontra-se presa em uma teia gigantesca. O avanço científico e tecnológico não é capaz de solucionar as principais mazelas da humanidade. Cresce em todo mundo a insegurança, a violência, as epidemias, as desigualdades, enfim, tudo que o homem, no seu esforço não consegue solucionar. Isso demonstra que, qualquer sucesso sem Deus é fracasso. O homem pós-moderno tira Deus do seu caminho e acha que pode solucionar suas necessidades. Por isso esse caos cotidiano.

Precisamos pensar. Indagar o porquê das coisas estarem caminhando nesse sentido. Estamos conformados de estarmos ligados na rede, na Matrix? Ou queremos libertar-nos dessa gigantesca rede abominável? Sócrates questionava seus opositores. Precisamos questionar esse modelo de vida ao qual estamos inseridos. Não podemos permitir que o Sono e a Noite seja donos da nossa vida. Sigamos o conselho de Salomão: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: teme a Deus e guarda os seus mandamentos, porque este é o dever de todo homem”. Eclesiastes 12.13.

Texto: Odair

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Pioneiros do Movimento Pentecostal em Cáceres



“Conheça emocionantes histórias de homens e mulheres que em obediência ao Senhor Jesus expuseram suas vidas para proclamar o evangelho pentecostal nas lindas terras do Sudoeste do Estado de Mato Grosso”. Esta pode ser a sinopse ideal para descrever a obra do Pastor Izaque Alves Barbosa intitulada Pioneiros do Movimento Pentecostal do Sudoeste de Mato Grosso. Com uma precisão histórica digna de respeito por parte de qualquer historiador, o autor descreve todos os percalços e conquistas para a consolidação do Movimento Pentecostal na grande região de Cáceres.

O livro traz em seu escopo uma gama de informações que relatam a trajetória desses pioneiros na construção da Igreja. Em tempos de grandes dificuldades (não existia ainda a ponte Marechal Rondon e estradas dignas nessa grande região) o trabalho que começou no início dos anos 50 perdurou ao longo do tempo e consolidou-se como uma das grandes contribuições para o desenvolvimento dessa região.

Como afirma o próprio autor a Igreja Assembléia de Deus no campo de Cáceres “é portadora de uma rica e mui linda história que jamais deve ser relegada ao passado”. Neste sentido, afirma ainda que “as futuras gerações de pentecostais devem estar cientes destes fatos relevantes que marcaram aquela geração e avançar no crescimento do campo desempenhando a tarefa que o Senhor entregou à sua igreja”.

A obra em si é de suma importância para o conhecimento não apenas da trajetória da Igreja Assembléia de Deus nesta região, mas, também, para a própria história da região. Através dos relatos de época e das imagens de arquivo (fundamental para a compreensão dos relatos) é possível vislumbrar os acontecimentos que possibilitaram esse vertiginoso crescimento dos evangélicos nessa região. Os relatos dos trabalhos missionários em Cáceres, Cuiabá, Vila Bela da Santíssima Trindade e o surgimento das primeiras comunidades pentecostais em cidades como Lambari D`Oeste, Rio Branco, Mirassol D`Oeste, Araputanga, Jauru, Porto Esperidião e Pontes e Lacerda quando estas, na sua maioria, ainda eram glebas, são fontes históricas preciosas para entendermos o processo de colonização da região Sudoeste do Estado. Vale ressaltar, ainda, que nessa época existia a Gleba Paulista que se transformou em Cristinópolis e que hoje nem existe mais. Uma comprovação de crescimento e queda de uma cidade.

Nas suas mais de 100 páginas de registros históricos visualizamos o trabalho profícuo e trabalhoso desenvolvido pelo Pastor Benedito da Silva e sua esposa Tereza Eduviges juntamente com os primeiros convertidos a nova fé. Vislumbramos que não foi uma tarefa fácil e que exigiu muita coragem e disposição desses pioneiros para que a igreja se consolidasse nessa região. Dificuldades de ordem financeira, estrutural e, principalmente, de ordem religiosa. Para entender esta última, basta que olhemos as estruturas religiosas da cidade bicentenária consolidada na época dentro de padrões católicos tradicionais e conservadores. Como na Idade Média, é possível entendermos as concepções de não apoio a nova fé. Ela ia contra os dogmas instituídos a mais de 180 anos na cidade. No entanto, com convicção do chamado para fazer a diferença, Pastor Benedito da Silva deu aqui sua vida e seu labor na construção desse projeto. E, hoje temos milhares de cristãos pentecostais fruto desse esforço.

Assim como o autor afirma que, quando criança teve a oportunidade de ver a olaria da igreja produzindo tijolos, o autor deste texto, também fez parte ocular desta história. Quando criança morava no distrito de Lambari (hoje Lambari D`Oeste), e participava dos cultos na igreja Assembléia de Deus. Ficava impressionado com os ensinos do Pastor Benedito quando em suas passagens por lá ensinava naquela igreja.

Por fim, o livro é um excelente manual de informação para todos que anseiam conhecer mais da história de construção dessa região. Torna-se uma obra de referência para consultas e fontes de informação para os próximos registros. E, de forma nenhuma, poderia deixar de mencionar o propósito deste livro. Em tempos de materialismo e consumismo histérico da sociedade moderna, o autor seguiu na contramão de tudo isso. Afirmou que a primeira tiragem que é de mil exemplares, toda a arrecadação será revertida para o Projeto Josué que é a continuação da Obra iniciada pelos pioneiros que ele apresentou neste livro.

Texto: Odair