segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Eu, os livros e a leitura (I)

     
    Por onde posso começar a falar de livros e leitura? Tarefa bastante hercúlea para se fazer. Todas as minhas escolhas será injusta. De cada dez livros escolhidos, outros dez ficarão de fora dessa lista. Portanto, minha missão é pontuar minhas leituras, livros que impactaram minha vida e que pode servir de sugestão para outros. 
    A leitura nos abre caminhos para um mundo fantástico, um universo maravilhoso de conhecimento e descoberta. 
    Estarei selecionando dez obras (não necessariamente em ordem de importância) que me chamaram a atenção e um bônus. 
 
    01) “O Altar Supremo: a história do sacrifício humano”. Livro que constitui um extraordinário e fascinante estudo sobre sacrifícios. É uma instigante história de aventura e, também, uma significativa contribuição ao estudo antropológico da religião em seu aspecto mais trevoso e violento. Foi um livro que comprei em um sebo por preço irrisório, mas que tem, para mim um valor imensurável. 
 
    02) “História Secreta do Mundo”. Fui atraído pela sinopse do livro. E SE AQUILO QUE NOS CONTARAM FOR APENAS UMA PARTE DA HISTÓRIA? Diz-se que a História é escrita pelos vencedores, mas… e se a História - ou o que conhecemos dela - tiver sido escrita pelas mãos erradas? E se aquilo que nos contaram for apenas uma parte? A partir dessa premissa, mergulhei nesta leitura que é fascinante. 
 
    03) “Lolita”. Polêmico, irônico e tocante, este romance narra o amor obsessivo de Humbert Humbert, um cínico intelectual de meia-idade, por Dolores Haze, Lolita, 12 anos, uma ninfeta que inflama suas loucuras e seus desejos mais agudos. Através da voz de Humbert Humbert, o leitor nunca sabe ao certo quem é a caça, quem é o caçador. A obra-prima de Nabokov é um livro para poucos! 
 
    04) “1984”. Poucos livros tem a capacidade de tocar tão profundamente como esse. Publicada originalmente em 1949, a distopia futurista 1984 é um dos romances mais influentes do século XX, um inquestionável clássico moderno. Lançada poucos meses antes da morte do autor, é uma obra magistral que ainda se impõe como uma poderosa reflexão ficcional sobre a essência nefasta de qualquer forma de poder totalitário. 
 
    05) “A Divina Comédia”. Essa obra-prima da literatura universal dispensa comentários. Texto fundador da língua italiana, súmula da cosmovisão de toda uma época, monumento poético de rigor e beleza, obra magna da literatura universal. É fato que a "Comédia" merece esses e muitos outros adjetivos de louvor, incluindo o "divina" que Boccaccio lhe deu já no século XIV. Mas também é certo que, como bom clássico, este livro reserva a cada novo leitor a prazerosa surpresa de renascer revigorado, como vem fazendo de geração em geração há quase setecentos anos. Uma longa jornada dantesca através do Inferno, Purgatório e Paraíso. 
 
    06) “O Conde de Monte Cristo”. Essa história foi impactante na minha vida de leitor. Um dos maiores clássicos da literatura francesa há mais de 150 anos, “O conde de Monte Cristo” gira em torno de Edmond Dantè, que é preso por um crime que não cometeu. Ao sair da prisão, Edmond vai à busca de vingança contra seus inimigos. Uma trama repleta de reviravoltas dignas de um jogo de xadrez. 
 
    07) “Frankenstein”. Um clássico nunca morre. Considerada a primeira obra de ficção científica da história, fazendo sucesso arrebatador desde 1818 até os dias de hoje, Frankenstein deu vida ao gênero do terror e influenciou diversas gerações desde então. Ao mesmo tempo, suscitou entre seus leitores a questão que reside no imaginário da humanidade desde suas origens: quão humano pode ser um monstro e quão monstro pode ser um humano? o livro narra a história de victor frankenstein, um estudante de ciências naturais empenhado em descobrir o mistério da criação e que acaba por construir um ser humano – ou monstro? – em seu laboratório. 
 
    08) “As Catacumbas de Roma”. Um livro com uma mensagem impactante. Uma obra que mostra a pureza e o vigor dos primeiros seguidores de Cristo, os quais mesmo coagidos, foram fiéis até a morte. Para mim, uma lição muito importante do que é fé. 
 
    09) “Bíblia Sagrada”. Não poderia deixar de falar da maior obra, para mim, da literatura universal. Um conjunto de livros que mudou a minha vida para sempre. Leio-a todos os dias e tenho diversas dela em diferentes estudos. Dispensa comentários! 
 
    10) “As Crônicas de Nárnia”. Viagens ao fim do mundo, criaturas fantásticas e batalhas épicas entre o bem e o mal - o que mais um leitor poderia querer de um livro? O livro de C. S. Lewis é uma fantástica viagem ao mundo da imaginação. Para mim, um dos maiores escritores de todos os tempos. 
 
    Bônus) “O Homem Que Queimou a Bíblia”. Não poderia deixar de falar de um dos meus livros. Escrito a partir de muita leitura e com o coração. O Homem Que Queimou a Bíblia é um conjunto de relatos e mensagens que precisa ser lido. Sou grato a Deus por ter me dado capacidade de escrevê-lo. 
 
    Obs. Em breve a Segunda Lista! 
 
    Texto: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Dom Quixote - Uma história moderna

Por Ellen Caroliny Alves de Lima 
 
    Quixote estudou a ideologia do Coaching incansavelmente durante três longos anos. Era uma válvula de escape para sua falta de sucesso: fingir que sabia como prosperar e levar outras pessoas a acreditar no mesmo. A esposa não aguentara sua obsessão pela Teoria da Justiça Econômica (coisa que ele mesmo havia inventado, e consistia basicamente na velha meritocracia) e o deixara. A filha não queira mais vê-lo, alegando que um pai ausente não merece respeito. Com a família inteira contra suas desilusões, seu amigo Sancho era o único que havia restado.
 
    Todos os dias, em suas discussões cotidianas, na empresa de celulares em que trabalhavam, Quixote apresentava uma ideia utópica e dizia que sabia como derrotar o sistema. Sancho o ouvia, algumas vezes até concordava, mas o puxava para a realidade. "O sistema está aqui desde muito antes de existirmos, meu chapa" Sancho dizia, com cuidado para não magoar o fracassado amigo. "E é por isso mesmo que podemos derrotá-lo! Imagine, nunca antes estivemos tão conscientes de nossa própria situação precária. Podemos causar uma revolução!" Quixote insistia, dia após dia. Sancho o lembrava: "De certo, Quixote, mas onde estão os revolucionários? Mortos! Estão todos mortos". O coach fingia ouvir, mas continuava seus projetos secretamente. 
 
    Numa manhã nublada, Quixote decidiu agir. Juntou seus manuscritos e levou até uma editora. Mãos trêmulas, boca seca, caminhava em passos largos até o escritório do editor. Em uma semana, em cinco diferentes empresas, recebeu cinco "nãos". E lá se foi Quixote para o boteco, injuriado, lamentando-se a qualquer um que passasse. Era sua tragédia, sua aventura mal acabada. O amigo Sancho o encontrou. Precisavam estar na empresa às cinco no outro dia. Então Quixote percebeu o óbvio: estava preso no sistema que ele mesmo havia criado, iludindo-se, para fugir do sistema mundial. 
 
Trabalho de Arte do 1º ano E.M. 
 
Prof. Odair José.

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Entrevista com alunos do 3º ano sobre "Manipulação da mídia"


Prof. Odair José: 
 
"É comum, atualmente, ouvir críticas sobre a pouca profundidade dos programas de televisão ou sobre os excessos consumistas das pessoas. Muitas vezes, considera-se que há uma ligação entre esses fenômenos, pois os meios de comunicação incentivariam, principalmente pela propaganda, o consumo exacerbado, criando novas necessidades. Pode haver, em nossa sociedade, um meio de viver sem ser afetado pela propaganda e pelo consumismo? Justifique sua resposta". 
 
Infelizmente, no mundo atual, é praticamente impossível viver sem ser afetado por algum tipo de propaganda ou notícia, pois a todo momento e em todo lugar tem algo que é desse meio de influência. Por estarmos conectados a todo momento, cada clik pode vir algo a chamar a atenção, fazendo com que isso afete as pessoas. O consumismo acaba nos consumindo a cada dia. (Allif Atala). 
 
Poderia, porém será algo bem complicado principalmente na sociedade contemporânea, pois muito da história mundial já foi influenciada pela mídia e pelo capitalismo, portanto uma iniciativa de mudança agora seria pra daqui uns 50 anos para dar certo. Pensando nesse longo período muitas pessoas iriam passar dificuldades, além de que pode nem dar certo a ideia de sair da influência da propaganda e consumista, pois as pessoas já estão habituadas a isso. (Arthur Marconis). 
 
No contexto atual é notório que o consumismo está totalmente ligado ao desenvolvimento da sociedade, pois é atrás dela que o capital circula e dessa forma fazer com que haja uma estabilidade financeira. Mas é aí que está o problema. Se quanto mais compramos, porque ainda há fatores de problema financeiros?. Logo o consumismo atualmente não é algo benéfico, além de trazer diversos tipo consequências, tais com: a poluição ( por conta das indústrias) , o desmatamento ( na maioria das vezes para fazer um objeto é necessário a retirada de matéria prima da natureza) e entre outras consequências. (Emilly Campos). 
 
Acho que não, só se se isolar de qualquer meio de comunicação e também das pessoas, uma vez que elas mesmo difundem essas propagandas e alentam o consumismo, ex: uma vez que um novo modelo de celular se torna tendência, aqueles a sua volta que o adquiriram vão ficar mostrando esse ótimo produto, que eles acreditam ser ótimo uma vez que o compraram pois se mostrava assim nas propagandas, então naturalmente querem mostrar esse produto aos que estão ao redor por puro status, assim o consumismo vai consumindo as pessoas mesmo que tentem evadi-lo. (Gabrielle Dias). 
 
Acredito que não. Até mesmo em áreas remotas e de difícil acesso é possível encontrar algum tipo de propaganda. O ser humano está cada vez mais alienado, alguns mais que outros, mas todos alienados, comprando itens que não querem de verdade, tornando-se plástico, pessoas superficiais que, pela propagação de um padrão inventado, mudam toda e qualquer característica que as fazem um ser único para tornar-se mais um. (Nicole Leite). 
 
É pouco provável conseguir isso, já que basicamente a sociedade toda já está inclusa nesse sistema, desativar as notificações, pular propagandas e questionar os fatos e notícias apresentados pela mídia são as formas mas comuns para não ser tão influenciado porém esse tipo de comportamento é má visto pelas outras pessoas que muitas vezes sabem que estão sendo manipuladas e simplesmente aceitam esse fato e se deixam ser influenciadas, por esse motivo as pessoas estão tão inseridas nessa visão fechada de mundo que acabam querem excluir quem pensa diferente é por esse motivo que quando aparece alguém dizendo "você está sendo controlado" "não acredite na verdade" geralmente apenas a ignoram ou dão risada pois já estão a tanto tempo dentro da caverna que acham que os outros estão loucos, quem vive sem ser manipulado vive fora da caverna. (Victoria Dias).

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Efeito borboleta - Análises!

 
Faça uma análise sobre o filme respondendo as seguintes questões: Será que os acontecimentos de nossa vida ocorrem por acaso? Ou há algum tipo de ordem no universo que os determina? Poderíamos mudar as situações ruins que acontecem na nossa vida?
Prof. Odair José.
 
"Eu acredito que nada o que acontece na nossa vida é por acaso, tudo tem um propósito, acredito que Deus tem um propósito para cada um, seja para nos ensinar ou surpreender, Deus coloca aquelas pessoas na nossa vida por alguma razão, talvez elas nos fazem felizes ou tristes, não sabemos, não temos como saber, mas independente de qual é a sua “missão” a gente aprende alguma coisa, amadurecemos um pouco mais, talvez aquela amizade de anos acabe, amizade que não era tóxica acaba se tornando tóxica, amizades e amores acabam, as pessoas seguem caminhos diferentes, e tá tudo bem, um passo de cada vez, vida que segue, não temos como mudar isso, não escolhemos quem vai passar ou não pela nossa vida, quem vai nos magoar ou não, nunca estamos preparados totalmente, e independente do que passarmos vamos sair ainda mais fortes, passamos por determinadas situações que sentimos o nosso mundo vai desabar, ficamos sem força para lutar, nos sentimos sozinhos, há dias mais difíceis, que perdemos a esperança, a motivação, já tivemos a nossa fé testada várias vezes, cansamos de estar sempre sozinhas quando precisamos de apoio, não estamos ilesos da dor, do sofrimento, da perda, não escolhemos passar por essas situações, muitas vezes culpamos a Deus por estar passando por aquela situação, mas não paramos pra pensar que Deus não nos coloca em situações que Ele acha que não somos capazes de superá-las. Nada acontece por acaso, em tudo Deus tem um propósito".
 
Graziela Aparecida de Oliveira Silva - 9º Ano!
 

"Nós não temos controle sobre os acontecimentos da vida, é impossível mudar o passado e prever o futuro. Você pode ter boas atitudes, é seu dever andar pelo caminho do bem, é sua obrigação respeitar as leis, mas não temos o comando da vida alheia e não dominamos a natureza. No filme, ainda que as intenções do personagem fossem boas, ele entrou em um ciclo de obsessão por mudanças, o que o levou à loucura concluindo que o seu fim traria a felicidade de todos e principalmente da menina que gostava. De fato, isso ocorre, porém não é dessa forma que a vida funciona. No momento do nosso nascimento sempre teremos um propósito, ainda que nossa jornada seja curta. Nossos acontecimentos não ocorrem por acaso, tudo está predestinado a alguma resposta. Momentos constrangedores, situações complicadas, perdas, sofrimentos e decepções estão ligadas à formação de um indivíduo. Esses acontecimentos o farão aprender lições que ele nunca teria aprendido se não tivesse passado por aquilo. A dor que ele tem ao se decepcionar com algo ou alguém é momentânea, pois ele sempre aprenderá algo com aquilo. E isso será recompensador no futuro".
 
Mariana Pardini Araújo - 9º Ano! 

Aula de Filosofia
Escola Q.I
Cáceres, MT

quinta-feira, 9 de julho de 2020

O Elogio da Loucura (Frases)



Vergonha e medo 

"Duas coisas, sobretudo, impedem que o homem saiba ao certo o que deve fazer: uma é a vergonha, que cega a inteligência e arrefece a coragem; a outra é o medo, que, indicando o perigo, obriga a preferir a inércia a ação." 

Verdade e mentira 

"O espírito do homem é feito de maneira que lhe agrada muito mais a mentira do que a verdade. Fazei a experiência: ide à igreja, quando aí estão a pregar. Se o pregador trata de assuntos sérios, o auditório dormita, boceja e enfada-se, mas se, de repente, o zurrador (perdão, o pregador), como aliás é frequente, começa a contar uma história de comadres, toda a gente desperta e presta a maior das atenções." 

O veneno da felicidade 

"E foi por essa razão que o grande Arquiteto do Universo proibiu que o primeiro e lindo par de esposos, por ele feitos e unidos em matrimônio, provassem o fruto da árvore da ciência do bem e do mal, sob pena de sua desgraça e morte. É a melhor prova de que a ciência é o veneno da felicidade." 

Fonte: O Elogio da Loucura, Erasmo de Roterdã

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Cáceres, Patrimônio Histórico e Cultural


Por Graziela Aparecida de Oliveira Silva 

Patrimônio Material é tudo aquilo que pode ser tocado, se trata de um patrimônio cultural e é composta por elementos concretos, que podem ser considerados como móveis, ou seja, os bens que podem ser transportados, como coleções arqueológicas, videográficos, fotográficos e cinematográficos e imóveis, ou seja, as cidades históricas, sítios arqueológicos e bens individuais, como por exemplo construções e objetos artísticos. Patrimônio Imaterial é tudo aquilo que não pode ser tocado, se trata de uma cultura produzida por uma população e é composta por elementos espirituais e abstratos, como por exemplo a crença, hábitos, rituais, saberes, celebrações e formas de expressão. 

A nossa querida cidade Cáceres, conhecida também, como a Princesinha do Paraguai, é repleta de patrimônios materiais, como por exemplo a nossa linda Catedral De São Luiz de Cáceres, criada em 05 de abril de 1910, que possui uma lenda, a Lenda da Serpente ou Lenda do Minhocão, onde uma serpente teria se abrigado no interior da catedral, o que teria levado a Catedral a ruir. 

Também temos o nosso querido Marco Do Jauru, feito em Lisboa e trazido desmontado ao Brasil, sendo montado e plantado à margem do rio Jauru, em 18 de janeiro de 1715 e só então em 2 de fevereiro de 1883, pela iniciativa do Tenente Coronel Antônio Maria Coelho, foi levado para o Largo da Matriz, hoje Praça Barão do Rio Branco, em frente à Catedral de São Luís, é conhecido também como o símbolo da soberania brasileira na fronteira Oeste. 

Não podemos esquecer das nossas casas localizadas no Centro da cidade, com uma arquitetura colonial, são eles: o prédio abandonado da antiga sede do governo municipal de Cáceres, a Casa Dulce, conhecida como “Anjo da Ventura”, o Casarão, a Casa Pinho, Prédio comercial antigo e a Casa Rosa, de 1932. 

Nós somos tão privilegiados pela nossa arquitetura colonial e pelos nossos patrimônios, mas a gente não valoriza isso tudo que a gente possui, estamos tão ocupados com o trabalho, com a correria do dia a dia, que não percebemos essa riqueza, passamos por elas várias vezes, mas nem ligamos e nem nos importamos, e isso é um grande erro, deveríamos a começar a valorizar e sentirmos valorizados por tudo isso que temos na nossa cidade. 

E sem contarmos que também temos grandes patrimônios imateriais na nossa cidade, alguns deles são: a Trezena de Santo Antônio, que se mantém viva por mais de cem anos dada às esperanças manifestadas na fé comunitária e o Festival Internacional de Pesca (FIPe), que acontece há mais de três décadas, criado por um grupo de pessoas que tinham em comum o amor pela pescaria, é um evento esportivo ecológico, e tem como objetivo de atrair milhares de pessoas e reforçar a iniciativa de preservar a cultura e a tradição do povo cacerense. 

Cáceres é uma cidade tão especial e rica em patrimônios, que devemos começar a valorizar mais a nossa Cidade e ver o grande potencial que ela têm. 

Disciplina: Arte 
Orientador: Prof. Odair José 
Escola Q.I

quinta-feira, 21 de maio de 2020

A solidão


Por Maria Eduarda Velozo 

O que posso dizer sobre a solidão? A solidão é algo que está presente na escuridão de nossos dias onde o que pouco nos resta é a pequena chama de esperança que habita em nossa alma, onde temos somente a nós mesmos. 

O vazio presente em nossa alma e nossa mente, somente diz, o que passamos ao longo da vida, as humilhações, as muitas tentativas e nenhuma concluída como realmente esperava. Mas você, você apenas tem que ser forte, e se confortar com o que passa no momento. Mas solidão é realmente isto? 

A solidão vai mais além do que tudo isto, a solidão é quando nos perdemos de nós mesmo, quando nós não somos mais os mesmo, e procuramos nossa alma no interior do nosso corpo, a solidão reside em ser o que lhe falta por dentro. 

Ficar sem amigos, isso significa solidão? Não! Isso é apenas circunstâncias, pois queremos pessoas para justificar, para preencher o vazio ao nosso lado. 

A solidão é o vazio que preenche a alma de tal forma, que você começa a procurar, em pessoas, em coisas materiais, em amores, o que realmente precisa somente de si mesmo, do amor de você mesmo e de Deus, será que é realmente difícil procurar Deus? E preencher o vazio que tem por dentro que se chama solidão, não é bonito ser só, quando se parece ser pó, de tanta solidão que habita dentro do seu ser, posso até estar errada em dizer pequenas palavras sobre isso. 

Mas a solidão não é preenchido por coisas humanas, e sim pelo sobrenatural, não seja só, não fique no silêncio. Mas se encontre e se liberte, muitas vezes o seu vazio é falta de Seus próprio pensamentos, de si mesmo. 

Orientador: Prof. Odair José 
Disciplina: Filosofia 
Turma: 9º ano Escola Q.I

sábado, 16 de maio de 2020

A que se presta o silêncio em nossas vidas? II Parte


Por EMILLY GUIMARÃES DOS SANTOS 

O silêncio faz parte de nossas vidas. As vezes dependemos dela para não cometer erros. Mas, também não podemos se calar em diversas situações. Muita gente não sabe ter o silêncio, fala tudo o que pensa, mas tudo o que pensamos, nada poderá ser certo. O silêncio também pode trazer diversas respostas para nós mesmo, com um minuto de silêncio podemos achar o nosso próprio eu, o eu que estava perdido dentro de nós. O silêncio traz sim respostas, umas acaba levando mais tempo. Mas, quando pensamos em silêncio, logo pensamos em se calar, mas não é isso! Quando queremos falar algo, que realmente necessitamos falar, devemos ter sim silêncio! mas, o silêncio para pensar, no que devemos realmente falar. O silêncio é em não falar com a boca, e sim falar com o nosso subconsciente, com nós mesmo. 


Por LUIZA CABRAL CHAVES 

O silêncio é uma bela dádiva, e em seu esplendor nos ajuda a simplesmente pensar. Ele que é um dos melhores modos de comunicação, mas com diversos significados diferentes, é necessário muita atenção para poder discerni-los. A quietude é tudo o que precisamos em um momento de angústia, ela que é um remédio para a alma, que só os mais calmos e as pessoas que adquirem controle próprio tem acesso. Nele contêm as respostas dos nossos questionamentos, das nossas dúvidas e inseguranças . O silêncio é a voz que tanto precisamos ouvir, é para isso basta nos calarmos. "Ouvir em silêncio era meu modo de conviver em sociedade" John Green. 

Orientador: Prof. Odair José 
Disciplina: Filosofia 
Turma: 9º Ano 
Escola Q.I

sexta-feira, 15 de maio de 2020

O que o silêncio representa para você?


Por YASMIN MAYUMI ARTES MALACARNE 

O silencio representa para mim um mundo diferente, onde o caos não existe, o silencio na hora da prova representa que todo mundo tem um só objetivo, sendo ele de completar a prova, o silencio após a chuva me representa um bom momento, onde a tempestade já se foi e agora vem o belo e magnifico arco íris onde no final tem um pote de ouro, o silencio do soldado depois da guerra , representa gratidão e imensa tristeza , pois viu de que o homem é capaz, já a tela, ela é muda e surda mostra que ela tem o esplêndido silencio que me mostra a historia, que mostra o mundo depois dá guerra em um silencio, fazendo refletir de como aquilo acontecera . O silencio vem acompanho do medo , do terror, da tristeza , da angustia, procuramos a cura no silencio , e é lá que conseguimos, procuramos o silencio para fugir dos caos que nos aterrorizam. Já o silencio dá noite e o barulho do vento me faz refletir em tudo o que eu fiz no dia e quantas vezes eu procurei refugio no meu doce e amado silencio, no momento penso em como eu nunca percebi isso. 


Por MARIANA PARDINI ARAÚJO 

O silêncio para mim representa mais do que apenas a ausência de sons. É a resposta e a manifestação de um sentimento não revelado, algo que não se pode concluir e, dessa forma, buscamos por expressar em silêncio. O silêncio possui significados diferentes para cada pessoas, sendo a concentração, a dúvida, a reflexão, a busca por conhecimentos, entre outros. Podemos usar o grito, como exemplo de uma forma de manifestação dos sentimentos; o silêncio é o mesmo. É a chave encontrada para as respostas. É a maneira que nos sentimos confortáveis com o espaço. A verdade é que nunca estamos em silêncio. A todo momento, em todo lugar, buscamos por refletir e expressar algo a todos que estão ao nosso redor. Cada um procura sua forma individual para isso. Ou seja, o silêncio provocado é a manifestação daquela pessoa. Não podemos dizer que o silêncio é a falta de resposta, pois tiramos completamente a razão daqueles que se sentem confortáveis em se expressar dessa maneira. O silêncio pode ser a resposta para os tolos, pode ser o sinônimo de desprezo e pode ser a melhor resposta em determinadas situações. Ele sempre terá o seu valor. 


Por GRAZIELA APARECIDA DE OLIVEIRA SILVA 

Para mim, o silêncio representa muitas coisas, coisas boas e ruins. O silêncio possui diversos significados, podendo significar a dor, temos dificuldade de falar o que nos machuca, muitas vezes temos medo ou vergonha de demonstrar que somos vulneráveis, pode significar também o amor, talvez você ame alguém, mas têm medo de dizer isso para pessoa, por medo da rejeição, por medo de perdê-la ou deixar a relação entre vocês dois estranha, então você ama em silêncio, você sente saudade em silêncio, tudo o que você sente, muitas vezes sente em em silêncio. E cada pessoa tem o seu ponto de vista sobre, o silêncio, às vezes, diz tudo, às vezes não há realmente nada que você possa dizer ou fazer, às vezes, é melhor do que chorar, melhor do que gritar. Algumas pessoas odeiam o silêncio, acham o silêncio doloroso, porque se sentem perdidos no seu próprio pensamento e medo do que está pensando. Mas, algumas pessoas amam o silêncio, muita vezes encontramos no silêncio o refúgio e a única maneira de acalmar o ruído em nossa mente. 

Orientador PROF. ODAIR JOSÉ 
Aula FILOSOFIA 
Turma 9º ano E.F da Escola Q.I

quinta-feira, 14 de maio de 2020

A função prática da arte


A função prática da arte. Quero tecer alguns comentários sobre esse assunto. Na verdade, acho-o um tanto espinhoso, mas devo falar sobre isso também. Pelo menos é o que penso. E deixo bem claro que é a minha opinião sobre o assunto. Para falar sobre isso devo fazer perguntas e tentar respondê-las dentro da minha percepção da linguagem da arte. 

Entendo que a função prática da linguagem pode ser entendida na escrita de uma lista de compras do supermercado ou no registro de um diário. Uma agenda que determina os meus passos e orienta-me na organização do que devo fazer com o meu tempo. E a função artística? Entendo que o que mais gosto de fazer, isto é, escrever poemas pode ser definido como uma função artística. Assim como a letra de uma música ou uma peça de teatro. Mas, em que sentido podemos dizer que a arte não serve para algo? Essa pergunta pode parecer sarcástica, mas é necessária porque algumas pessoas a fazem. Neste sentido, digo que a arte serve para, além de produzir efeitos estéticos, como o sentimento da rima de um poema, por exemplo, transmitir mensagens e criar identidades para um povo ou grupo. Então, sinto-me na responsabilidade de dizer que a arte é fundamental para a compreensão do ser humano enquanto ser social. 

A linguagem da arte é essencial para vislumbrarmos a beleza existente na vida, no mundo e no próprio ser humano. A arte, a poesia, a música é muito mais do que podemos imaginar e seria impensável vivermos em um mundo sem essa linguagem tão fundamental para a nossa sobrevivência. 

Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Etnocentrismo


Por Ellen Caroliny Alves de Lima 

Não é possível unificar a humanidade, e a história nos prova isso a todo momento. Universalmente falando, somos seres diferentes, povos diferentes, com culturas e costumes completamente distintos. A diversidade cultural é um fato que não irá se modificar em situação alguma. Somos todos civilizados, o problema é que o contexto por trás da palavra "civilizado" muda de nação para nação, dado o etnocentrismo. No mundo, vemos as fronteiras, e devemos enxergar além disso. Expandir nossos horizontes para verdadeiramente saber que não somos iguais e a tamanha dádiva que há neste fato. Nossas diferenças possibilitam as mudanças. Sem elas, seríamos limitados e rotineiros, seres sem identidade e legado. 

Por Isabella Pavão Macedo

A declaração define bem o que realmente acontece. Essa agregação de culturas existe por muito tempo, ainda quando Roma dominou a Grécia e manteve suas tradições e artes. A diversidade, no entanto, sempre existiu, seja na cultura, no físico, ou nos pensamentos. Essa necessidade de manter nossos patrimônios para as futuras gerações vem do pensamentos de que, hoje nós somos a cultura deles, e é nosso dever fazer com que eles tenham conhecimento disso, para respeitar as próprias origens e as de outros povos. 

Orientador: Prof. Odair José 
Aula de Sociologia 
Escola Q.I 
Turma: 1ª Série E.M

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Carta sobre a felicidade



 Prezado amigo. Como havia prometido estou lhe escrevendo a carta para tentar responder a sua pergunta. Tenho saudades das nossas longas conversas e sinto falta de ouvir todas aquelas teorias sobre o mundo que sonhávamos naquela época. Pois bem, como sabemos, não podemos viver só de lembranças e, pior ainda, temos que conviver com as inúmeras mazelas que descobrimos haver no mundo que nos cerca. Claro que boa parte destas mazelas é por causa da preguiça mental da maioria que prefere passar horas e horas em frente uma TV do que ler um bom livro. Mas, como dizia nosso amigo em comum, o que podemos fazer sobre isso? 

A sua pergunta foi bem pertinente e me fez passar alguns dias pensando sobre como responderia. Logicamente que você sabe, deduzo eu, que não tenho a resposta a tal pergunta. Isso pelo fato de ser um assunto um tanto complexo. A felicidade. Ao pensar sobre a felicidade confesso que surgiu em mim alguns momentos em que acabei sorrindo sozinho. Sim. Ao lembrar de alguns momentos em que, realmente, me senti feliz. Quando criança sem ter preocupações. As noites em que observava o brilho da lua e das estrelas imaginando como seria o meu futuro. Os olhos da minha primeira paixão. Tantas coisas que mexeram com meu coração. Essa simplicidade, creio eu, seja a verdadeira felicidade. 

Não quero parecer pessimista, mas penso que não existe a felicidade e sim momentos felizes. Pela minha forma de ver o mundo seria trágico estar o tempo todo feliz. Eu penso muito sobre isso, principalmente quando quero ficar sozinho. A solidão é sempre um refúgio para mim. Quero até em outra ocasião falar exclusivamente sobre a solidão. Mas, isso é assunto para uma outra carta. 

Pretendo não me alongar muito nesta missiva. Por isso vou destacar mais alguns pensamentos sobre o que penso a respeito da felicidade e espero que fique bem com isso. Uma das questões que sempre perpassam a minha mente é sobre a natureza humana. Essa dualidade que encontramos na maioria do ser humano. Somos bons ou somos maus? O homem é um lobo ou é um cordeiro? Essa questão é primordial no meu entendimento, para compreendermos a felicidade. Por que uns são felizes com pouco e outros são infelizes com muito? O tudo e o nada. Tão complexo de entender. 

Ah, meu nobre amigo! Eis minhas indagações sobre a felicidade. Quer ver a felicidade? Olhe no sorriso de uma criança. Nas rugas de um ancião. Nas borboletas de um jardim. No por do sol às margens do Rio Paraguai. No brilho do olhar daquela menina. Ah! A felicidade está em muitos lugares. O que precisamos é deixar que nossos olhos possam ver. Não passe sua vida em busca do que nunca poderemos ter. a felicidade está na simplicidade. Na humildade e na compaixão. Afaste de você todas as preocupações banais da vida e serás feliz. 

Espero vê-lo em breve. Cuide da sua saúde mental. Acredite sempre no amor e deixe a vida prosseguir como um rio caudaloso em direção ao mar. Abraços poéticos no seu coração.

Odair José, Poeta e Escritor Cacerense

quinta-feira, 7 de maio de 2020

A que se presta o silêncio em nossas vidas?


Por Graziela Aparecida (9º ano E.F) 

O silêncio é uma forma de demonstrar muitas vezes o que estamos sentindo, o silêncio possui diversos significados, bons e ruins. No silêncio conseguimos ouvir a nossa própria voz, é o início para o nosso bem estar, para o bem da nossa saúde emocional e psicológica. As pessoas sentem dificuldade em ficar em silêncio, sentem a dificuldade de aceitar que as vezes precisamos do silêncio, no silêncio está a resposta para tudo. No silêncio de um olhar, permite-se a entrega, no silêncio de um abraço, encontra-se a sintonia, no silêncio dos pensamentos, a vida toda se organiza. Quando você está bravo, chateado, triste com alguém ou com você mesmo, você deve ter um momento de silêncio, um momento para pensar e colocar as suas ideias em ordem, não age por impulso. Acredite em você, confie em você, seja feliz por você, ouve o seu interior, ouve o seu silêncio. Se cale, quando preciso, aprende com o silêncio, que gritar não traz respeito, que ouvir ainda é melhor que falar. Aprende com o silêncio. 


Por Mariana Pardini (9º ano E.F) 

O silêncio em nossas vidas possui diversos significados. Ele é nossa forma de transmitir sentimentos e emoções sem emitir nenhum som, podendo significar uma dúvida, incerteza, medo, concentração. Podemos também muitas vezes se enganar com o silêncio. Por exemplo, um aluno quieto, que não fala muita coisa e está sempre em silêncio, ao meu ver, os professores tendem a se preocupar com eles, se estão aprendendo e entendendo o que está sendo ensinado. Somente depois da prova eles verão se o aluno aprendeu. O silêncio não significa "falta de resposta" e sim a maneira que o aluno lida com essas coisas. Pessoas silenciosas e introvertidas muitas vezes tendem a sentir mais o impacto das palavras ditas. Na maioria das vezes, são pessoas observadoras. O silêncio poupa as pessoas de se expressarem de forma errada, opiniões irrelevantes e sentimentos guardados. O silêncio é a melhor resposta a se dar em uma discussão. Ele é muitas vezes sinônimo de sabedoria. 


Orientador Prof. Odair José 
Filosofia 
Colégio Q. I - Cáceres.

terça-feira, 3 de março de 2020

Parasita - Conflito de gerações


Por Victória Dias Neris Moreno 

Final realístico?. Estudar...para garantir sua posição no mundo de hoje?. O menino Ki-Woo depois de ter falsificado seu currículo promete a seu pai Kim, que próximo ano ele fará uma faculdade de verdade e depois no final do filme ele faz planos para no futuro ganhar dinheiro subir de classe comprar a casa e libertar seu pai. Os planos nunca dão certo, mas cabe a você se prevenir ou não!.

O mundo moderno facilita, dando a falsa impressão de segurança de que tudo é possível com um pouco de esforço quando na verdade nada é possível com pouco esforço. Porém tudo só seja possível com muito, mas muito esforço mesmo, pois se trata de não desistir, "... Levanta, hora de seguir em frente, afinal se você desistir agora quem vai lutar por você lá fora?.." (Odair José, poeta).

Os jovens de hoje não estão preparados para o mundo real, é por isso que não fazem, apenas imaginam, e quando tentam e fracassam eles desistem, não conseguem alcançar aquilo que desejam, fazendo com que jamais cheguem ao nível dos mais ricos, esses que um dia muito atrás no passado fizeram algo de grande mérito garantindo um lugar alto suficiente para sustentar até seus herdeiros. Não existe "o mundo me impede" pois você é sua única opção, só você é capaz de fazer sua vida.

Texto: Victória Dias Neris Moreno 
Prof. Odair José
Turma: 3º Ano Escola Q.I

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Análise Sociológica do Filme "PARASITA"


Por Alessandro Gomes de Arruda Filho 

O filme "Parasita" é o primeiro filme sul-coreano a garantir o Oscar em toda história, constituído por drama e comédia. Mas ao longo das cenas, é notável um suspense de acordo com o desenrolar do filme... O filme conta a história de uma família pobre, sem condições de possuir rede wi-fi em casa e mesmo assim, eles utilizam do vizinho, mas quando trocam a senha... A família faz de tudo para conseguir essa senha e procuram sinal de todas as maneiras possíveis, a família completamente desempregada, está em crise e precisa urgentemente de dinheiro, e isso é a realidade das desigualdades econômicas que envolve nessa região.

Conforme o desenvolvimento da narrativa a família pobre faz um plano para se infiltrar na casa da família Park (que é o oposto da família Kim), e eles fazem de tudo para tirar as pessoas que trabalham na casa para a família inteira ter um emprego, Ki-woo vai ensinar inglês para Da-hye (filha de Sr.Park), e eles se apaixonam, a filha Ki-jeong infiltra na casa como uma suposta terapeuta da arte e julga o desenho feito por Da-song como esquizofrenia, e isso choca a mãe de Da-song, fazendo com que ela contrate Ki-jung (Jessica). Seguindo esses planos, entra o pai como motorista, Ki-jung deixa sua calcinha no carro do antigo motorista e faz ele ser demitido, mas o Sr.Park não faz a menor ideia do motivo, o plano da família Kim é perfeito, a mãe se infiltrou no lugar da governanta Moon-Gwang (que possui alergia a pêssegos), ela é uma personagem bastante importante para a história, mas os telespectadores só se tocam nisso no meio do filme, o plano da família Kim foi perfeito utilizando o pêssego para retirar a governanta do lugar e substituir pela mãe (Choong-sook) e dizendo que ela tem tuberculose, isso é um plano fantástico para uma família pobre não é mesmo?

Isso chama atenção, eles não mereciam essa condição de vida, mas tudo isso que fizeram, fazer com que pessoas inocentes percam o emprego, é totalmente uma falta de respeito e ética, quando eles ficaram sozinhos na casa e a família Park foi para o acampamento, a antiga governanta aparece na casa querendo pegar algo que está no porão, mas esse porão não era bem um porão... havia uma passagem secreta que nem a família Park sabia dessa existência e lá morava o marido da governanta por simplesmente 4 anos. Toda família se espanta com esse homem e acabam encurralados caindo na passagem secreta, chamaram atenção da governanta e abriram a boca na hora errada, fazendo isso, a antiga governanta descobriu fácil que eles eram uma família e registrou isso no telefone, o fato dela escorregar o dedo e enviar o vídeo para a Yeon-kyo (dona da casa), fariam eles serem despedidos e até presos...

O modo do marido da governanta pensar, é bastante interessante, pois aquele botão pra ele é como um míssil, e esse míssil acaba com a vida da família, essa cena faz uma apologia ao mundo moderno com a tecnologia atual, um aparelho celular pode acabar com uma vida instantaneamente, e ao decorrer do filme, veremos mais e mais críticas. Então eles recuperam o celular após uma briga e a família liga avisando que voltaria em 8 minutos pra casa pois começou a chover e inundou o local. Lembra do diálogo em que Sr.Park disse para Ki-taek sobre a governanta comer por 2 pessoas? É um detalhe bastante interessante que muitos não perceberam, mas ao decorrer do filme, vemos que é literalmente 2 pessoas.

Quando voltam, eles escondem o corpo da governanta e seu marido que estão totalmente nocauteados dentro da passagem secreta. A aflição que o filme causa nessas cenas é fenomenal, como se estivéssemos no filme, quando a família volta pra casa, todos se escondem perfeitamente. Quando a família volta, estão todos escondidos e Sr.Park começa a falar mal do cheiro de Sr.Kim... ele acaba carregando todas essas palavras na cabeça, e ficava cheirando suas roupas, ele não gostou nem um pouco do que ouviu, só foi gerando mais raiva do próprio chefe. Eles escapam da casa, e logo chegam em casa perante ao caos, a chuva, que para os ricos é uma bênção (segundo Yeon-kyo), é a realidade das classes sociais, pessoas ricas ficam felizes com a chuva, mas as pobres sofrem, para os pobres é o verdadeiro caos.

A família Kim foi convidada para uma festa surpresa de Da-song, e o que era pra ser uma festa surpresa, acaba gerando um trauma para Da-song... Choong-sook queria que Ki-jung fosse entregar comida para a governanta e o seu marido, mas ela foi interrompida pela dona da casa e acaba indo ajudar na festa, mas Ki-woo fez o oposto e carregou a suposta "pedra milagrosa" para o subsolo e acaba a derrubando, e quando ele pega a pedra, se depara com uma surpresa, o marido da governanta o enforcou, mas ele acabou escapando mas não por muito tempo, ele cai perto da saída e o marido da governanta pega a pedra e joga na cabeça de Ki-woo, essa cena detalha que a pedra para ki-woo era milagrosa, ele sempre carregava ela nas mãos, e no final ela se concretiza em cima de sua cabeça. A pedra representa a inocência da classe social mais baixa que foram ingênuos valorizando algo que quase tirou a vida do garoto.

Da-song é um garoto escoteiro e pouco aproveitado no filme, ele é um garoto muito esperto, não é a toa que acabou pintando o rosto do suposto fantasma no quadro e acabou fazendo com que os telespectadores acreditassem que era um "auto-retrato", mas não é bem assim, ele entendia código morse e o suposto assassino enviava mensagens de socorro para o garoto. O assassino foi direto para aonde ocorreu a festa e apunhala Ki-jung no coração, e é aonde a festa realmente começa, resumindo, a família Kim acaba com o assassino utilizando um espeto, e quando a Ki-jung é esfaqueada, é notável que todos os ricos fogem sem prestar socorro, eles simplesmente à deixam e o Kim percebe que essas pessoas ricas só pensam nelas mesmas e se acham superiores.

Mas, o que gerou ódio para Kim, foi quando Sr.Park pegou a chave do seu carro e tapou seu nariz por conta do cheiro de Sr.Kim, naquele momento, ele descontou todo ódio na família Park e acabou esfaqueando o próprio chefe, e logo após vem os arrependimentos... Sr.Kim chora lamentando pelo seu chefe, mas por quê? Porque simplesmente Sr.Park não é culpado pela diferença de classes e acaba lamentando pela sua perda.

O final de Parasita jamais será real, sim, Ki-woo teve que fazer cirurgia no cérebro e foi interrogado, mas saiu ileso e logo depois, encontrou seu pai e Ki-jung foi morta como previsto, mas ele encontrou através de código morse, todos os dias ele enviava essa mensagem através do subsolo da casa da família Park, no final, todos acabaram na miséria, e o fato dele ter planejado estudar e ficar rico para comprar a casa, não é nada verídico, isso jamais aconteceria.

A família é pobre, mas vemos a capacidade que cada membro possui, e ainda assim ficavam tentando chegar aos pés dos ricos para se sentirem bem, mas mesmo que alguém se esforce, não há maneiras tão fáceis de mudarem de classe social, isso se chama meritocracia, essa história de que ele estudou, ficou rico e comprou a casa, é apenas imaginação, as coisas não são tão simples, essa é a realidade do nosso mundo, todas as pessoas possuem capacidade, mas sempre são julgadas e mal aproveitadas.

O filme possui diversos detalhes imperceptíveis, é a verdadeira realidade do mundo atual, e analisando toda essa analogia, sempre haverá conflitos entre as diferenças classes, não há maneiras de se salvar, a única opção é a morte.

Texto: Alessandro Gomes de Arruda Filho 
Aula: Sociologia 
Escola Q. I 
Prof. Odair José.

Análise sobre Patrimônio Histórico Cultural de Cáceres


Por Ellen Caroliny Alves de Lima 

A Cidade de Cáceres é lotada de diversos marcos históricos, patrimônio arquitetônico e, puramente, história. O Patrimônio Cultural, formado por seus costumes e tradições, é, infelizmente, desvalorizado e faz pouca diferença aos cidadãos, que ignoram a importância deste conjunto para a construção do que somos hoje, negligenciando o dever do conhecimento (e ainda assim cobrando direitos que, por vezes, mal sabem a finalidade).

Nossa cidade guarda consigo anos de cultura e história. É de suma importância que nos atentemos a estes detalhes e busquemos, cada dia mais, conhecer e compreender as tradições, festividades, palavreado e costumes do lugar onde vivemos. Temos, localmente, museus, lojas e festas que nos apresentam a cultura em sua forma real. Danças que marcam um estilo regional, bebidas, comidas e práticas, como a pescaria. E essa cultura é, também, abrangente em sua forma imaterial: por meio de relatos orais, conhecemos as lendas e os antigos costumes.

Precisamos parar de dizer que nossa cidade possui uma cultura morta (ou que nem a possui, o que seria impossível) e começar a buscar, no nosso cotidiano, elementos marcantes para a compreensão do que fomos e do que somos formados. Abrir os olhos e ouvidos para enxergar e escutar a riqueza que nos cerca.

Texto: Ellen Caroliny Alves de Lima
Aula de Filosofia.
Prof. Odair José. 
 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

1917 - Filme de Sam Mendes indicado ao Oscar 2020 retrata o alto custo do heroísmo em jornada emocional e autêntica


Não existe relação mais duradoura do que a entre guerras e a indústria audiovisual. Grandes conflitos já foram retratados de todas as formas possíveis - de ensaios sobre a condição humana na Guerra do Vietnã às incontáveis fases de desembarcar nas praias do Dia D nos games. É isso que torna o indicado ao Oscar 1917, de Sam Mendes, tão impressionante. Ele traz autenticidade e emoção a um embate tão complexo quanto a Primeira Guerra Mundial.

Os soldados Blake (Dean-Charles Chapman) e Schofield (George MacKay) são escolhidos pelo exército britânico para atravessar a Terra de Ninguém em menos de um dia para entregar uma mensagem a um batalhão aliado, avisando-o de uma armadilha. O fracasso custaria a vida de 1600 soldados, incluindo o irmão de Blake. É uma premissa bastante “vídeo-gamística”, uma quest de objetivo simples e desafios claros. O longa não tem medo de assumir que sua narrativa se espelha nos games - e nem deveria. Afinal do primeiro Medal of Honor (1999), criado por Steven Spielberg, aos inúmeros Call of Duty e Battlefield, os jogos tiveram que desenvolver linguagem própria para contar histórias de guerra em detalhes e imersão não permitidos por nenhum outro meio. É certo que houve bastante influência de filmes clássicos nesse processo, mas faz todo o sentido que eventualmente os games retornassem o favor. É justamente essa estrutura de missão que faz a corrida contra o tempo funcionar, que segue até mesmo as noções de checkpoints para dar um respiro entre os momentos de ação intensa.

Uma crítica comum aos jogos de guerra é a fetichização da violência (principalmente pelo fato de que é o jogador que puxa o gatilho). 1917 segue no caminho contrário, e dá muito mais destaque ao custo humano do conflito do que ao sangrento espetáculo. Com o relógio correndo, Schofield e Blake correm pelas trincheiras aliadas para enfim começarem sua jornada. Mas cada pequena decisão impulsiva que precisam tomar - como seguir pela contramão, ou entrar em áreas restritas para suas patentes - são o suficiente para fazer até seus colegas militares se voltarem contra eles e puxarem brigas. Naquela altura, faltando mais de um ano para o fim do conflito, a Primeira Guerra Mundial já tinha deixado incontáveis vítimas e um rastro de destruição pela Europa. Os grandes tiroteios haviam esfriado, com ambos os lados enfurnados em trincheiras gélidas tão mortais quanto os campos de batalha, sem suprimentos ou atenção médica.

É evocando esse contexto histórico através da sutileza que o impacto emocional do filme se estabelece. Quando a dupla sobe à Terra de Ninguém, a vastidão da ruína fica clara enquanto atravessam o campo lamacento e devastado em um semi-silêncio opressor, apenas com alguns toques da sombria trilha de Thomas Newman. O longa brilha nesses momentos que desperta o horror da guerra sem se tornar explicativo. A obra é um exercício em evitar a obviedade do subtexto e os atores entendem isso muito bem. Chapman e MacKay se entregam fisicamente aos papéis, algo ainda mais exigente por ter sido rodado em longos takes para criar a impressão de plano-sequência. Mas quem melhor representa a ideia é Richard Madden. O ator de Game of Thrones tem uma pequena, mas importante, participação na obra. Mesmo a conclusão, que poderia ser explosiva e catártica, investe em pontuar a dor e a humanidade de forma bastante contemplativa, sem recorrer a exageros.

O que complementa muito bem a ação e emoção de 1917 é que Mendes escolhe conduzir a história através da ilusão de um plano-sequência. Mesmo que os cortes não sejam bem escondidos, o diretor subverte a fluidez da técnica para garantir que o espectador sinta o mesmo sufoco que os soldados que tentam conquistar um objetivo impossível. A câmera entende a dualidade natural de obras de guerra, que alternam entre discurso humanitário e um certo voyeurismo pela violência. Dessa forma - novamente lembrando a conexão com os games - o espectador é colocado nos ombros de Schofield durante um duelo com um atirador de elite, mas também passeia pelos cenários, entra nas trincheiras, no lamaçal e na traseira de um caminhão militar. A todo momento há algo de interessante na tela, mesmo nos momentos de silêncio narrativo. Isso é triunfo de Roger Deakins (Blade Runner 2049), um dos melhores diretores de fotografia da atualidade. 1917 sequer chega a ser um de seus trabalhos mais notáveis, e mesmo assim é de um altíssimo nível técnico e artístico. Uma batalha noturna nas ruínas de uma cidade francesa, parcialmente iluminada pela destruição do fogo e a luz momentânea de sinalizadores, são algumas das imagens mais marcantes e belas (de uma forma deturpada) dentre os filmes que disputam Melhor Fotografia no Oscar 2020.

Retratar a Primeira Guerra Mundial não é tarefa fácil. Diferente de sua sucessora, é um conflito marcado pela confusão, mudanças políticas questionáveis e poucos “vilões”. Não há heroísmo nas trincheiras e na Terra de Ninguém e 1917 retrata isso muito bem ao demonstrar em detalhes o alto custo humano por trás de todo combate histórico. Após quase morrerem soterrados logo no início da jornada, Schofield e Blake refletem sobre o máximo de honra que receberão por colocarem suas vidas em risco: uma medalha. “É só um pedaço de lata. Não faz diferença pra ninguém”, reclama Schofield. “Não é só um lata. Também tem um pedaço de fita”, retruca Blake. Da forma que o longa imerge o público nos mesmos maus bocados que a dupla, é difícil sair sem concordar que medalha alguma vale tanto sofrimento.

Autor: Arthur Eloi 

Fonte: https://www.omelete.com.br/filmes/criticas/oscar-1917-positiva

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Dois Papas: justos e pecadores


Por Carlos Caldas 

O cineasta brasileiro Fernando Meirelles já tem nome consagrado na história do cinema mundial. Não sem razão foi indicado aos prêmios mais importantes da sétima arte, como a Palma de Ouro no Festival de Cannes por Ensaio sobre a cegueira (2008), adaptação do romance homônimo de José Saramago; por duas vezes ao BAFTA, o “Oscar britânico”, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro por Cidade de Deus (2003) – por este mesmo filme foi indicado ao Oscar de Melhor Diretor –, e na categoria Melhor Diretor por O jardineiro fiel (2006). Agora, com Dois Papas, produção da Netflix de 2019, Meirelles se superou.

O filme é adaptação do livro Dois Papas: Francisco, Bento e a decisão que abalou o mundo, do escritor neozelandês Anthony McCarten (Editora BestSeller). Livro e filme narram os bastidores de um fato impressionante acontecido em 2013: o então Papa Bento XVI, o alemão Joseph Ratzinger, renunciou ao papado, a posição de liderança máxima da Igreja Católica Apostólica Romana, posição esta que, em tese, é vitalícia – em tese, porque a história registra que os papas Ponciano (em 235), outro Bento, o IX (em 1045), Celestino V (em 1294)(1) e Gregório XII (em 1415) renunciaram. Ou seja, a renúncia de um papa é um fato extremamente raro, mas não impossível de acontecer.

Ratzinger sucedeu a João Paulo II no “trono de São Pedro”. Vários vaticanistas, como o norte-americano John Allen Jr(2), observaram que por conta de debilidades físicas sofridas por Karol Wojtyla em seus últimos anos de vida, e por conta de seu poder de articulação na Cúria Romana, Ratzinger já era o papa de facto. De modo que não foi surpresa quando o alemão foi eleito papa em 2005. Surpresa foi quando, oito anos depois, anunciou ao mundo a sua renúncia. Esta surpresa foi seguida de outra, ou melhor, de outras: ele foi sucedido pelo argentino Jorge Mario Bergoglio, uma surpresa tripla, por ser o primeiro papa proveniente das Américas, o primeiro papa jesuíta e o primeiro a adotar o nome de Francisco (o que é no mínimo surpreendente, mesmo paradoxal, levando em conta que o Povorello de Assis talvez seja o santo mais popular do hagiográfico romano).

O filme de Meirelles narra então a curiosa “estória” dos encontros e diálogos entre dois homens que discorda(va)m em quase tudo um do outro, além de serem totalmente diferentes no modo de ser: de um lado, Ratzinger, intelectual sofisticado, dono de grande inteligência filosófica, capaz de articular conceitos abstratos com muita facilidade, teólogo de mente arguta, extremamente culto, de personalidade introvertida, pessoa de difícil relacionamento, isento quase totalmente de simpatia e de empatia, duro, intolerante com quem tem opiniões diferentes da sua, sem abertura para a alteridade. Não é de se admirar que tenha sido apelidado de “rottweiler de Deus” (o filme mostra o próprio Ratzinger fazendo referência a esta maneira como alguns o chamavam). Não é de se admirar também que tivesse ocupado a função de Prefeito para a Congregação de Doutrina da Fé, órgão do Vaticano que em épocas passadas era conhecido como Santa Inquisição. Do outro lado, Bergoglio, homem simples, extrovertido, simpático, de grande experiência pastoral junto ao povo pobre da cidade de Buenos Aires, dotado de uma facilidade muito grande de fazer amizades – o filme mostra isso em uma cena quando Bergoglio está se preparando para voltar de Roma para Buenos Aires e ganha de presente de um jardineiro do Castelgandolfo, a residência de verão dos papas, uma muda de orégano. No filme, Ratzinger é vivido por Anthony Hopkins (com uma lente de contato castanha) e Bergoglio é interpretado por Jonathan Pryce. É simplesmente impossível dizer qual dos dois está melhor, porque são duas interpretações muitíssimo boas. Ambos estão magníficos em seus papeis.

O ponto forte do filme está nos diálogos entre o então Cardeal Bergoglio e Bento XVI, diálogos estes interessantíssimos e inteligentíssimos. Um tanto do que o filme apresenta é ficção de McCarten e/ou de Meirelles, porque o papa alemão nunca conversou com Bergoglio a respeito de sua decisão de renunciar ao papado. Não combina com o perfil de Ratzinger de jeito nenhum querer saber a opinião de alguém sobre uma decisão sua, e menos ainda de uma pessoa tão diferente dele como Bergoglio. É preciso lembrar do óbvio: Dois Papas é um filme, não um documentário. Evidentemente há verdade factual histórica no filme, mas há também recriação e licença poética da parte do autor do livro, do roteirista e do diretor.

O filme apresenta com toda clareza o que os leitores da Bíblia sabem muito bem: “todos pecaram”. Em uma sequência tocante e comovente, com um longo flashback que apresenta Bergoglio como padre jovem em Buenos Aires (Bergoglio jovem é interpretado pelo ator argentino Juan Minujín), este confessa para o papa Bento sobre a postura de subserviência que adotou para com as autoridades do governo militar na Argentina, uma atitude de contemporização da qual veio a se arrepender amargamente. E Bento confessa a atitude complacente que teve para com padres e bispos acusados de escândalos sexuais: ao invés de instituir disciplina eclesiástica, preferiu transferi-los de paróquias e acobertar os casos. Bergoglio o repreende dizendo que ao agir assim Ratzinger se preocupou com o ofensor, mas não com as vítimas. Enfim, o filme mostra como Lutero estava certo ao afirmar que o cristão é simul justus et pecattor. Mas não há no filme nenhuma referência ao envolvimento do jovem Joseph Ratzinger com a Hitlerjugende, a “Juventude Hitlerista”. É bem verdade que a participação neste movimento era obrigatória na Alemanha. Mas Meireles optou por não tocar neste assunto. De igual maneira, o filme apenas arranhou a questão do que ficou chamado de VatiLeaks, documentos e cartas de altas autoridades do Vaticano que “vazaram” para a imprensa por obra de Paolo Gabriele, que à época era secretário de Bento XVI.

Enfim, o filme é uma obra ficcional que apresenta dois modelos de igreja católica: de um lado, Bento XVI como representante e símbolo de uma postura conservadora, tradicionalista, até mesmo engessada, fechada a mudanças, e do outro, Francisco, representando a mudança, a renovação, a preocupação maior com a pessoa humana que com a instituição. O filme humaniza, por assim dizer, os dois papas. A cena de Bergoglio tentando ensinar um enrijecido e desajeitado Ratzinger a dar uns passos de tango é simplesmente impagável. A produção ficou ótima. Como a equipe não recebeu autorização para filmar na Capela Sistina, houve um trabalho primoroso e extremamente detalhado de recriação daquele tão famoso ambiente. A fotografia do filme também ficou muitíssimo boa, especialmente as cenas em Castengandolfo.

O filme tem rendido polêmicas. Não poucas por esquecimento da parte dos críticos do já mencionado fato de que Meireles produziu um filme, não um documentário. Para quem não o assistiu, fica a dica: vale a pena ver.

Notas 

1. No Canto III do Inferno, da Divina Comédia de Dante Alighieri o poeta vê um grupo de condenados que viveram sem procurar fazer o bem e sem procurar fazer o mal. Neste grupo o poeta florentino situa o papa Celestino. 

2. Há pelo menos três obras de John Allen Jr disponíveis em português: Conclave, O livro de ouro dos papas e Dez coisas que o Papa Francisco nos quer dizer. 

Autor: Carlos R. Caldas Filho - É professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da PUC Minas, onde coordena o GPRA – Grupo de Pesquisa Religião e Arte.

Fonte: https://www.ultimato.com.br/conteudo/dois-papas-justos-e-pecadores

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

A crítica de Coringa e seus limites



Gabriel Zacarias 

Atualmente em cartaz, o filme Coringa, de Todd Phillips, foi muito bem recebido por público e crítica especializada. Tem sido, ademais, entendido por muitos como um filme crítico, que exprimiria uma oposição à ordem neoliberal. O filme é bastante distinto dos tantos filmes de super-heróis que são anualmente produzidos em Hollywood. Não há personagens com superpoderes, e poucas cenas de ação. Opta-se pelo drama psicológico. A narrativa é centrada na biografia do protagonista, que desta feita não é o herói, mas sim o vilão. Mantendo estrutura narrativa tradicional e tendo como eixo a identificação com o protagonista, constrói efetivamente empatia com a personagem desajustada de Arthur Flecker. Essa empatia, porém, não é acompanhada de elaboração e a crítica do filme esbarra nos limites do imaginário atual. Não rompe com a domesticação neoliberal da política e figura o coletivo apenas como desordem.

Inteiramente centrado na construção de um protagonista social e psicologicamente desajustado que tende em direção à violência, o filme de Todd Phillips carrega fortes marcas dos filmes iniciais de Martin Scorsese. A escolha de Robert De Niro para interpretar o apresentador televisivo Murray Franklin cumpre aqui uma função de citação. De Niro protagonizou muitos dos primeiros sucessos de Scorsese, e sua presença em Coringa evoca sobretudo dois filmes do diretor norte-americano: Taxi Driver (1976) e O rei da comédia (1983). Há muitas semelhanças entre esse último e o filme de Phillips. Em O rei da comédia, De Niro interpreta Rupert Pupkin, um indivíduo solitário que, assim como Arthur Flecker, mora com a mãe e sonha em ser um comediante famoso. Fã de um consagrado apresentador de talk show, Jerry Langford, interpretado no filme por Jerry Lewis, Pupkin encena em sua própria casa um talk show imaginário – de maneira semelhante ao que faz Flecker quando se prepara para ir à televisão. E assim como Flecker, que se imagina sendo acolhido e abraçado por Franklin, Pupkin se imagina sendo recebido por Langford, que o reconhece por sua genialidade. Em ambos os casos, a figura televisiva substitui o pai ausente. A escolha por apresentadores de talk show não é casual. Trata-se de um programa cujo formato encena o diálogo, justamente o diálogo que está ausente na vida daqueles que se prostram diante do ‘monólogo sem réplica’ da televisão. O filme é ambientado no tempo passado do broadcasting e provavelmente teria que ser repensado se ambientado nos tempos da interação virtual. Naquela época, quando havia um controle muito estrito dos meios de comunicação, o cinema imaginou por diversas vezes o momento disruptivo no qual alguém conseguiria driblar as barreiras das grandes emissoras e transmitir uma imagem indesejada (imaginação nem sempre distante da realidade, atentados políticos acontecendo por vezes perante as câmeras). Um dos tratamentos do tema se deu na representação de personagens inadaptados que projetam a redenção de suas angústias em um ato violento – caso justamente de Taxi Driver. E é esse mesmo motivo que vemos reencenado em Coringa. De Niro, algoz dos filmes de Scorsese, passa agora ao papel da vítima, em um atentado à moda antiga.

Phillips ambienta seu filme em uma época, a virada dos anos 1970 para os anos 1980, e apoia-se sobre o cinema dessa época. Ele escolhe uma vertente em oposição à outra. Opta pela psicologia do indivíduo e pelo assassinato da celebridade, e não pela narrativa conspiratória e pelo assassinato político. Analisando o cinema de então, Fredric Jameson havia notado que a ascensão das narrativas conspiratórias era sintomática de uma falência na compreensão da totalidade. Enquanto a economia unificava o globo sob um mesmo ‘sistema-mundo’, a incapacidade de apreender uma realidade social tão ampla e tão complexa se manifestava nas figurações conspiratórias, que constroem relações de sentido paranoicas e simplificadas. Um exemplo podia ser encontrado no filme Blow Out (1981) de Brian De Palma, releitura do clássico Blow Up (1967) de Michelangelo Antonioni. De Palma substituía a reflexão paciente sobre a relação entre a imagem e o real, presente no original, por uma narrativa conspiratória na qual o mundo não podia mais abrigar a verdade – à representação sobrava apenas o lugar do entretenimento. Em certo momento de Coringa, os letreiros de uma sala de cinema nos indicam que Blow Out está em cartaz.

 O filme de Phillips, porém, parece ter pouco em comum com o filme de De Palma, e a referência a Blow Out talvez sirva mais para indicar as balizas cronológicas da narrativa. Diferentemente dos habituais filmes sobre Batman, Coringa não é ambientado em uma cidade imaginária e de temporalidade imprecisa. Pelo contrário, a Gotham City que vemos na tela é de maneira evidente a Nova York do início dos anos 1980. A escolha não é casual: trata-se do momento histórico de ascensão do neoliberalismo. Momento de falência do Estado e corte dos serviços públicos – como o do serviço de assistência psiquiátrica do qual se beneficiava Flecker – e da projeção política de figuras oriundas do mundo empresarial – como Thomas Wayne, que se propõe a salvar a cidade lançando-se para prefeito. Nesse sentido, há uma proximidade evidente entre a personagem de Wayne e o atual presidente dos EUA, Donald Trump. Foi justamente nesse contexto que Trump se projetou como figura pública, como empresário que propagandeava suprir as deficiências do poder público nova iorquino. Apesar disso, a caracterização da personagem de Thomas Wayne não é propriamente negativa. Mesmo quando Wayne agride Arthur, há justiça nessa agressão. Ele está protegendo seu filho, como fará novamente na cena de seu assassinato – atitude contrária à da mãe de Arthur, que não o protegeu dos abusos do padrasto. Ademais, Wayne se protege com as próprias mãos. Não solicita ajuda de seguranças ou do poder policial, como poderia se esperar por parte de um bilionário. Ele é um sujeito forte e seguro – o exato oposto da personalidade reticente e da corporeidade esquálida de Arthur. Ele encarna a figura do vencedor, aquele que triunfa na competição da sociedade liberal porque tem força e talento para triunfar. Essa caracterização é toda centrada no indivíduo, apagando-se as mediações sociais. Se Wayne se escondesse por trás de policiais e seguranças, veríamos o aparato policial como funcional para a manutenção do poder de classe. Se Wayne tivesse usado sua influência para internar injustamente a mãe de Arthur em uma instituição psiquiátrica, veríamos o poder médico sendo usado como instrumento para garantir uma dominação de gênero. Mas o filme não toma esse caminho. Prefere manter todas as narrativas com certo grau de incerteza e apresentar aquele que está no topo da hierarquia social como forte e dominador, como se seu triunfo fosse oriundo de características individuais e não de uma organização social. Assim, por exemplo, nada se diz sobre a origem da riqueza de Wayne, e tampouco sobre seu projeto político. O descontentamento da população para com ele é motivado por uma gafe, uma fala infeliz na televisão. A partir daí, passa a ser tratado de fascista – dando-se a sensação de que uma acusação símile é sempre vazia.

A manifestação popular entra, portanto, em cena como ressentimento vazio – o ressentimento contra aqueles que “conseguiram ser algo” (“who made something out of themselves”, na fala de Wayne). O que é mimetizado aqui é o movimento Occupy Wall Street, a “revolta dos 99%”, consolidado no atual imaginário norte-americano como figuração da insatisfação popular. Em uma projeção retrospectiva que joga para o passado as figurações da atualidade, as máscaras de palhaço vêm substituir as máscaras de Guy Fawkes, tornadas comuns em protestos após o sucesso do filme V de vingança (2006) e de sua adoção pelo coletivo hacker Anonymous. E no movimento circular entre representação e realidade, não surpreende que máscaras do novo Coringa comecem a aparecer em manifestações populares. Há no filme a intenção de criar um ícone de contrapoder, associando a personagem dos quadrinhos à insatisfação popular. Mas sua elaboração permanece demasiado precária (como era igualmente precária, aliás, a demanda dos 99%).

Aqui nos aproximamos das principais limitações críticas do filme, que são também aquelas de nosso imaginário atual. A política é reduzida à escala doméstica, ao passo em que se perdem as figurações coletivas. O filme produz empatia com a personagem de Arthur Flecker, e torna-nos sensíveis a suas agruras. Mas as mazelas sofridas pela personagem não remetem, em última instância, à ordem social, e sim ao âmbito familiar (sobretudo a partir do momento em que se revelam a loucura da mãe e os abusos do padrasto). Ademais, aquilo que se constrói como identificação com a personagem não pode ser estendido para o âmbito coletivo. Não há articulação entre o protagonista e a massa como personagem. Ou melhor, há apenas uma, que se dá sob a forma da identificação espetacular. A turba se identifica com Coringa como antes Arthur se identificara com Franklin. A identificação espetacular do ser comum com o vivido aparente parece ser hoje a única forma de articulação entre o individual e o social que conseguimos figurar.

Em resumo, a empatia habilmente construída em torno da personagem principal não é extensível à revolta coletiva. A revolta é inteiramente desprovida de razão. É como se a revolta só pudesse existir como ausência de sentido. E como se a coletividade só pudesse figurar como destruição e nunca como construção. “Não há sociedade, apenas pessoas”. O famoso dístico de Margareth Thatcher não é apenas um lema político. Reconsiderado após trinta anos de neoliberalismo, revela uma significação cultural profunda. Designa a impossibilidade de figuração positiva da coletividade. Apenas o individual é figurável. O coletivo equivale, necessariamente, à desordem. A ideologia neoliberal, em inversão cínica, faz do coletivo o oposto do social. Apesar das intenções que possa ter tido Phillips, ao ambientar seu Coringa na Nova York de 1980, seu filme não foge à regra. Sua crítica do neoliberalismo é ainda uma reiteração dos pressupostos ideológicos neoliberais. Manifesta assim um ponto de inflexão unidimensional do imaginário presente. Ao mesmo tempo em que as políticas neoliberais são amplamente sentidas como nefastas, figurações alternativas permanecem raras.

GABRIEL ZACARIAS é professor de História da Arte da Unicamp 

Fonte: https://revistacult.uol.com.br/home/coringa-e-seus-limites/