sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Dom Quixote - Uma história moderna

Por Ellen Caroliny Alves de Lima 
 
    Quixote estudou a ideologia do Coaching incansavelmente durante três longos anos. Era uma válvula de escape para sua falta de sucesso: fingir que sabia como prosperar e levar outras pessoas a acreditar no mesmo. A esposa não aguentara sua obsessão pela Teoria da Justiça Econômica (coisa que ele mesmo havia inventado, e consistia basicamente na velha meritocracia) e o deixara. A filha não queira mais vê-lo, alegando que um pai ausente não merece respeito. Com a família inteira contra suas desilusões, seu amigo Sancho era o único que havia restado.
 
    Todos os dias, em suas discussões cotidianas, na empresa de celulares em que trabalhavam, Quixote apresentava uma ideia utópica e dizia que sabia como derrotar o sistema. Sancho o ouvia, algumas vezes até concordava, mas o puxava para a realidade. "O sistema está aqui desde muito antes de existirmos, meu chapa" Sancho dizia, com cuidado para não magoar o fracassado amigo. "E é por isso mesmo que podemos derrotá-lo! Imagine, nunca antes estivemos tão conscientes de nossa própria situação precária. Podemos causar uma revolução!" Quixote insistia, dia após dia. Sancho o lembrava: "De certo, Quixote, mas onde estão os revolucionários? Mortos! Estão todos mortos". O coach fingia ouvir, mas continuava seus projetos secretamente. 
 
    Numa manhã nublada, Quixote decidiu agir. Juntou seus manuscritos e levou até uma editora. Mãos trêmulas, boca seca, caminhava em passos largos até o escritório do editor. Em uma semana, em cinco diferentes empresas, recebeu cinco "nãos". E lá se foi Quixote para o boteco, injuriado, lamentando-se a qualquer um que passasse. Era sua tragédia, sua aventura mal acabada. O amigo Sancho o encontrou. Precisavam estar na empresa às cinco no outro dia. Então Quixote percebeu o óbvio: estava preso no sistema que ele mesmo havia criado, iludindo-se, para fugir do sistema mundial. 
 
Trabalho de Arte do 1º ano E.M. 
 
Prof. Odair José.

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Entrevista com alunos do 3º ano sobre "Manipulação da mídia"


Prof. Odair José: 
 
"É comum, atualmente, ouvir críticas sobre a pouca profundidade dos programas de televisão ou sobre os excessos consumistas das pessoas. Muitas vezes, considera-se que há uma ligação entre esses fenômenos, pois os meios de comunicação incentivariam, principalmente pela propaganda, o consumo exacerbado, criando novas necessidades. Pode haver, em nossa sociedade, um meio de viver sem ser afetado pela propaganda e pelo consumismo? Justifique sua resposta". 
 
Infelizmente, no mundo atual, é praticamente impossível viver sem ser afetado por algum tipo de propaganda ou notícia, pois a todo momento e em todo lugar tem algo que é desse meio de influência. Por estarmos conectados a todo momento, cada clik pode vir algo a chamar a atenção, fazendo com que isso afete as pessoas. O consumismo acaba nos consumindo a cada dia. (Allif Atala). 
 
Poderia, porém será algo bem complicado principalmente na sociedade contemporânea, pois muito da história mundial já foi influenciada pela mídia e pelo capitalismo, portanto uma iniciativa de mudança agora seria pra daqui uns 50 anos para dar certo. Pensando nesse longo período muitas pessoas iriam passar dificuldades, além de que pode nem dar certo a ideia de sair da influência da propaganda e consumista, pois as pessoas já estão habituadas a isso. (Arthur Marconis). 
 
No contexto atual é notório que o consumismo está totalmente ligado ao desenvolvimento da sociedade, pois é atrás dela que o capital circula e dessa forma fazer com que haja uma estabilidade financeira. Mas é aí que está o problema. Se quanto mais compramos, porque ainda há fatores de problema financeiros?. Logo o consumismo atualmente não é algo benéfico, além de trazer diversos tipo consequências, tais com: a poluição ( por conta das indústrias) , o desmatamento ( na maioria das vezes para fazer um objeto é necessário a retirada de matéria prima da natureza) e entre outras consequências. (Emilly Campos). 
 
Acho que não, só se se isolar de qualquer meio de comunicação e também das pessoas, uma vez que elas mesmo difundem essas propagandas e alentam o consumismo, ex: uma vez que um novo modelo de celular se torna tendência, aqueles a sua volta que o adquiriram vão ficar mostrando esse ótimo produto, que eles acreditam ser ótimo uma vez que o compraram pois se mostrava assim nas propagandas, então naturalmente querem mostrar esse produto aos que estão ao redor por puro status, assim o consumismo vai consumindo as pessoas mesmo que tentem evadi-lo. (Gabrielle Dias). 
 
Acredito que não. Até mesmo em áreas remotas e de difícil acesso é possível encontrar algum tipo de propaganda. O ser humano está cada vez mais alienado, alguns mais que outros, mas todos alienados, comprando itens que não querem de verdade, tornando-se plástico, pessoas superficiais que, pela propagação de um padrão inventado, mudam toda e qualquer característica que as fazem um ser único para tornar-se mais um. (Nicole Leite). 
 
É pouco provável conseguir isso, já que basicamente a sociedade toda já está inclusa nesse sistema, desativar as notificações, pular propagandas e questionar os fatos e notícias apresentados pela mídia são as formas mas comuns para não ser tão influenciado porém esse tipo de comportamento é má visto pelas outras pessoas que muitas vezes sabem que estão sendo manipuladas e simplesmente aceitam esse fato e se deixam ser influenciadas, por esse motivo as pessoas estão tão inseridas nessa visão fechada de mundo que acabam querem excluir quem pensa diferente é por esse motivo que quando aparece alguém dizendo "você está sendo controlado" "não acredite na verdade" geralmente apenas a ignoram ou dão risada pois já estão a tanto tempo dentro da caverna que acham que os outros estão loucos, quem vive sem ser manipulado vive fora da caverna. (Victoria Dias).