Domingo passado fui até o Facão (região turística de Cáceres) passar um dia diferente no sítio e esquecer um pouco a agitação da cidade. Até ai tudo normal, qualquer pessoa pode fazer isso. Na volta observei o Portal Temático na entrada da cidade e não pude deixar de pensar no desperdício de dinheiro público ou, pelo menos, mal aplicado.
Lembrei-me do elefante branco. No antigo reino do Sião, hoje atual Tailândia, era costume o soberano presentear os cortesões em desgraça com um elefante branco, animal sagrado, que não podia ser posto para trabalhar. E como se tratava de presente real, o súdito era obrigado a tratar o animal com todo carinho. Devia dar-lhe o melhor alimento e enfeitá-lo com tecidos e fios de seda, pois o monarca fazia visitas surpresa ao proprietário do elefante para ver como ele estava sendo cuidado. E ai de quem recusasse o presente.
De forma semelhante, o povo cacerense recebeu esse presente das autoridades e tem que conviver com esse elefante. É certo que aquilo parece mais com uma aranha gigante, no entanto, não deixa de ser um mal investimento para uma cidade que tem mais da metade de suas ruas sem asfalto.
A pergunta que permanece sem resposta é a seguinte: que tamanho é a mentalidade de nossos legisladores e operadores do poder executivo. Mais uma vez me reporto a antiga Ponte Branca, símbolo de uma Cáceres antiga e inesquecível, que foi impiedosamente destruida.
Enquanto destroem o patrimôneo que poderia ser explorado para o turismo, constroem obras faraônicas de que a sociedade não precisa.
Texto: Odair
Imagem: Odair
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