segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Condenação


A Condenação pode parecer muito honesta, mas este é o tipo de honestidade que é melhor dispensar”.
Um dos maiores homens, senão o maior, que passou por essa terra ao se deparar com um grupo de pessoas que queriam apedrejar uma mulher que havia sido apanhada em um ato de adultério (em uma sociedade que pregava o apedrejamento de tais atos) apenas disse: “aquele que não tiver pecado que atire a primeira pedra”. Bastou para que aquelas pessoas saíssem, um por um, rumo aos seus afazeres.
O maior erro da humanidade, e isso sem exceção, é o julgamento. Condenamos as pessoas pelas suas atitudes e decisões sem notarmos que poderíamos, e às vezes, cometemos os mesmos erros. A frase acima citada, que me apossei do link de uma amiga de Messenger, mostra uma realidade que não paramos para pensar. Sempre que condenamos uma pessoa pelo seu ato normalmente achamos que estamos sendo honestos. Até que ponto isso é verdade?
É preciso parar para pensar nas nossas atitudes. Freqüentemente vejo pessoas preocupadas em não fazer isso ou aquilo porque “fulano vai pensar isso” ou “beltrano vai achar aquilo”. A sociedade em que estamos inseridos nos levou a esse patamar tão dilacerado a ponto de nos submetermos as vontades alheias. E onde estão nossas próprias vontades?Esse mesmo homem que livrou aquela pobre mulher, tempos depois acabou sendo condenado pela aquela turba, talvez os mesmos que largaram as pedras naquele dia. Isso mostra que a condenação pode parecer muito honesta, mas este é o tipo de honestidade que é melhor dispensar.


Texto: Odair José.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

CÁCERES - PAIXÃO DE POETA


Cáceres, Princesinha do Rio Paraguai falada
Cidade de luzes e encanto
Feita de flores, calor e acalanto
Pelo sol brilhante sempre iluminada.

Banhada pelo Rio Paraguai caudaloso
Cercada de florestas pantaneiras;
Frondosos capins como esteiras,
Lagoas e animais lindos e formosos.

Capital Internacional da pesca
Região pantaneira do Turismo;
Conquistando espaço e patriotismo
Onde todos participam de festa.

Cidade de lindas garotas
D’aquelas que exalam perfume por onde passa;
Sua beleza encanta e realça
Por serem belas, meigas e marotas.

Cáceres, por ti tenho imenso amor,
Pois nesse silêncio que encontro em ti;
Escrevo minhas poesias, feitas aqui

E que um dia terá imenso valor.


Poesia: Odair José. Reg. 052/2008.

sábado, 22 de novembro de 2008

Observar e Pensar


O primeiro passo para aprender a pensar, curiosamente, é aprender a observar. Só que isso, infelizmente, não é ensinado. Hoje nossos alunos são proibidos de observar o mundo, trancafiados que ficam numa sala de aula, estrategicamente colocada bem longe do dia-a-dia e da realidade. Nossas escolas nos obrigam a estudar mais os livros de antigamente do que a realidade que nos cerca.
Observar, para muitos professores, significa ler o que os grandes intelectuais do passado observaram – gente como Rousseau, Platão ou Keynes. Só que esses grandes pensadores seriam os primeiros a dizer “esqueçam tudo o que escrevi”, se estivessem vivos. Na época não existia internet nem computadores, o mundo era totalmente diferente. Eles ficariam chocados se soubessem que nossos alunos são impedidos de observar o mundo que os cerca e obrigados a ler teoria escrita 200 ou 2000 anos atrás – o que leva os jovens de hoje a se sentir alienados, confusos e sem respostas coerentes para explicar a realidade.
Não que eu seja contra livros, muito pelo contrário. Sou a favor de observar primeiro, ler depois. Os livros, se forem bons, confirmarão o que você já suspeitava. Ou porão tudo em ordem, de forma esclarecedora. Existem livros antigos maravilhosos, com fatos que não podem ser esquecidos, mas precisam ser dosados com o aprendizado da observação.
Ensinar a observar deveria ser a tarefa número 1 da educação. Quase metade das grandes descobertas científicas surgiu não da lógica, do raciocínio ou do uso de teoria, mas da simples observação, auxiliada talvez por novos instrumentos, como o telescópio, o microscópio, o tomógrafo, ou pelo uso de novos algoritmos matemáticos. Se você tem dificuldade de raciocínio, talvez seja porque não aprendeu a observar direito, e seu problema nada tem a ver com sua cabeça.
Ensinar a observar não é fácil. Primeiro você precisa eliminar os preconceitos, ou pré-conceitos, que são a carga de atitudes e visões incorretas que alguns nos ensinam e nos impedem de enxergar o verdadeiro mundo. Há tanta coisa que é escrita hoje simplesmente para defender os interesses do autor ou grupo que dissemina essa idéia, o que é assustador. Se você quer ter uma visão independente, aprenda correndo a observar você mesmo.
Quantas vezes não participamos de uma reunião e alguém diz “vamos parar de discutir”, no sentido de pensar e tentar “ver” o problema de outro ângulo? Quantas vezes a gente simplesmente não “enxerga” a questão? Se você realmente quiser ter idéias novas, ser criativo, ser inovador e ter uma opinião independente, aprimore primeiro os seus sentidos. Você estará no caminho certo para começar a pensar.
(Stephen Kanitz, Observar e pensar. Veja, 04.08.2004. Adaptado)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

As Guerras Púnicas


Cartago, colônia fundada pelos fenícios no século VIII a.C., era grande rival de Roma na região do Mediterrâneo Ocidental. Os mercadores cartagineses dominavam o comércio, transformando Cartago num grande entreposto, que contava com uma poderosa força naval e um exército composto de mercenários.
Primeira Guerra Púnica: Os cartagineses ocupavam parte da Sicília. Aproveitando-se de uma disputa que envolveu piratas italiotas e habitantes cartagineses da Sicília, Roma entrou em guerra contra Cartago em 264 a.C. Depois de várias lutas, que duraram 23 anos, Roma venceu a batalha decisiva, realizada na ilha de Égales. Lideradas por Amílcar Barca, as forças cartaginesas tiveram que pagar um pesado tributo aos vencedores e entregar a Roma as ilhas da Sicília, da Córsega e da Sardenha.
Segunda Guerra Púnica: Para compensar as perdas no mar Tirreno, Cartago passou a explorar intensamente as minas de prata da Espanha. Era uma forma de conseguir recursos para a desforra. Na tentativa de evitar novas guerras, uma delegação romana chegou a ser enviada a Cartago, com o objetivo de delimitar as áreas de influência dos dois contendores. Mas a iniciativa não obteve êxito e, em 216 a.C., Aníbal Barca, filho de Amílcar, partiu de Cartago com uma formidável força de sessenta mil homens, mais de dez mil cavalos e grande número de elefantes.
O Exército cartaginês rumou na direção norte e, depois de atravessar os Alpes, derrotou os romanos, conseguindo chegar perto de Roma. Entretando, a rebelião das cidades gregas contra a Macedônia privou Aníbal de um precioso aliado. Aos poucos, o Exército romano foi reconquistando posições até que, na Batalha de Zama. Em 202 a.C., os cartagineses foram finalmente vencidos.
O resultado da guerra foi doloroso para os cartagineses: perderam a Espanha e o resto da Península Ibérica e tiveram que entregar sua esquadra naval aos romanos.
Terceira Guerra Púnica: Na terceira e última guerra (150-146 a.C.), um exército de oitenta mil homens, liderados pelo general Cipião Emiliano, foi enviado à África e reduziu Cartago a uma simples província. A cidade foi totalmente destruída, seus quarenta mil habitantes escravizados e as terras conquistadas divididas entre os invasores. Assim, Roma completou seu domínio sobre todo o Mediterrâneo Ocidental.

Fonte: http://www.geocities.com/icaro32/roma.html

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Ser livre é...


Hoje estava pensando nessa tal liberdade.
Daí me veio a mente os diversos questionamentos que ouço todos os dias a minha volta.
Um dos mais paradoxal diz respeito ao amor: enquanto uns dizem saber o que é ele outros afirmam, categoricamente, não saber explicá-lo.
Na verdade é difícil expressar algo que não vemos.
As pessoas não entendem o que é estar preso a um sentimento onde, por mais que você não queira, não consegue se livrar.
Liberdade é quando você pode sonhar e realizar aquele sonho.
Mais daí entra outra questão pertinente: ora, um sonho já se explica automaticamente...sonho é sonho.
O que se realiza não é sonho é realidade.
Pois bem, voltando a liberdade.
Nas encruzilhadas da vida, cansados de tanto caminhar pela longa estrada, derrepente nos deparamos com o olhar de uma pessoa que acaba de chegar ali naquele exato momento.
O que eu procuro ela procura.
Não existe palavras, apenas a troca de um olhar e isso é suficiente para desestabilizar todo um planejamento.
A partir daquele momento já não podemos andar mais sozinho, a liberdade se foi...somos prisioneiros.
Que coisa mais complicada.
Acontece que, por passar situações semelhantes, as pessoas querem dar palpites dizendo que sabe o que estamos passando...sabe nada.
Nem a outra pessoa sabe.
Só nós sabemos o que realmente passamos (ou também não sabemos coisa alguma).
A agonia de querer ser livre e fazer o que bem queremos.
Mas não temos nem a liberdade de escolher no que pensar.
Outra coisa fundamental nessa questão é o "pré-julgamento" que os externos fazem da nossa situação.
Observam o nosso semblante é, no ato, dizem saber o que estamos sentindo: "Nossa, você viu o passarinho verde? Está tão feliz!". Ou: "Poxa vida, por quem você está apaixonado?"...Caramba, quem disse que estou apaixonado? E se estou, quem disse que é por uma mulher? Pode ser que esteja feliz por que passo por um momento bom de minha vida onde consigo escrever o que gosto.
Adoro falar de sentimento...adoro escrever sobre o mundo, sobre as divagações de um coração anelante pelo prazer de ver as letras surgindo como se fossem automáticas... Sim, é isso! A liberdade que tanto almejo é aquela de poder dizer, sentir e escrever o que quero sem ter que lidar com esse "pré-julgamento" ridículo que prejudica uma alma livre como a minha.
Notaram o paradoxo? Eu falo de alma livre e questiono a liberdade de expressão.

Texto: Odair José.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Reflexões Sobre o Mundo


O mundo nunca é o mesmo um dia depois. Porque?
Os dias nunca retornam, como nunca vão embora...
O mundo não é o que conhecemos,
O que podemos ver prossegue infinitamente,
Nada acaba quando queremos...
Nem mesmo todas as eternidades do mundo
Poderão apagar o seu dia ruim...
Mais, o homem pode voar algumas vezes,
Escrevendo histórias na sua história...
O mundo é um local de brincadeiras a ser conquistado
E, nós somos muito mais do que pensamos ser
E viver é diferente de todas as coisas...

Odair J. Silva

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Diamante de Sangue - Um comentário!


Quando comecei a assistir ao filme, nas primeiras cenas imaginei que era mais um filme idiota que eu iria assistir que seria mais um filme que não mostrava a realidade da vida. Mas no decorrer do filme, conforme as cenas foram passando, então percebi que estava enganada em relação ao conteúdo do filme.
“Diamante de sangue” é um filme que mostra a realidade, mostra como é a vida das pessoas no continente africano. A pobreza, miséria, assassinatos, guerras, a realidade realmente foi mostrada nesse filme.
Tudo que nas cenas foram mostradas é a dura realidade que muitas vezes não sabemos que existe, mas as pessoas que lá moram passam por isso todos os dias.Crianças que deveriam estar na escola, aprendendo o melhor caminho para a vida, estão nas mãos de guerrilheiros. Crianças que são obrigadas a matar, a consumir drogas, a participar de guerras. Aprender geografia assim é interessante...

Leticia - aluna da 8ª série do Centro Educacional Geração 2000.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Falando sobre cinema


Três garotos brincam inocentemente na rua quando são abordados por um carro. Dois homens já de idades e aparentando ser policiais abordam os garotos e os intimidam. Os dois mais espertos conseguem se livrar dos homens enquanto que o mais tímido é colocado dentro do carro e levado para um porão no meio do mato onde é violentado. A vida deles nunca mais será a mesma.


Um homem que trabalha com dinheiro de investidores ouve escondido no banheiro, sobre uma possível barbada numa corrida de cavalos. Com o dinheiro do investidor ele vai até o local e aposta uma grana alta no cavalo que sai na frente da corrida mais sofre uma queda na reta final frustrando o apostador. Acontece que o investidor agora quer receber o dinheiro. Fazer o que pra pagar uma divida dessas?


A mulher vive um momento de dificuldade na vida amorosa e o casamento passa por uma fase de frieza constante. Ao sair num dia chuvoso de casa ela se depara com um homem que a ajuda a pegar os papéis que voaram de suas mãos durante o vendaval. Ao se levantar o seu olhar cruza com o do jovem a sua frente e ali surge um lance que a conduz até a cama do rapaz.


Essas cenas descritas nos parágrafos acima estão, respectivamente, nos filmes Sobre Meninos e Lobos, Ligados pelo Crime e Infidelidade e mostram cotidiano da vida das pessoas que poderiam acontecer com qualquer pessoa.

O cinema, ou melhor, os filmes produzidos pelo cinema e para a televisão mostram cotidianos que não acontece necessariamente com todo mundo, como afirma Cabrera, mas que poderiam acontecer com qualquer um. Esse ponto faz com que paremos e pensamos na realidade constante da vida das pessoas.

O cinema nos possibilita uma visualização de acontecimentos que paramos para refletir. Essa função do cinema é que muitas pessoas ainda não se deram conta da sua importância para o aprendizado dos alunos. Nesse sentido, o cinema é universal e por isso, pensa.

No Projeto que desenvolvo sobre o Cinema na Sala de Aula é esse o ponto crucial para a compreensão dos alunos. A reflexão dos alunos sobre o filme que assistiram deve ser exigida, estimulada e capacitada a ponto deles entender os acontecimentos. A partir desse entendimento passamos a entender a pretensão dos filmes.


Texto: Odair José.


Referência Bibliográfica:
CABRERA, Júlio. O Cinema Pensa. Uma introdução à filosofia através dos filmes. Rocco. São Paulo, SP, 2006.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

V Encontro Regional de História


A ANPUH - Associação Nacinal de História Seção Regional de Mato Grosso estará realizando em parceria com a UNEMAT no Campus de Cáceres o V Encontro Regional de História "Escrita da História" nos dias 10 a 14 de Novembro. No dia 10 as 14:00 é minha apresentação do trabalho "A Vila - O Filme: Ideologia e A Ordem do Discurso" no grupo temático 07: Ensino de História: Temática & Linguagens. Todos estão convidados a assistirem.

Quem tiver mais interesse na programação é só acessar o link: http://www.unemat.br/

Texto: Odair José.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A mulher não é fruta nem flor


Um texto que merece reflexão...


Estamos na época das mulheres-fruta. Nunca se associou tanto a mulher às frutas como agora. O ser humano tem uma necessidade premente de se satisfazer de alguma forma, mesmo que isto seja estranho, anormal e até ridículo. E ninguém melhor do que certas mulheres para resolver este problema nutricional. Frutas, legumes e verduras são alimentos básicos para qualquer pessoa em qualquer situação, daí a associação desses alimentos às mulheres. Comer, na linguagem comum é muito mais do que alimentar: é uma metáfora, uma palavra com duplo sentido que pode significar muita coisa. E isto acaba se tornando um hábito no dia a dia.

O homem, cheio de criatividade, inventa suas histórias, suas brincadeiras e sempre a mulher está presente neste linguajar comum e rasteiro que ouvimos por aí. As músicas, as danças, as piadas sempre envolvem esta criatura extremamente importante a quem devemos a vida. Quanta brincadeira de mau gosto, quanto desrespeito nas rodinhas de amigos comentando nuances da vida alheia em qua a figura sublime da mulher é o "prato do dia". Os meios de comunicação, em geral, divulgam com vivo interesse essas histórias, anedotas e gozações. Tudo feito com muito bom humor e sarcasmo - e muita gente fatura alto em cima disto.

Hoje, muitas músicas são ridículas: não têm nenhum conteúdo útil, são apenas movimentos, danças e apelações. Ninguém sabe a letra da música e nem precisa saber - a órdem é requebrar fazendo insinuações e "usando" a mulher como motivo de chacota. Todo tipo de insinuação é válido, não há limites para este desatino, para esta anomalia. Depois do "tapinha não dói" veio a "eguinha pocotó" e agora é a "dança do créu". Qual será a próxima invenção? Cada vez, mais pessoas aderem a esse tipo de música que é cheia de movimentos corporais e vazia de qualquer sentido ou conteúdo. Sem dúvida, não há nenhum senso crítico - o que há é uma loucura coletiva que não obedece a nenhuma regra ou limite. A mulher está presente nesse ritmo como vocalista ou dançarina e principalmente nas letras pobres, horríveis e de duplo sentido.

Estamos na época da colheita das mulheres-fruta. Laranja, abacaxi, melão, melancia, banana, jaca, jabuticaba, manga, maçã, pera...Têm frutas para todos os gostos. Isto seria até romântico não fosse o desrespeito na forma em que a mulher é vista e tratada. Houve um tempo em que a mulher era representada por flores ou elementos da natureza; agora ela é fruta que é comida, chupada e depois jogada no lixo. E a fruta do momento, ou melhor, a mulher do momento é a garota-melancia. Ela está em alta, porém como sempre acontece, ela será degustada e depois terá como destino a lata de lixo.

A mulher, com certeza, merece muito mais do que este triste e humilhante destino. É preciso respeitar mais a mulher, entretanto é necessário que ela também faça a sua parte e se dê ao respeito como convém.


Cícero Alvernaz.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Sobre Violência Infantil



O olhar de tristeza rompeu a noite de alegria dos moradores da vila.


Durante dias os maradores haviam preparado as festividades para comemorarem o início das chuvas que possibilitavam o plantio das sementes. Aquele ano foi atípico porque as chuvas demoraram cair. Então quando se formaram as primeiras chuvas e os anciões afirmaram que eram nuvens de chuvas toda a comunidade se regozijou.


Quando cairam as primeiras chuvas toda a comunidade agradeceu aos deuses pela ajuda divina e se prepararam para fazer o plantio das sementes. Durante aquele dia os homens prepararam os festejos da festa enquanto as mulheres preparavam as bebidas. Alguns porcos eram assados numa grande fogueira acesa no pátio da vila. Quando os tambores estavam em ponto serem tocados um dos anciões viu a menina chegando.


Seus olhos pequenos e inocentes refletiam o terror. Um medo assustador pairavam sobre o seu rosto mostrando que coisas terríveis aconteceram com ela. Rapidamente o ancião aproximou-se dela e a segurou pelo braço com ternura. Sua linda criança havia sido cruelmente violentada. Com os olhos em um misto de compaixão e revolta indagou a pequena o que tinha acontecido com ela e quem tinha feito tamanha barbaridade. Os olhos cheios de lágrimas da pequena levantou-se e começou a procurar o seu agressor. Todas as pessoas da comunidade agora estavam ao redor da menina. O ancião tentava, ao acompanhar o olhar da pequena, decifrar o enigma. Não foi possível descobrir. Assustada a menina não delatou o seu agressor. O ancião sabia que ele estava entre eles e que mais cedo ou mais tarde descobriria quem roubou a inocência da pequena flor.

Esta história é uma ficção, mas que tem muita semelhança com a vida real. Estou na campanha contra a violência infantil.

Texto: Odair José.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Acontecimentos da Vida


Vou contar uma história de minha vida que aconteceu no ano de 1988 quando tinha 14 anos de idade. Esse relato faz parte da minha autobiografia que estou escrevendo à algum tempo. O tempo cronológico aqui não é fundamental. Conforme vou me lembrando dos detalhes vou repassando. Nós morávamos em Lambari, (que naquela época ainda era distrito de Rio Branco). Meus pais eram separados, eu e meu irmão morávamos com meu pai. Como acontece, meu pai tinha que trabalhar para sustentar-nos, uma vez que ele fazia o papel de pai e mãe ao mesmo tempo.

Meu irmão, márcio, na época estava com 10 anos. Foi uma fase ruim que aconteceu em nossas vidas mas que me ajudou a crescer como homem que sou. Com a separação, meu pai teve muitos altos e baixos. Tinha época em que ele estava com muito dinheiro, outras épocas não tinha nada. Erámos muito inconstantes em relação a parte financeira. Pois nesse ano as coisas não estavam boas. Foi então que meu pai conseguiu um emprego para trabalhar em uma fazenda próximo ao Panorama, um vilarejo que existia entre Lambari e Rio Branco, cerca de uns 10 Km da primeira cidade.

Fomos para a fazenda e meu pai preferiu trabalhar primeiro para receber. Creio que na época ele fez o que achava certo. Se fosse eu hoje faria diferente. Não tínhamos nada para comer a não ser arroz. Foi um período de vacas magras mesmo. Na fazenda (na verdade, uma pequena fazendinha encravada entre outras) tinha uma casa de madeira onde ficamos. O trabalho de meu pai era gradiar a terra e plantar braquiara (capim para pasto). Durante alguns dias ficamos nessa labuta na fazenda.

Sabe quando você não tem nada mas mesmo assim é feliz? Pois bem, posso afirmar isso desse período. Eu corria na terra arada nos finais de tarde olhando o pôr-do-sol e imaginando o que seria da minha vida quando ficasse adulto. Sempre fui um sonhador. Desde pequeno as histórias de aventuras me fascinavam. Eu imaginava vários cenários para a minha vida futura.

Lá foi onde eu dirigi pela primeira vez. Sim foi um tratorzinho Valmet, se não me engado, 65. Uma tarde enquanto jogava a semente na terra arada meu pai me chamou e mandou que eu subisse no trator e o observasse. Ele deu uma volta no terreno onde gradiava naquela tarde e quando deu a volta completa ele parou, desceu do trator e falou:

_ Agora é com você.

Claro que fiz um zigue-zague nas primeiras voltas mais consegui dirigir e gradiar. Depois disso trabalhei com Trator grande de todas as marca, desde Valmet até o CBT. Inclusive até com Motocana.

No entanto, a vida ali naqueles dias não era uma maravilha. Conforme os dias iam passando, o arroz puro, as vezes com mandioca, não sustentava. Não sei quantos dias exatos passamos ali, mas creio que mais de 20 dias foram. Um dia, acho que era um sábado de manhã estava com meu irmão, sei lá, acho que brincando, quando observamos um mangueiral que tinha cerca de uns 2.000 metros de distãncia. Não sei o que, mais alguma coisa nos instigou air lá. Claro que já tínhamos visto aquele pomar várias vezes, mas tínhamos receio de cachorros ou de pessoas ruins. Quem vai saber. Como que combinássemos caminhamos até lá. Era uma casa onde morava um pessoal e que nos deu algumas coisas como laranja, ovos e...inesquecível, um queijo!

Eu nunca mais comi um queijo tão gostoso como aquele. Saboroso. Sabe quando você coloca um queijo frito com arroz? Uma delicia.

Aquelas pessoas naquele dia foi como uma salvação para nós. Não esqueço jamais, mesmo não sabendo quem são. Acho que dias depois o dono da fazenda apareceu por lá com uma compra que meu pai tinha pedido, mas aquele queijo...

Pois bem, na fazenda tinha um riacho que passava bem no fundo do quintal da casa. Dois fatos curiosos aconteceu nesse período ali...os quais contarei em breve. Não percam os próximos capítulos!!!
Texto: Odair José.

domingo, 19 de outubro de 2008

Religião e Política


Engraçado como vivemos em um mundo hipócrita mesmo. Fiquei admirado vendo os comentários de alguns "religiosos" do Brasil em oposição a um projeto de lei que tramita no congresso nacional.

O PL 2623/2007 é, de fato, polêmico por que atinge o orgulho de religiosos no Brasil. Segundo o projeto é preciso alterar a nomenclatura de "padroeira dos brasileiros" e deixar apenas "padroeira dos católicos". Claro que os católicos se arrepiaram logo, logo. Andei vendo alguns dos comentários e críticas das principais redes de comunicação do Brasil. O que eu não concordo é quando dizem que o deputado está errado. Tem uns que até questionam o fato de o autor do PL ser professor. Pois eu venho aqui, defender algumas idéias com relação a esse fato:

Primeiro. Considero o autor do PL um homem de caráter. O Professor Victório Galli Filho foi meu professor de Teologia e, antes de chegar ao Congresso ele já defendia essa visão. O que concordo com ele. Não se pode denominar uma "padroeira" para a nação uma vez que nem todos compartilham com essa idéia.

O Brasil foi colonizado, de fato, pelos católicos, aprendeu a alfabetização pelos jesuítas e se considera a maior nação católica do mundo. Acontece que aqui também vieram os holandeses e ensinaram o protestantismo na época da colônia. A partir do início dos anos 1910 o Brasil recebeu uma leva de missionários protestantes que disseminaram uma nova religião. O fato concluso é que, a cada ano, o catolicismo perde grande parte dos seus fiéis. Sem contar que boa parte dos que se dizem católicos, nunca foram em uma igreja. Não estou aqui combatendo religião. Estou revelando dados e mostrando a História.

Segundo: O PL do Professor Victório é apenas para que mude a denominação. Ou seja, para aqueles que crêem na santa, ela continuará sendo a padroeira deles. Para aqueles que não crêem e nem compartilha com a idéia (como eu) as coisas continuam normais. Não vejo polêmica no PL. Acontece que pessoas fanáticas acham que o PL atinge os seus princípios e questionam...Por que não questionaram os outros projetos do Deputado. Aliás, ele tem outros projetos bastante interessante. O que deveriam fazer é acompanhar o que o seu representante faz no Parlamento. Sim, eu votei em Victório Galli Filho e fico feliz em ver que ele está fazendo alguma coisa. Acompanho os seus projetos e estou vendo que o meu voto não foi jogado fora.

Para finalizar, quero deixar bem claro que respeito toda forma de religião apesar de não concordar com nenhuma. Assim como afirmou Marx, dizendo que a religião era o ópio do povo na época dele, creio que continua sendo a cocaína do povo. Religião nunca salvou ninguém, não salva e, ao longo dos tempos, é a causa de todos os conflitos na Terra. Felipe II da Espanha confiava no catolicismo para derrotar Elizabeth da Inglaterra porque ela era protestante e considerada bastarda. Suas naus, (a maior da época) sucumbiram próximo a ilha da Bretanha. Deus era protestante e apoiava Elizabeth? Não. Creio que ele combateu o prepotente Felipe II.


Texto: Odair José.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Dominação


Neste espaço quero parodiar uma canção antiga que, creio fazer sentido neste momento. Ao longo da trajetória humana em estabelecer verdades e planejamento de melhora o que vemos é a caminhada rumo aos mesmos procedimentos. Existe um cinismo que tenta nos enganar do decorrer do dia-a-dia, confesso que estou cansado disso. O regime das oferendas capitalista está levando ao abismo e eu não quero ser parte integrante desse crime. Durante o Regime Militar instaurado no Brasil nos anos 60 e 70 houve uma série de atos institucionais que foi o cúmulo da incompetência. O mesmo acontece nos dias de hoje onde vemos atos insanos acontecerem a todo instante. Esses atos acabam revelando as margens do incerto. As paródias e falação dos políticos que prometem, prometem e nada fazem continua a fazer parte da cultura brasileira. E acreditamos. Eles falam e não vemos nada de novo acontecer. O povo caminha para a grande falência!
O grito de guerra é esse...
Não aborte os seus ideais
No ventre da covardia
Vá a luta empunhando a verdade
Que a liberdade não é utopia!
As pessoas querem se esconder e ninguém ousa desafiar o sistema. Os camuflados e os samaritanos levam-nos a fatalidade. Ignoram o holocausto da fome, das crianças abandonadas a própria sorte nas ruas das grandes cidades tiram do futuro a prioridade, isto é, o sonho de uma vida digna em um país mais justo. Os trabalhadores, cada vez mais sugados e escravizados pelo sistema não conhece os lucros pois esses não são repassados a eles. Acontece que se entrarmos nesse jogo político seremos, de fato, síndicos dessa massa falida.
Não aborte os seus ideais.
Existe uma vontade imensa de setores da sociedade em combater essa mediocridade tão corrosiva. Pessoas que pensam em liberdade de vida como eu. Pessoas que querem mudar o rumo da nação. Junte-se a nós: Solte o grito de guerra. Vamos lutar contra esse sistema cruel e sanguinolento...Os seus ideais é a base para a vitória contra a dominação capitalista e a liberdade não é utopia.

Texto: Odair José.

Fonte: Música: Massa Falida - Duduca e Dalvam.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Professor


Olhando pela janela tentando contemplar aquela que iria me orientar... Me falaram tanto dela... Olhos claros sob um óculos fino em um rosto de anjo, A visão que me ensinaram a esperar. A turma anterior tinha afirmado que ela era uma excelente professora. No meu primeiro dia de aula fiquei imaginando como seria. Na escola a maioria era professoras. A turma, assim como eu, estavam todos ansiosos. Afinal, era o primeiro dia de aula. Derrepente ouvimos os passos. Um pouco diferente dos passos macios que os colegas nos informaram... Um jovem senhor adentrou a sala sob o olhar de surpresa de toda turma. - Bom dia turminha!











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O tempo passou, Hoje sou um professor. Vida nada fácil. Enquanto a maioria das pessoas estão dormindo ele está lendo, pesquisando e se informando para que sua aula seja proveitosa. O que importa é que, no futuro, possa ajudar alguns dos alunos em sua trajetória de vida! Todos os profissionais da vida passa diante de um professor. Até Alexandre, O Grande, para conquistar o mundo de sua época passou pela orientação de Aristóteles. O que acontece é que boa parte deles (dos profissionais) quando alcança seu status esquecem de seus mestres. Se lembrassem, os professores não precisariam de todo ano estarem reivindicando uma melhora em seus ganhos.

Texto: Odair José.

domingo, 12 de outubro de 2008

As Ruínas - Um Breve Comentário Sobre o Filme!


No último bimestre tenho trabalhado a história dos povos pré-colombianos com a turma da 6ª série na disciplina de História. É um dos assuntos que mais gosto dentro da disciplina de História. Dentre os povos pré-colombianos falamos muito sobre os Maias e seus rituais que os pesquisadores, até hoje, tentam desvendar. Dentre as minhas pesquisas deparei-me com a sinopse do filme As Ruínas, produção que chegou aos cinemas neste ano de 2008. Li muito sobre a crítica do filme e os comentários das pessoas que o assistiu. Observei os prós e contras do filme. Então, resolvi assísti-lo para ter as minhas conclusões. O gênero de terror não me fascina muito, apesar que achei o filme nem tanto assim de terror, mas gosto de ver quando acho o tema interessante. Neste ano três títulos me chamaram a atenção: Fim dos Tempos, O Nevoeiro e As Ruínas, dos quais já assisti os dois últimos.

As Ruínas não é o que esperava ser. Dão pouca ênfase a cultura maia e não explicam o porque das plantas serem assassinas. O que dá vida as plantas? Sacrifícios humanos? Esperava que pudessem dar uma maior visualizada no que foi a civilização maia.

No entanto, nem tudo é ruim no filme. Com ele é possível perceber, mais uma vez, a ideologia americana de que "não vão deixar que quatro americanos morram num lugar desses". O mesmo discurso encontramos nos "Turistas" que têm os seus orgãos arrancados em uma floresta brasileira e nos jovens presos em algum país do Leste Europeu no filme "O Albergue". Outra coisa é a questão das coisas precárias que esses filmes tentam passar...isto é, sempre mostram as coisas mais feias nos países de terceiro mundo. Mas isso é ideologia.

O filme, no meu ponto de vista, é um bom texto para discussão uma vez que nos oferece respaldo para questionarmos uma infinidade de argumentos ideológicos.
Texto: Odair José.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A Ordem do Discurso n'A Vila


O objetivo deste texto é fazer uma análise do filme A Vila, longa metragem, produzida em 2004. Segundo a sinopse do filme No final do século XIX existia uma vila cercada por florestas em todos os lados. Os habitantes de lá fizeram um pacto para nunca saírem da vila, pois na cidade reinava a violência e o medo. O que eles almejavam era a criação da sociedade perfeita. Funcionando como contraponto à tranqüilidade da vila, há as criaturas, ou "aquelas-de-quem-não-falamos", seres aterrorizantes que vivem nessas florestas. Entre os habitantes e as criaturas há um acordo muito simples: ninguém invade o território de ninguém.
O filme se passa na zona rural da Pensilvânia em 1987, e conta a história de um pequeno vilarejo de Covington, com a pequena população de 60 pessoas, rodeada por uma floresta onde se acredita haver criaturas míticas habitando o lugar. A história ainda conta o romance de Kitty, a filha do líder do vilarejo e de Lucius, um jovem rapaz. Os dirigentes da cidade possuem uma política de restrição bem forte: todos são proibidos de adentrar a floresta, ou seja, todos os habitantes da vila viveram toda a sua existência isolados do restante do mundo, já que ninguém do exterior pode entrar lá também. Há um monte de postos de vigia, que servem tanto para afugentar as criaturas como para se certificarem de que ninguém tente fugir da vila. Entretanto, o vilarejo começa a ser ameaçado quando Lucius começa a questionar sobre o confinamento completo das pessoas de lá.
Alguns pontos podem ser problematizados sobre esse filme. Partimos da identificação da visão de mundo e da cultura dos habitantes da vila. O que percebemos no filme é que as pessoas têm uma visão sobre a natureza. Existe um medo em colocar as mãos em flores vermelhas porque aquela é a cor daqueles-que-não-falamos. Os habitantes da vila também têm os seus rituais com relação ao casamento e a escolha do noivo e da noiva. A filha do patriarca, por exemplo, pede permissão para namorar o jovem Lucius porque está apaixonada por ele mesmo sabendo que quem deveria casar com ele era sua irmã. Outra coisa é com relação à visão deles sobre a morte. Em que esfera eles temem a morte? O que fazer diante dos acontecimentos que desenrolam na vila? O medo é constantemente presente na vida deles. Durante o casamento enquanto estão festejando e o sino toca um medo terrível cai sobre eles e cada um procura o seu refúgio.
No filme encontramos a questão da deficiência. A jovem Ivy, por exemplo, é cega. Da mesma forma, Noah Percy parece um doente da cabeça. Observando esses deficientes é possível estabelecer uma reflexão sobre as formas de integração social deles na sociedade da vila. A moça tem uma paz de espírito surpreendente e, mesmo sendo cega, parece enxergar melhor do que os outros. Noah, por outro lado, é obcecado por Ivy e ao ver ela nos braços de Lucius comete uma loucura, talvez até sem pensar.
A sociedade da vila é um bom motivo para reflexão. Identificamos os valores morais que sustentam essa sociedade. Na vila existem algumas regras que são seguidas ao pé da risca. Por exemplo, não se pode entrar na floresta. A partir do momento em que alguém entra na floresta os habitantes da floresta poderão atacar a vila. Essa regra é obedecida mais por medo do que por obediência mesmo. Não é possível perceber, a não ser no final, que existe um discurso que mantêm as pessoas longe da floresta. O discurso é o medo. As pessoas mais jovens e que nasceram na vila, não conhecem a cidade e a civilização, vive sob um manto escuro de um segredo que a todo o momento perpassa pelo filme.
Mas como diz o ditado, regras são feitas para serem quebradas, chega um momento em que não é possível mais manter as aparências. Notamos isso quando o jovem Lucius, esfaqueado por Noah está às portas da morte. Ivy, sem pensar duas vezes solicita do conselho que a deixe ir até a cidade buscar remédios. A partir do momento que ela sai em direção à cidade parece que o segredo vai ser revelado. O fato que acontece a seguir acaba confirmando o segredo para sempre. O que era uma montagem para prender as pessoas na vila acaba sendo confirmado a partir do momento em que Noah se transforma no monstro em que eles imaginavam existir na floresta.O filme nos faz questionar o porquê das pessoas acreditarem na vida em que levam. Os anciãos da cidade têm os seus segredos, as suas revoltas por terem perdidos seus entes queridos na cidade e tentam levar uma vida diferente na vila. No entanto, para manter os jovens ali é preciso sustentar uma inverdade. As razões que levam Ivy e Noah encenarem o jogo infantil que resulta na morte de Noah é a razão que pode perpetuar o discurso de não invasão da floresta. Ao voltar com os remédios, Ivy é uma sobrevivente e só sobreviveu por causa do amor. É isso que o filme nos repassa no final.

A análise do filme A Vila, longa metragem, produzida em 2004 pode ser pensada no contexto de “A Ordem do Discurso” , obra de Michel Foucault. podemos problematizar as ideologias que encontramos no filme repassando nas aulas de História. O cinema possibilita ao professor uma gama de recursos para se trabalhar o cotidiano das pessoas. O filme A Vila tem um discurso que envolve os personagens principais e que podem ser problematizadas dentro da perspectiva do livro de Michael Foucault onde destacamos o poder que envolve um discurso. Alguns pontos podem ser problematizados sobre esse filme. Partimos da identificação da visão de mundo e da cultura dos habitantes da vila. A sociedade da vila é um bom motivo para reflexão. Identificamos os valores morais que sustentam essa sociedade. Na vila existem algumas regras que são seguidas sem questionamentos. O filme nos faz questionar o porquê das pessoas acreditarem na vida em que levam. Os anciãos da cidade têm os seus segredos, as suas revoltas por terem perdidos seus entes queridos na cidade e tentam levar uma vida diferente na vila. Foucault, num esboço histórico, afirma que, durante os primeiros séculos da civilização ocidental, verdadeiro era aquele discurso que era proferido pelo indivíduo habilitado, ou seja, a verdade pertencia àquele que era autorizado a dizer a verdade. Na Vila, os anciões assumem esse papel.


Texto: Odair José.

domingo, 28 de setembro de 2008

Falando de coisas impensadas


Hoje só queria produzir um texto para postar no blog. Afinal, faz dias que não posto nada lá. O tempo tem sido muito corrido. Estou cansado e não consigo fazer tudo que tenho para fazer. Estou devendo o artigo da viagem que fizemos rio abaixo dias atrás, o texto sobre corrupção que estou trabalhando com minha turma de História e Geografia e, principalmente, o texto sobre as memórias de infância e adolescência que ainda falto fazer.
Perguntei-me durante o dia o que escrevo? Então resolvi elaborar um texto sobre o impensado. Sim, o impensado. Passamos dias, semanas, meses e até ano elaborando planos, fazendo planejamento e desenvolvendo projetos que, muitas vezes, não acontecem ou não são realizados por uma diversidade de acontecimentos. De outro ponto de vista, às vezes nos pegamos de surpresa com coisas que não planejamos.
Ontem meu filho quebrou o braço. Isso foge do planejamento. E por que foge? Por que não queremos pensar que isso pode acontecer. Isso é uma coisa impensada. Outra coisa impensada é a reação dele. Não fez alarde, não deu trabalho. Coisas impensadas acontecem a toda hora. Quando que imaginamos que isso pode acontecer. Acontece e temos que dar jeito na situação. O caos não pode se estabelecer. Lembro-me de uma vez quando era adolescente e morava lá em Lambari D’Oeste, próximo ao campo de futebol tinha uns pés de seriguelas onde gostávamos de subir. Um belo dia despenquei de um galho e fui ao chão. Quando percebi estava estatelado no chão. Não me machuquei. Só foi um susto. O galho amorteceu minha queda. Hoje imagino. Naquele dia poderia ter quebrado um braço ou uma perna. A altura possibilitava isso. O Samuel caiu de uma altura dez vezes menor e mesmo assim quebrou o braço em dois lugares. Mais uma vez concordo que tudo tem o seu tempo e lugar embaixo do sol. Nada acontece por acaso e fora do tempo.


Texto: Odair José.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

INDEPENDÊNCIA OU LIBERDADE!!!

No alvorecer de um dia de setembro,

Um brado de liberdade é solto no ar.

O anseio das almas oprimidas de uma nação soberana é exposto

Nas margens de um rio.

Almejamos a liberdade e, como nacionalistas, amamos a nossa nação...

Nação brasileira que se orgulha de si.

Ao ouvir o brado de independência sabemos que já não precisamos carregar o peso dos colonizadores sobre nossos ombros...

Temos um futuro pela frente que nos reflete de esplendor...

Com o Grito do Ipiranga a nossa independência é proclamada.

Séculos de exploração são desfeitos pela coragem de um povo que sonha e batalha pelo seu sonho.

Século depois paramos para refletir sobre a independência.

Somos realmente independentes?

A independência nos deu liberdade?

A liberdade é o fruto de almas ansiosas.

A liberdade de um povo é demonstrada através do respeito e consideração pelos nossos irmãos.

Livramos-nos do jugo português. Do jugo pesado do colonizador. Mas será que conseguimos nos livrar do jugo da opressão dentro da nossa própria nação?

A cada 7 de Setembro, ao retumbar dos tambores, dos desfiles nas praças comemorativas, devemos parar e nos perguntar se realmente somos livres.

Próximo de completar 200 anos da nossa independência é possível questionar essa noção de liberdade.

Liberdade e independência. O que essas palavras têm em comum? Somos realmente uma nação independente?

Nossa Geração 2000 tem a missão de difundir o ideal de independência do nosso país.

Brasil que nos faz orgulhar a cada vez que toca a canção do Ipiranga. Brasil que almeja, de fato, a sua independência moral, cidadã e democrática.

Texto: Odair José.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Sobre a Índia...


Um país exótico e muito curioso. Meus alunos da 8ª Série estão estudando esse país nesse bimestre e amanhã é uma prova oral. Me perguntaram qual será as perguntas. Eis algumas:
1. As características da sociedade indiana é única ou podemos comparar com a sociedade brasileira, chinesa ou estadunidense?
2. Quais diferenças podemos observar nessas sociedades?
3. Qual a localização da Índia em relação a Linha do Equador?
4. As ilhas atingidas pelo tsunami em 2004 na Índia e formam um conjunto de países considerados como subcontinente. Por que?
5. Por que a Cordilheira do Himalaia é considerado "o teto do mundo"?
6. A religião na Índia.
7. A vaca, animal sagrado na Índia, simboliza o que para os indianos?

Essas e outras perguntas devem nortear o interesse dos mesmos para o conhecimento da Geografia e História da Índia o que, acredito, os ajudará no futuro.

Prof. Odair.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

NÃO ABANDONEI O BLOG...

Prezados leitores, amigos...
Não abandonei o blog, muito pelo contrário...considere como um tempo. Voltarei com novas idéias para discutirmos nesse espaço.
O que aconteceu é que estou passando por uma fase de transformações na vida e isso acaba refletindo no que vamos escrever...retorno das aulas, alteração no PCCS, mudança de casa e diversas outras coisas tudo em um curto período de tempo.
Mas em breve estarei de volta...tenho já alguns artigos novos que pretendo postar aqui para discussão...na verdade, quero abrir a "caixa de ferramenta"...
Em breve o retorno!!!
Um abraço a todos!!!

segunda-feira, 28 de julho de 2008

AMIZADE!


Muitas pessoas irão entrar e
sair da sua vida ,
mas somente verdadeiros amigos
deixarão pegadas no seu coração.


Para lidar consigo mesmo,
use a cabeça;
para lidar com os outros,
use o coração;
raiva é a única palavra de perigo...


Se alguém te trai uma vez,
a culpa é dele;
se alguém te trai duas vezes,
a culpa é sua.


Grandes mentes discutem idéias;
mentes médias discutem eventos,
pequenas mentes discutem com pessoas.


Quem perde dinheiro,
perde muito;
Quem perde um amigo,
perde mais;
Quem perde a fé,
perde tudo ...


Jovens bonitos são acidentes da natureza;
Velhos bonitos são obras de arte.
Aprenda também com o erro dos outros,
você não vive tempo suficiente
para cometer todos os erros.


Amigos você e eu...
Você trouxe outro amigo...
Agora somos três...
Nós começamos um grupo...
Nosso círculo de amigos...
E como um círculo,
não tem começo nem fim...


Ontem é história;
Amanhã é mistério,
Hoje é um presente,
É por isso que é chamado presente...

Autoria: Desconhecida

terça-feira, 15 de julho de 2008

ÚLTIMOS DIAS DE CÁCERES - PARTE IV


Era um sorriso amarelo. Totalmente sem graça mesmo.

Os olhos estavam vermelhos. A droga injetada no corpo fazia efeito. Pareciam olhos de demônios. O semblante era de tormento. De alguém que há dias não se alimentava. Parou sobre os escombros e percorreu as ruínas com aquele olhar de coiote. Precisava encontrar algo para se alimentar. Não era de uma estatura muito grande mas mantinha um corpo atlético. As roupas estavam rasgadas e sujas.

O sol surgia no horizonte perdido. Fumaças ainda ofuscavam a visão de quem tentava ver o que realmente havia acontecido na cidade. Destroços espalhados por todos os lados denunciavam o tamanho da destruição. O homem sabia que pouca gente, ou quase nenhuma pessoa teria sobrevivido àquela maldita explosão. Lembrava de pouca coisa que fazia quando foram surpreendidos com o estrondo.

Caminhou um pouco por entre os restos de carros, bicicletas e prédios despedaçados por todas as partes. Via pedaços de pessoas e o mau cheiro já atraia um bando de urubus que rondavam o céu da cidade.

Deparou-se com os destroços do Supermercado Juba. Encontrou algumas latas de sardinhas, salsichas e outros enlatados. Abriu uma delas e começou a se alimentar. Notou que havia uma mistura imensa de produtos de supermercado, Dvds e roupas misturadas com pessoas. Pensou no que as pessoas estavam fazendo na hora da explosão. Comprando no supermercado, escolhendo um filme para assistir ou experimentando uma roupa. O que era a vida?

Estava terminando de comer a sardinha quando ouviu um barulho de vozes. Olhou para os lados. Levantou-se. Foi quando ele avistou as duas garotas. Pareciam perdidas. Uma era branca e a outra um pouco mais morena. Pelo olhar dele viu-se um pouco de malícia. Gritou e as garotas olharam para ele. Elas caminhavam sem rumo definido e pararam assim que ouviu o grito do homem. Por um instante elas olharam para ele com atenção. Um misto de desconfiança e receio se apoderou delas. O que fazer numa situação dessas. As pessoas todas mortas a sua volta e um ser totalmente assustador a sua frente. Uma olhou para a outra esperando uma solução para o impasse.

- O que foi garotas? – disse o homem – não vai me dizer que depois de tudo o que aconteceu ainda está com medo de mais alguma coisa ruim acontecer? Venham se alimentar.

Elas olharam em volta e viram os destroços do supermercado espalhados por todos os lados. Mesmo receosas elas se aproximaram do homem. Um mistério envolvia aquele personagem.

Texto: Odair José.

Só depende de nós...


"Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje.

Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a
poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o
desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo.

Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus por ter um teto para morar.

Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar.

O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma.

Tudo depende só de mim."

(Charles Chaplin)

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Visão de Cáceres...


Cheguei hoje na Princesinha do Paraguai.

Depois de alguns meses distante da cidade e de um dia inteiro de viagem...(900 km de Nova Xavantina aqui), descansei um pouco e já estou pronto para o batente outra vez.

Cáceres, que esse ano completa 230 anos, é uma cidade histórica e cultural. Suas ruas e casarões centenários têm muitas histórias para contar.

Amo cada espaço dessa cidade e sinto-me bem quando estou aqui... Parece que existe um mistério nessa cidade que encanta e seduz as pessoas que por aqui passam.

Este ano quero contar muitas coisas sobre a cidade... Afinal, não é qualquer cidade que tem 230 anos de Histórias para ser contada.


Texto: Odair José

quinta-feira, 3 de julho de 2008

EU QUERO GENTE DE VERDADE


Eu quero mais que uma palavra
Quero gestos sinceros
Quero olhar nos olhos...
Eu quero mais que uma poesia
Quero amizade verdadeira
Seja noite, ou seja, dia...
Eu quero gente que venha sempre
Quando menos achar que eu preciso
Não quero gente que apenas peça
Mas gente que também agradeça
Não quero gente que sorria
Quando eu estiver sorrindo
Isso é fácil!!!
Quero gente que chore
Quando eu estiver chorando.
Não quero gente que não diz o que pensa
Só pra não magoar...
Verdades doem menos que frases falsas.
Não quero gente que venha pra ter números...
Mas gente que venha por de fato
Me querer bem.

(Sirlei L. Passolongo)

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Defesas de Monografias - HISTÓRIA na UNEMAT


Quero parabenizar todos os acadêmicos de História que estarão defendendo as suas monografias neste semestre. Parabéns por terem chegados nesse momento tão sublime. Em especial quero destacar as defesas do meu amigo Leandro e sua reflexão sobre a Avenida Sete de Setembro, um espaço de grandes histórias no coração de Cáceres. Também ao meu amigo Rogério Gabilam e a excelente idéia de problematizar os Heróis em Quadrinhos, em destaque os que sofreram as ideologias da Guerra Fria. Olha, meus parabéns a vocês. Isso mostra que a compreensão histórica é fundamental para o desenvolvimento da sociedade.

Texto: Odair José.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

A IGREJA DO DIABO - parte I


Aconteceu em um dos mais pobres bairros da cidade de Cáceres no Mato Grosso por volta do ano de 2007. As pessoas que povoaram o bairro eram, na sua maioria, pessoas pobres advindas de diversas partes da cidade onde não conseguiram o seu espaço em outras épocas. Os terrenos, aos poucos foram sendo ocupados. Em pouco tempo havia uma pequena cidade onde antes era só mato. Casas de madeira, papelão e folhas de bacuri faziam à comunidade daquele bairro.

Assim, aos poucos foram surgindo pequenos comércios, vendas e botecos que vendiam produtos para a comunidade do bairro. Os botecos, por sua vez, ficavam lotados de cachaceiros e vagabundos que não gostavam de trabalhar. Com o tempo e a consolidação do bairro, marginais e fugitivos da prisão buscavam refugio naquele lugar. Meninas de menores se envolviam na prostituição e os viciados em drogas também encontravam espaço para utilizar os seus produtos na maior liberdade uma vez que a polícia raramente passava por lá.

Mas no bairro também tinham coisas boas como pessoas de bem. Essas pessoas apenas não haviam tido sorte na vida e sofriam com esse caos que se instalou nesse local esquecido por Deus e pelas autoridades. Foi então que aconteceu o fato.

No bairro se instalou várias igrejas protestantes. Assembléia de Deus, Congregação Cristã no Brasil, Adventista, Deus é Amor, entre outras. Também uma comunidade da Igreja Católica se fazia presente no bairro. Curiosamente, no centro do bairro um lote de grande proporção se mantinha intocado. Nada no lote era construído. A curiosidade tomava conta das pessoas ao ver aquele lote vazio e que ninguém tinha coragem de tocar.

O tempo passou e algumas casas grandes e bem feitas surgiram ao lado do lote. O bairro continuava um caos e com o passar dos tempos ia ficando cada vez pior. A polícia, de vez enquanto fazia uma ronda por lá. Ladrões de motos haviam se instalado lá e depenava moto adoidado. Assassinatos aconteciam toda semana. Foi construído um salão de dança que todas sextas e sábados abria suas portas para a diversão do povão. Mas quase toda semana morria um ou dois esfaqueado, baleado e envenenado. O lugar ficou conhecido como “salão do defunto”.

Numa sexta-feira 13 bem de manhã apareceu uns caminhões pretos com materiais de construção e começou a transportar materiais para o lote. As pessoas ficaram curiosas. Vieram uns homens, que também usavam roupas pretas e começaram uma construção. Trabalhavam todos os dias até altas horas da noite. Em poucos dias foi erguida uma enorme construção no centro do bairro. Era imponente a construção. Chamava a atenção de longe. A curiosidade do povo aumentava cada dia.

A construção era diferente de tudo que as pessoas haviam visto na cidade. Alguns nunca tinham visto algo daquele jeito. Era redonda e preta. Os vitrôs tinham uns desenhos nebulosos e figuras de anjos. Aos poucos a população e os curiosos da cidade identificaram a construção como sendo uma igreja.

Depois de terminada a construção os homens foram embora e o lugar ficou vazio durante alguns dias. Numa sexta-feira fazia um dia atípico para o clima cacerense. Nuvens cobriam o céu da cidade de Cáceres e o tempo estava bastante ameno. Não fazia frio mas também não estava aquele calorão da cidade. A temperatura rondava os 20 graus e as pessoas se aproveitavam esse dia. Era por volta das 10 horas da manhã quando chegaram alguns furgões pretos e parou na igreja. Jovens desceram e começaram a distribuir folhetos que convidavam as pessoas para a inauguração da igreja. Eram rapazes e moças bem bonitos e elegantes. De forma bem simpática eles entregavam o folheto e convidavam as pessoas para a grande inauguração da igreja naquela noite.

O que surpreendeu a população foi o convite. Alguns jogavam o convite assim que via a ilustração. Outros faziam o sinal da cruz. No convite tinha um desenho de um anjo brilhante e os seguintes dizeres:

“Temos a honra de convidá-lo para a inauguração da igreja que anuncia uma nova ideologia de vida. Se você tem um problema e precisa de solução apresentamos essa solução. Nesta sexta-feira inaugura neste local a IGREJA DO DIABO” sejam bem-vindos.

Os acontecimentos que se seguiram aquele convite são indescritíveis.

texto: Odair José.

terça-feira, 24 de junho de 2008

O SOL QUE BRILHA PARA OS XAVANTES


"O resultado é que os que se dedicam a ler a história ficam limitados à satisfação de ver desfilar os acontecimentos sob os olhos sem procurar imitá-los, julgando tal imitação mais do que difícil, impossível. Como se o sol, o céu, os homens e os elementos não fossem os mesmos de outrora; como se a sua ordem, seu rumo e seu poder tivessem sido alterados".
(Maquiavel - Discursos)

"No início dos anos 40, o Araguaia e seus afluentes, (um deles o Rio das Mortes que passa em Nova Xavantina) eram a última barreira natural ao progresso civilizatório que massacrava índios desde o descobrimento". Esse pequeno fragmento diz respeito a "Marcha para o Oeste" expedição organizada pelo governo federal para ocupar áreas "desabitadas" dos rincões do Brasil no final dos anos 40. Enquanto a Europa "civilizada" se engalfinhavam em disputas militares e se matavam na Segunda Guerra Mundial, os desbravadores "civilizados" do Brasil adentravam o norte do País em busca de levar o "progresso" para esse interior um tanto desocupado.
O meu texto é um misto de indignação e surpresa. Indignação porque sou revoltado com tamanha mediocridade que perpassa os homens ao longo da história da humanidade. Em nome do "progresso" e desenvolvimento eles massacram e destroem culturas inteiras. Surpresa porque, mesmo os que detêm o poder e o conhecimento, na maioria das vezes, preferem continuar no marasmo do que fazer alguma coisa para mudar as situações.
Nova Xavantina nasceu à sombra da Expedição Roncador-Xingu. Tem hoje mais de 20 mil habitantes (segundo discurso local, há pouco mais de 60 anos era "só mato"). Acontece que, antes da Expedição existia, neste local, uma cultura e seres humanos semelhantes a nós que ocupavam, sustentavelmente, essas terras. Hoje, boa parte desse povo vivem as margens dessa sociedade "civilizada". São pedintes nas portas de comércios locais. Discriminados, andam como zumbis pelas ruas da cidade sem terem uma identidade própria. Não são Xavantes e não são xavantinenses.
Os acontecimentos desfilam sob os nossos olhos. As ruas da cidade são homenageadas com nomes dos grandes "heróis" que desbravaram a região trazendo "progresso" e a "civilização", enquanto que os nativos são expostos ao ridículo de amanhecerem às portas de panificadoras na esperança de ganhar uma sobra de alguma coisa.
O sol que brilhava para os Xavantes a pouco mais de 60 anos é o mesmo nos dias de hoje. A situação deles, no entanto, é bem diferente. Sua cultura foi prejudicada em nome de um "progresso" que elevam uns ao patamar de senhores e outros a submissão de servos.
Esse é apenas o primeiro ensaio de uma série de textos que estarei problematizando neste espaço. Leio a história e não pretendo ver o desfile dos acontecimentos e, mesmo assim, cruzar os braços.

Texto: Odair José.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

SONHO?


Sonhava com alguém que me fizesse sentir isso;
Sonhava que isso fosse grande mas não esperava tanto;
Sonhava com você mas não sabia que ainda tinha que te conhecer pra aprender a sentir isso;
Sonhava mas eram sonhos vazios a procura disso, de uma coisa que estava faltando pra que eu pudesse ser feliz;
Sonhava não errar se fosse sentir isso e você esta me ajudando há só acertar cada dia mais;
Sonhava em aprender como se sente isso e olha só entrei em um relacionamento que pra mim é como uma escola;
Sonhava com uma pessoa que já existia mas quando descobri, ela está um pouquinho longe;
Sonho em não sofrer com a distância e às vezes até que é possível porque o que sinto é tão intenso que te sinto ao meu lado;
Sonho com seu perfume e chego até sentir a fragrância exalada pela sua pele que me faz sonhar mais e mais com você
Sonho tanto que isso que você esta me fazendo sentir começa a receber um nome;
Sonhei com gostar mas achei fraco demais;
Sonhei com paixão mas ainda não é;
Sonhando pensei no que você me faz sentir, quase pirei tentando chegar a uma conclusão;
Sonhar?, Chega, né. Você é bem mais real do que tudo que já tive e senti antes;
Sonhei sim mas o sonho acabou porque se tornou realidade depois que isso recebeu o nome de amor...

terça-feira, 17 de junho de 2008


Fui questionado hoje por alguém que disse que sou um ateu por que discordei do seu pensamento. Então me perguntei o porquê sou um ateu?
Continuo crendo em Deus da mesma forma que sempre cri. Só por que não estou na igreja não quer dizer que me tornei um ateu. Tenho visões de doutrina que são diferentes e, hoje, ainda mais por que leio livros que, segundo alguns na igreja, são inspiração do diabo como por exemplo, os livros do Marquês de Sade e do Nietzsche. Declaro para os devidos fins que não me abalam a minha fé... De forma nenhuma...
Afinal, o que é a fé?
A fé é o dedo de Deus apontando uma rua escondida em neblina. A fé é que me ajuda na procura de novos olhares onde pessoas me dizem que não posso olhar... Por que não posso?

Texto: Odair José.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

FIM DOS TEMPOS


Mas uma vez o homem desenvolve uma simulação do fim do mundo ou das pessoas. Ao longo da humanidade vemos com freqüência essa idéia de fim do mundo permear o imaginário das pessoas. Quando eu era pequeno lembro-me de passar noites sem dormir com o medo do fim do mundo. As ideologias bíblicas propagadas nas igrejas com a ênfase do iminente retorno de Cristo e o fim do mundo causava pesadelos em pecadores como eu. Não que eu duvide hoje de que um dia possa acontecer o Armagedon.
No entanto o medo já não perpassa o meu espírito como antes. Durante a proximidade do ano 1000, a Europa foi invadida pelo temor do fim do mundo. As pessoas vendiam suas propriedades e as entregavam nas igrejas e ao clero. Pra que ter oa bens materiais se o mundo vai acabar mesmo? No auge da Idade Média e das ideologias apocalípticas os homens sentiam o medo da morte e do inferno. Passou-se o ano 1000 e o mundo não acabou.
De 1000 passou mas de 2000 não passará. Essa foi a frase que percorreu o mundo por mais de 900 anos. Com a proximidade do ano 2000, o tema do fim do mundo ganhou conotações castatróficas inimagináveis. O pesadelo do fim do mundo outra vez bateu as portas das pessoas. Em uma sociedade mais avançada cientificamente o medo permaneceu intacto como na sociedade medieval. Filmes, pregações, livros e profecias anunciavam o fim do mundo. O bug do Milênio foi o ápice do caos instalado nessa nova sociedade.
Creio que o medo do fim do mundo não é o que devemos ter. Se cremos em um mundo novo e em novas esperanças devemos ser justos com a nossa consciência.
Escrevo esse texto para citar a minha impressão ao ver o pôster de anúncio do filme "Fim dos Tempos" que extréia hoje em circuito nacional. Mas uma vez os homens desenham e imaginam uma forma de exterminar a si mesmo...

Texto: Odair José.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O BUGRE CACERENSE


Um dos temas que merece bastante atenção sobre a sociedade cacerense é a questão do bugre.
O "Bugre" é uma presença marcante na cidade e até mesmo fora dela. Pena que seja usado, na grande maioria das vezes, pejorativamente. O termo refere-se aos descendentes dos povos que habitavam a região. O bugre é um tipo único que vive na região da grande Cáceres.
Com as migrações dos anos 40 aos 60, as pessoas que vieram do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e outros estados brasileiros adotaram uma postura de superioridade com relação aos bugres. O bugre passou a ser ainda mais desvalorizado e exposto ao preconceito e racismo.
Mas quem é o bugre?
Várias são as definições que se dão ao bugre. Em um texto muito bem problematizado, Luis Augusto de Mola Guisard faz um estudo comparado e nos apresenta algumas respostas para essa pergunta. Segundo o autor "a sociedade cacerense relaciona o termo em uso corrente com a idéia de infidelidade social, identificando o bugre com aquele que é da fronteira, que possui características indígenas, vagabundos, enfim, aquele que não se coaduma com o ideário produtivista, que vem substituir a visão estritamente religiosa da Idade Média, preservando, porém, sua função moral de justificar a exclusão social do bugre".
Em sentido geral, para um melhor aprofundamento, aconselho lerem o texto na íntegra.

http://www.scielo.br/pdf/spp/v13n4/v13n4a09.pdf


Texto: Odair.

terça-feira, 3 de junho de 2008

RENÚNCIA


Escrever é uma arte que remonta o início das civilizações. Os egípcios, por exemplo, achavam interessante escrever nos papiros, nos túmulos e paredes daquela época na esperança de deixar algum registro. Essa prática dos escribas egípcios foi importante para que, hoje, os historiadores tivesse como problematizar acontecimentos do passado. O exemplo dos escribas do Antigo Egito é só um exemplo de centenas que poderíamos usar como referência para esse artigo.
No entanto, a minha intenção aqui é falar de mim mesmo. Eu adoro escrever. Gosto de ver as palavras saindo da minha mente e se juntando na tela do computador onde digito o meu texto. Falo hoje de renúncia.
Aquela renúncia que tomamos na vida quando precisamos deixar de viver a nossa vida em prol de alguém. E por que fazemos isso? Fazemos porque, de certo modo, a pessoa a quem renunciamos, no fundo, é a nossa vida. Paradoxo? Pode ser. Mas é um paradoxo compreensivo.
Renucio a mim mesmo para viver essa vida. Preciso disso. Sinto-me livre ao tomar tal atitude. Nunca fui de ser conduzido. Gosto de ouvir diversos conselhos e opiniões, mas gosto de tomar as minhas decisões. É isso que faço. Claro que já dei muitas cabeçadas na vida. Mas quem não deu? O importante em tudo isso é que sempre tomei as minhas decisões.
Esse texto pode não ter a importância de um hierógrifo egípcio, mas tem a revelação de um coração e isso pode fazer a diferença em um futuro breve.
Por hoje é isso!!!

Texto: Odair José.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

A Farra dos Novos Municípios de Mato Grosso!!!


Ministrando aulas de Geografia para meus alunos me deparei com um fato alarmante que vale a pena um destaque nessa página.
A farra dos novos municípios no Estado de Mato Grosso. Isto porque, segundo um dos artigos da Legislação da Assembléia Legislativa para criação de novos municípios estabelece que necessita-se alguns requisitos mínimos para emancipação um mínimo de 4 mil habitantes, sendo que 20% desses devem ser eleitores...
Acontece que, na minha contagem, cerca de 20% dos municípios de Mato Grosso, principalmente os mais novos, não tem 4 mil habitantes. Existem alguns que não tem nem 2 mil. Isto é um absurdo!
Ai entra uma questão importantíssima. Porque isso acontece? Interesses político partidários ou interesses das populações locais na criação de novos municípios? Deduzo que há os dois. Alguns espertinhos que não conseguem abocanhar o osso no município de origem, no novo pode usufluir do filão. Mas quem paga a conta quando o município não tem recursos próprios? Não é o Estado? No final das contas não somos nós mesmos?
É preciso que cada um de nós acompanhe esses trâmites na Assembléia Legislativa.

Texto: Odair José.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

OS INDOMÁVEIS


Lembro-me que quando pequeno adorava filmes de faroeste... naquele tempo qualquer coisa que passava na televisão me prendia... ficava horas na frente da telinha. Lembro-me de alguns filmes de faroeste que assisti, mais um é inesquecível: O Dólar Furado. Nossa, como gostava daquele filme! Acho que a musiquinha que tem nele é um encanto. Existia, também, a influência dos bolsilivros...Eu e meu irmão líamos diversos bolsilivros por dia... Por causa disso sabíamos mais dos estados americanos como o Kansas, Texas e Nevada do que os estados brasileiros.
Com o passar do tempo comecei a selecionar meus filmes e, devido o tempo, passei a gostar mais de filmes inteligentes e dramáticos. Até por isso, achava que os filmes de faroeste tinham perdido a graça. Até assistir Os Indomáveis!
Excelente filme. Bem trabalhado, inteligente e que prende a sua atenção até o final. Fiquei contente em encontrar uma nova produção de faroeste. Russell Crowe e Christian Bale estão fenomenal no filme. A história de coragem e compromisso retrata o espírito que devemos ter em relação aos nossos compromissos. Fantástico!!! Recomendo a quem não assistiu...

Texto: Odair José.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

O SONHADOR


"Se um sonho cair e se quebrar em mil partes, não tenha medo de pegar uma delas e começar novamente.”

-- Flavia Weedn

Quando pequeno pensava que era muito sonhador.

Ficava horas e horas imaginando coisas.

Viajando pelo mundo e sonhando de olhos abertos.

Porque deixamos que os sonhos se vão.

Por que não lutamos por ele?

As perguntas continuam a martelar minha mente confusa ultimamente.

Não posso deixar que destruam a minha felicidade.

Preciso resistir e viver.

A vida é uma sucessão de erros e acertos.

No entanto, quando queremos acertar, notamos que erramos feio...

A caminhada exige muito esforço e não podemos parar por alguma coisa que nos impeça de continuar a jornada.

Um dos meus sonhos acaba de cair e quebrar...

No entanto, dos pedaços que recolhi devo continuar minha caminhada.

E é isso que estou fazendo de cabeça erguida!!!


texto: Odair José

segunda-feira, 19 de maio de 2008

MENDIGOS PERMANENTES


Quem são os mendigos permanentes? Aqueles que sempre estão batendo a sua porta para pedir outra vez?
São aqueles que sempre querem as soluções para os seus problemas prontos. Não conseguem, sozinhos, desenvolver uma metodologia para solucioná-los. São alunos, pessoas e mestres que não conseguem resolver suas tarefas cotidianas porque simplesmente têem preguiça de pensar, refletir.
Tal qual um mendigo que prefere pedir um alimento do que trabalhar para conquistar esse mesmo alimento, essas pessoas vivem em busca de solução para os seus problemas. Um vício cruel que abala as estruturas da alma humana e desenvolve a mediocridade no seio da sociedade.
Da mesma forma que contribuo para que um mendigo volte a minha casa para pedir alimento quando sirvo a ele um prato suculento de sopa, estarei contribuindo para que os mendigos intelectuais voltem se sempre resolver para eles suas atividades.
Sou um eterno combatente da mediocridade humana e por isso não gosto de fazer exercícios para outros. Assim como procuro descobrir a solução de um problema que se apresenta diante de mim espero que todos façam a mesma coisa.
Posso ajudar indicando bons livros ou métodos de aprendizado, mas nunca fazer para a pessoa. E não ligo de ser taxado de ruim, chato e etc. Pouco me importa isso. Porque um advogado ou um médico cobra uma consulta e professores têm que dar consulta de graça?
Lembrando um provérbio:
Dê um peixe a um homem faminto.
Quando o peixe acabar e a fome voltar,
Ele retornará para pedir mais.
Ensine o homem a pescar.
Ele não voltará nunca mais.

Texto: Odair José.