Por Maria Eduarda Velozo
No ano de 1914, São Luís de Cáceres recebeu uma ilustre visita do Ex-presidente dos Estados Unidos, que se chamava Theodore Roosevelt, onde participava da Expedição Roosevelt-Rondon. Foi cobrando que ele parecia estar encantado com o comércio da cidade, dormiu duas noites onde estava o “Ao Anjo da Ventura”, que era na família do Zé Dulce que também era dona do vapor Etrúria.
Quando passaram por Cáceres, uma obra de arte chamou atenção, a famosa escultura, de 150 kg de antimônio, que encimava um antigo estabelecimento comercial “Ao Anjo da Ventura”. Infelizmente o estado de conservação era o que chamava a atenção. O arco ostentando uma artística ferragem, ladeada por duas colunas coroadas com luxuosos capitéis. As demais portas eram ornadas com arcos em baixo relevo e vidros totalmente coloridos, fixados na parte superior das portas.
A escultura batizada pelo nome de “Anjo da Ventura” pelas fontes confiáveis, é dito que, foi trazida para São Luiz de Cáceres no ano de 1890, por José Dulce. Que nasceu em 1847, em Gênova na Itália, aos dezenove anos chegara em Buenos Aires, Argentina, trabalhando inicialmente no comércio, para em seguida iniciar atividade de comerciante ambulante. O evento da Guerra do Paraguai demarcou sua atividade comercial itinerante.Foi totalmente seguido pelas tropas em combate, se fazendo presente nos acampamentos militares.
Após a Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai, se observou a presença de imigrantes no controle do capital mercantil no Brasil e na região do Rio da Prata, exercendo forte influência em Mato Grosso. O desenvolvimento capital está ligado ao desenvolvimento da indústria na Europa, que estava envolvido no desenvolvimento dos transportes e à necessidade de novos mercados consumidores e novas fontes de matérias primas.
O que hoje nós conhecemos como mercado, nesse momento, está se formando. Em 1871 José Dulce e o também italiano Leopoldo Lívio D’Ambrósio fundam a firma comercial José Dulce & Vilanova, se infiltrando na Rua de Baixo, hoje Mal. Deodoro.
Em 1890, já consolidada, a empresa inaugura a sua casa comercial na confluência da Travessa da Cadeia com a Rua Augusta, que hoje é conhecida como Ruas Comandante Balduíno e Coronel José Dulce, funcionando como uma agência de crédito, na medida em que era preposto do Banco do Brasil. Existem fortes indícios de que tenha sido encomendada a um artista italiano ainda que, por nós, desconhecido. Uma vez em Cáceres, a obra de arte foi colocada no alto da platibanda de balaústre do imponente prédio neoclássico que abriga a casa comercial identificada pelo nome fantasia “Ao Anjo da Ventura”.
Enquanto motivos, temos nessa escultura uma figura feminina alada, em pé, apoiando o pé esquerdo sobre um globo, com a perna direita levemente flexionada para trás. Em sua mão esquerda, outro objeto esférico tendo como detalhes, estrelas incrustadas. Na mão direita, um cetro ou bastão ornamentado com detalhes cônicos e uma estrela em sua extremidade. Seus cabelos ondulados estão presos, as asas afastadas para trás. Uma túnica drapeada, colada, desenha os contornos do seu corpo que, levantada pelo vento, lhe descobre a perna direita até a altura da coxa o que provoca no observador uma ideia de movimento.
Fonte de dados utilizados para a pesquisa: https://www.ecoamazonia.org.br/2021/08/terceira-margem-parte-cclxxi/
Discente: Maria Eduarda Velozo Martins
Disciplina: Criação de Artes (1º Ano E.M)
Docente: Prof. Odair José da Silva
Instituição: Q.I Centro Educacional
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