Caro Joaquim Silvério,
Tenho o desânimo em lhe dizer que sua delação foi uma tremenda covardia. Pensava eu que o nome de alguém deveria ser uma virtude, e hoje vejo que de nada disso se trata.
O senhor sendo um coronel, e como a maioria dos inconfidentes; donos de terras porém falidos pelos altos impostos, deveria estar insatisfeito com a Coroa Portuguesa assim como os inconfidentes. Os quais de bom grado lhe chamaram a participar da “revolta”, mas o senhor a viu com maus olhos e com intenções trocadas. No entanto meu xará, sei que foi mais fácil nos dedar para as autoridades em troca do perdão de suas dívidas para com a Fazenda Real, ao invés de se unir à nós e ir a luta por nossas propriedades! Bom, nossas não, pois nunca fui dono de terra, apenas meu pai tinha uma fazenda, mas minha família logo a perdeu devido a morte prematura dos meus pais.
Já que o senhor não possui alcunhas como a minha, devo lhe explicar por que não confundem nossos nomes: meu tio era cirurgião dentista, e quando meus pais morreram eu fui morar com ele, e acabei por atuar como ajudante dele para a extração de molares e caninos.
Mas voltando ao mérito principal desta carta, queria lhe dizer que seu ato não foi de honra e que a população não o vê como um héroi, mas a mim sim! E bem sabem os motivos. E os inconfidentes serão no futuro tão aclamados e bradados, que nossa bandeira poderá ser de uma província ou uma nova nação, não por serem todos donos de terras e mandantes do estado pela economia agricultora, mas pelo bem que fizeram por essa terra! Deixo nessa carta meu abraço e meus pêsames para o senhor que não acredita no futuro livre de nossa colônia.
Políticamente não o perdôo, mas pessoalmente sim, pois vejo que o senhor não entende a grandeza do que estamos a fazer.
Atenciosamente,
Joaquim José da Silva Xavier.
Carta Escrita pelo aluno
Giordano Bruno na aula de História -
3ª Série do E. M - CNEC, Sinop - MT
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