“Superman, o avô de todos os super-heróis, é uma instituição cultural. Até os intelectuais mais elitistas e isolados já tiveram contato suficiente com cultura popular para conhecer o Homem-de-Aço e saber o que ele representa. Ele trava uma “batalha sem-fim” pela verdade, pela justiça, e – com o mesmo entusiasmo após todos esse anos, embora ninguém mais saiba como definir isso – pelo “jeito americano, ou o american way. Conseqüentemente, ele é o máximo que a cultura ocidental consegue visualizar de um campeão que é o epítome do altruísmo. A mais verdadeira afirmação acerca do Superman que podemos fazer é que ele invariavelmente coloca as necessidades dos outros em primeiro lugar.
Coloca mesmo?”
(Mark Waid)
Se Kal-El chegasse na nossa atual Terra, nas condições em que nos encontramos, onde nada sequer se assemelha aos mais remoto ponto de vista contemporâneo de heroísmo, como ele iria crescer? Ele seguiria o caminho altruísta que escolheu anteriormente? Sendo ele um homem que poderia ter o que quisesse, ele iria realmente passar mais da metade do seu tempo protegendo, cuidando dos outros?
“…Como você sabe, sou um grande fã de quadrinhos. Especialmente os de super-heróis. Acho a mitologia dos super-heróis fascinante. Por exemplo, meu herói favorito, o Superman. Não é uma grande HQ, nem é tão bem desenhado. Mas a mitologia não é só genial, ela é única.
Todo mito de super-heróis tem o herói e seu alter ego, Batman é Bruce Wayne, o Homem-Aranha é Peter Parker. Quando ele acorda pela manhã, ele é Peter Parker, ele precisa pôr um uniforme para virar o Homem-Aranha. E nesse quesito o Superman se diferencia dos demais.
O Superman não virou Superman, ele nasceu Superman. Quando ele acorda de manhã ele é o Superman, o alter ego dele é o Clark Kent. Seu uniforme com o “S” vermelho, é o cobertor no qual os Kent enrolaram o bebê quando o acharam, é a roupa dele.
O que Kent usa, os óculos, o terno, é um disfarce que o Superman usa para se passar por um de nós. Clark Kent é como o Superman nos vê, e quais são as características de Clark Kent? Ele é fraco, é inseguro e covarde. Clark Kent é uma crítica do Superman à raça humana…”
(Bill em Kill Bill Vol. 2)
O filósofo
Aristóteles quando começou a explorar o que é viver com excelência pretendia descobrir a raiz da felicidade. O Superman, a seu modo, descobriu a mesma relação.
Sim, o Superman sempre ajuda quem está em perigo, por causa de um dever moral superior, faz isso porque seus instintos naturais e a sua formação no centro-oeste americano o induzem a tomar essas atitudes altruístas, porém há uma quantidade saudável de satisfazer seus desejos. O Superman ao ajudar a humanidade está ajudando a si mesmo, quando ele ajuda alguém que o faz poder exercer sua capacidade na plenitude, ele se sente realizado.
Para finalizar este artigo, a afirmação do escritor Mark Waid consegue passar toda a ideologia e definir toda a mitologia do herói em poucas palavras:
“Quando eu acreditava que nada mais tinha a aprender de um simples herói de minha infância, o Superman revela-se a mim como uma ferramenta por meio da qual eu posso examinar o equilíbrio entre altruísmo e auto-interesse em minha vida, que é uma lição tão valiosa quanto as que ele me ensinou anos atrás. Realmente, a batalha dele não termina.”
Para o alto e avante!
Veja os textos na íntegra em
http://ambrosia.virgula.uol.com.br/superman-um-olhar-filosofico-sobre-o-mais-iconico-heroi/
e Revista Mundo dos Super Heróis nº 58.
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