A primeira lista foi difícil fazer e, cada vez mais, torna-se complexa a arte de elencar os livros que fizeram meu mundo de leitura ser tão fundamental na minha vida. No entanto, está sendo uma tarefa prazerosa, uma vez que está me ajudando a aproximar-me de livros que faz tempo não lia. Além disso, tem motivado algumas pessoas a procurar os títulos que tenho apresentado o que, para mim é uma alegria muito grande. A leitura nos abre caminhos para um mundo fantástico, um universo maravilhoso de conhecimento e descoberta. Desta feita escolhi outras dez obras (não necessariamente em ordem de importância) que me chamaram a atenção e um bônus.
01) “O Peregrino Maldito”. Este livro foi um achado. Literalmente. Achei-o no lixo e peguei para folhear. O que encontrei não tem explicação. De uma profundidade tremenda que me levou a fazer diversas reflexões, tanto poéticas como filosóficas. Apresenta exortações, pensamentos, e palavras de alento para todas as ocasiões. O livro te tira da zona de comodismo e lhe faz refletir sobre a vida sob uma ótica inovadora.
02) “Panorama do Pensamento Cristão”. Leio muita Filosofia e História. Precisa de um contraponto para que não caísse nas armadilhas das “vãs filosofias”. Portanto, necessitava de um respaldo para minhas leituras. Encontrei neste livro de magnífica abordagem sobre a fé cristã. O que uma mente influenciada pelo Evangelho pode produzir para a sociedade? Diversos autores analisam o pensamento cristão através dos séculos e a sua contribuição para a formação do pensamento ocidental. A ciência, a natureza humana, o trabalho, o lazer, a ética, a cultura, a política, enfim, cada ramo do conhecimento humano, não estão imunes à ação do Evangelho e são analisados neste livro.
03) “Assim Falou Zaratustra”. Como afirmei acima, gosto muito de ler Filosofia e nada mais profundo na Filosofia do que Nietzsche. Após dez anos de isolamento na montanha, Zaratustra decide voltar ao convívio dos homens, a fim de passar adiante o fruto de sua contemplação e anunciar a vinda do Übermensch, ou super-homem. A tarefa do profeta, contudo, será tortuosa, pois poucos são os eleitos e muitos os seus inimigos. Assim falou Zaratustra é um romance filosófico em que Nietzsche toma o nome do sábio persa criador do Zoroastrismo para esmiuçar algumas das questões fundamentais de sua obra, tais como a autossuperação e a necessidade de se libertar de qualquer força que iniba ou limite a vida e a vontade do indivíduo. Nietzsche é tão influente como controverso. Sua crítica à moral e aos valores judaico-cristãos ― um dos aspectos mais marcantes de sua obra ― não raro desperta a hostilidade de leitores e estudiosos. Contudo, suas contribuições marcaram o pensamento ocidental e são leitura obrigatória para qualquer interessado em filosofia.
04) “Livro do Desassossego”. A poesia é a paixão da minha alma e neste livro encontrei uma profundidade imensurável da expressão poética que existe no universo da literatura. O narrador principal (mas não exclusivo) das centenas de fragmentos que compõem este livro é o "semi-heterônimo" Bernardo Soares. Ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa, ele escreve sem encadeamento narrativo claro, sem fatos propriamente ditos e sem uma noção de tempo definida. Ainda assim, foi nesta obra que Fernando Pessoa mais se aproximou do gênero romance. Os temas não deixam de ser adequados a um diário íntimo: a elucidação de estados psíquicos, a descrição das coisas, através dos efeitos que elas exercem sobre a mente, reflexões e devaneios sobre a paixão, a moral, o conhecimento. "Dono do mundo em mim, como de terras que não posso trazer comigo", escreve o narrador. Seu tom é sempre o de uma intimidade que não encontrará nunca o ponto de repouso.
05) “Paraíso Perdido”. Ah! A literatura mundial e seus clássicos. Este magnífico livro chamou a minha atenção pelo título e foi uma paixão eterna. Um dos maiores poemas épicos da literatura ocidental - de uma tradição que inclui a Ilíada e a Odisseia de Homero, a Eneida de Virgílio e a Divina Comédia de Dante -, o Paraíso perdido foi publicado originalmente em 1667, na Inglaterra, em um período especialmente turbulento daquela nação. Seu autor, John Milton (1608-1674), foi um dos grandes intelectuais de seu tempo e destemido apoiador da Revolução Puritana inglesa, que depôs e executou o rei Carlos I e proclamou a República em 1649.
06) “Elogio da Loucura”. Este é um daqueles livros que tenho como livro de cabeceira. Sempre o estou lendo. Amo de coração. Erasmo de Rotterdam ou Desiderius Erasmus Roterodamus, nasceu em 27 de outubro de 1466 (em Rotterdam) e morreu em 12 de julho de 1536 (na Basiléia) foi um humanista e teólogo. Seu pai foi um padre de nome Gerard e sua mãe Margarete. Era filho ilegítimo mas seus pais cuidaram bem dele até que morreram prematuramente devido à peste negra. Sua educação foi exemplar, a melhor que um jovem poderia ter e ficou a cargo de diversos mosteiros. Várias vantagens lhe foram oferecidas através do mundo acadêmico. Recusou todas, preferindo a incerteza. Tinha suficiente reservas originadas de sua atividade literária independente. Elogio da Loucura é a sua obra mais conhecida, que foi dedicada ao seu amigo Sir Thomas More. É um ensaio escrito em 1509 e publicado em 1511. Este livro é considerado um dos mais influentes livros da civilização ocidental e um dos catalisadores da Reforma Protestante.
07) “Grandes Sermões do Mundo”. Um livro fantástico e com grandes sermões que fazem a gente refletir sobre a nossa vida. São 25 sermões dos maiores pregadores que já proclamaram o Evangelho, com um esboço biográfico de cada um. Veja como pregadores magistrais argumentavam com pecadores, incentivavam os justos e elevavam louvores sublimes ao Senhor. As principais mensagens de Jesus Cristo, Crisóstomo, Agostinho, Tomás de Aquino, Martinho Lutero, Calvino, Jonathan Edwards, Wesley, Whitefeld, Finney, Spurgeon e muitos mais.
08) “Cem Anos de Solidão”. Esse livro dispensa qualquer comentário. O livro mais importante de Gabriel García Márquez. Em Cem anos de solidão, um dos maiores clássicos da literatura, o prestigiado autor narra a incrível e triste história dos Buendía - a estirpe de solitários para a qual não será dada “uma segunda oportunidade sobre a terra” e apresenta o maravilhoso universo da fictícia Macondo, onde se passa o romance. É lá que acompanhamos diversas gerações dessa família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo. Para além dos artifícios técnicos e das influências literárias que transbordam do livro, ainda vemos em suas páginas o que por muitos é considerado uma autêntica enciclopédia do imaginário, num estilo que consagrou o colombiano como um dos maiores autores do século XX.Em nenhum outro livro García Márquez empenhou-se tanto para alcançar o tom com que sua avó materna lhe contava os episódios mais fantásticos sem alterar um só traço do rosto. Assim, ao mesmo tempo em que a incrível e triste história dos Buendía pode ser entendida como uma autêntica enciclopédia do imaginário, ela é narrada de modo a parecer que tudo faz parte da mais banal das realidades.Gabo, apelido de Gabriel García Márquez, costumava dizer que todo grande escritor está sempre escrevendo o mesmo livro. “E qual seria o seu?”, perguntaram-lhe. “O livro da solidão”, foi a resposta. Apesar disso, ele não considerava Cem anos sua melhor obra (gostava demais de O outono do patriarca). O que importa? O certo é que nenhum outro romance resume tão completamente o formidável talento deste contador de histórias de solitários - que se espalham e se espalharão por muito mais de cem anos pelas Macondos de todo o mundo.Cem anos de solidão é uma obra grandiosa e atemporal, sobre a qual é possível construir diversos paralelos com a nossa própria existência.
09) “O Coração do Homem”. Seu gênio para o Bem e para o Mal. É um livro de reflexão essencial para entendermos como a vida é em suas mais complexas nuances. Hoje convivemos no dia a dia com uma série de manifestações de agressões. Algumas delas são necessárias à sobrevivência do ser humano e outras permitem os necessários ajustes para a manutenção do equilíbrio social. Essas diferentes formas de violência foram percebidas por Erich Fromm e sua abordagem, baseada nas motivações inconscientes continua merecendo atenção.
10) “O Mundo de Sofia”. Qualquer leitor de Filosofia que se preze tem que ler esse livro. Às vésperas de seu aniversário de quinze anos, Sofia Amundsen começa a receber bilhetes e cartões-postais bastante estranhos. Os bilhetes são anônimos e perguntam a Sofia quem é ela e de onde vem o mundo. Os postais são enviados do Líbano, por um major desconhecido, para uma certa Hilde Møller Knag, garota a quem Sofia também não conhece. O mistério dos bilhetes e dos postais é o ponto de partida deste romance fascinante, que vem conquistando milhões de leitores em todos os países. De capítulo em capítulo, de “lição” em “lição”, o leitor é convidado a percorrer toda a história da filosofia ocidental, ao mesmo tempo que se vê envolvido por um thriller que toma um rumo surpreendente.
Bônus) “Às Margens do Rio Paraguai”. Sou um poeta nascido às margens desse rio magnífico e importante para a nossa cidade, estado e país. Amo esse chão, esse lugar que está o meu coração. Por isso, eternizo, através de poemas, a beleza que encontramos às margens do Rio Paraguai.
Obs. Em breve a Terceira Lista!
Texto: Odair José, Poeta Cacerense
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