terça-feira, 2 de novembro de 2021

Duna

    "Duna" é sensacional! Eu poderia simplesmente dizer apenas isso e já seria suficiente para expressar o meu sentimento a produção cinematográfica, o filme do diretor Denis Villeneuve, 2021. No entanto, preciso dizer mais. Não vou fazer uma crítica em relação a produção em si, ou ao filme enquanto produto cultural, nem mesmo dados técnicos e ideológicos do filme. A minha análise é sobre o que eu senti ao assistir o filme no cinema. Havia em mim uma grande expectativa. Afinal, desde a trágica adaptação de 1984 da obra de Frank Herbert eu não acreditava que fosse possível fazer uma obra a altura de Duna que lemos na obra literária. 

No entanto, as imagens que meus olhos vislumbraram na tela, os sons impressionantes de Hans Zimmer (será que é por isso que gosto tanto de Rei Arthur e Batman, Cavaleiro das Trevas?) me tiraram do chão e eu viajei na mente fantástica de Frank Herbert. Duna é visualmente fantástica. Duna é impressionante enquanto produção cinematográfica. Duna é magnífico em termos de captar a nossa atenção. 

    Mas, na minha opinião, Duna nos faz pensar sobre o ser humano. Pode passar o tempo que passar (afinal Duna se passa no ano 10 mil, depois da Jihad Butleriana), o ser humano continua sendo egoísta, explorador da miséria alheia, ganancioso e violento. Se conseguir conquistar outros mundos irá tirar tudo o que lhe interessa e descartar o resto. A jornada do Herói é o que importa. Sempre haverá uma válvula de escape. Sempre haverá alguém que irá fazer o bem. Pessoas boas sofrem, são perseguidas e maltratadas, mas vencem. 

    O triunfo da vontade sobre a maldade humana é o ponto chave. Nem mesmo os grandes vermes podem impedir a nossa jornada. Nem a solidão do deserto. A vitória será alcançada se não desistirmos de lutar por ela. Duna é, ao meu ver, um novo clássico que, volta e meia, estarei assistindo. 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense


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