segunda-feira, 16 de abril de 2012

O preço da política



“O preço a pagar pela tua não participação na política é seres governado por quem é inferior”. Platão. (c. 428-347 a.C).

O termo política é derivado do grego antigo e se refere a todos os procedimentos relativos à pólis, ou à cidade-estado. Assim, pode se referir tanto a Estado, quanto à sociedade, comunidade e definições que se referem à vida humana.

Segundo a autora Hannah Arendt, filósofa alemã (1906-1975), política "trata-se da convivência entre diferentes", pois a política "baseia-se na pluralidade dos homens", assim, se a pluralidade implica na coexistência de diferenças, a igualdade a ser alcançada através desse exercício de interesses, quase sempre conflitantes, é a liberdade e não a justiça, pois a liberdade distingue "o convívio dos homens na pólis de todas as outras formas de convívio humano bem conhecidas pelos gregos".

Segundo Nicolau Maquiavel, em O Príncipe, política é a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o próprio governo.

Na epígrafe que utilizei no inicio do meu texto, Platão já visualizava a situação política da qual quero tecer alguns comentários. Logicamente que a teoria é uma coisa e na prática, quase sempre é outra. Ouvimos todos os dias na mídia fatos e atos políticos que nos fazem enojar. Boa parte da população procura nem dar mais ouvidos a tanta sujeira envolvidas no meio político. No entanto, essa atitude é prejudicial a nossa vida em sociedade.

A nossa participação na política é fundamental para termos esperança de uma sociedade melhor. De acordo com o filósofo acima citado, a nossa omissão de participar da política tem um preço a ser pago. E, sabemos muito bem, que esse preço é alto. Em um dia elegemos os políticos que vão criar leis, executar ações que definirão nossas vidas, no mínimo por quatro anos. Acontece que, por não nos preocuparmos em quem votar, políticos inexperientes, inescrupulosos, ignorantes e incompetentes são eleitos para governar nossas vidas.

O que pretendo problematizar nesse artigo é a omissão que encontramos na nossa população na hora de eleger seus representantes. Grande parte dos brasileiros, por exemplo, passam meses assistindo BBB, analisando a vida dos participantes do programa e votando nos destinos dos mesmos. No período eleitoral, por outro lado, não conseguem passar cinco minutos vendo as propostas dos candidatos. Muitos até mesmo nem sabem em quem votar no dia da eleição e vão até a urna e escolhe aleatoriamente o seu candidato.

Não é só o Horário Eleitoral que vai definir as nossas escolhas do melhor representante para os cargos eletivos. É necessária uma profunda pesquisa da contribuição desse candidato, suas atitudes sociais, seus planos e propostas de gestão, entre outras coisas. Mesmo fazendo isso não temos total garantia de que eles vão fazer o correto. Necessário se faz um acompanhamento do que esse parlamentar tem feito durante seu mandato. Nesse sentido, se você escolheu seu candidato e ele foi eleito, você o acompanha e pode cobrar o que ele prometeu em campanha.

O grande problema que encontramos nos nossos dias é que boa parte do eleitorado acabam “vendendo” ou trocando seu voto por coisas superficiais achando que está sendo “esperto” fazendo isso. No entanto, isso causa o caos políticos que vivenciamos nos dias presentes.

O voto é um direito de todos os seres humanos que vivem em regime democrático, que consiste em escolher individualmente o candidato que assumirá a representação de toda a sociedade. A conscientização da população para o voto justo e incorruptível é uma boa maneira de diminuir a quantidade de pessoas subornadas e compradas ilegalmente que acabam prejudicando nossa vida.

Está na hora de mudar o cenário político do Brasil. Falando especificamente da nossa cidade, Cáceres, já se passou dessa hora. Uma cidade bicentenária que sofre a mais de 200 anos com os descasos políticos, sejam eles indicados ou eleitos. As elites oligárquicas que se mantém no poder municipal há décadas já mostraram que não tem interesse em melhorar a qualidade de vida de seus munícipes. Não temos saneamento básico, não temos asfalto, não temos infraestrutura, entre outras coisas. Isso precisa mudar.

Para finalizar esse texto, afirmo que essa mudança começa com cada um de nós. As “forças” políticas do município estão se mobilizando para a “batalha” pelo poder municipal. É “cobra engolindo cobra” a todo instante. E nós? Qual vai ser nossa mobilização para que os maus políticos não se perpetuem no poder? Uma conscientização eleitoral. Não venda seu voto. Escolha uma melhor opção. Se não fizer isso, o preço a pagar vai ser caro.

Texto: Odair