terça-feira, 26 de outubro de 2010

Tubarão - Lembranças de um filme



Lembranças de minha infância vieram à tona no dia de hoje quando assisti o filme Tubarão II. Lembro-me dos anos 80 quando ainda pequeno vinha passar férias na casa da minha avó. Ela um tanto rigorosa e cuidadosa não permitia que ficássemos até tarde assistindo TV. Eu tinha uma queda impressionante pela telinha. Lá em casa não tínhamos porque meu pai havia se tornado crente e não aceitava ter TV dentro de casa. Minha avó deixava só a gente assistir a novela e depois tínhamos que ir dormir.

Lembro-me de uma noite em que vi a propaganda do filme que ia passar em Supercine logo depois da novela. Fiquei doido de vontade assistir o filme. No entanto, sabia que minha avó jamais me deixaria assistir aquele filme. Então parti para uma estratégia mais ousada. Antes de acabar a novela eu sai de casa.

Fui até uma casa na outra rua aqui mesmo na Vila da PM e sentei-me na porta da casa e comecei assistir à novela na esperança de que o pessoal fosse assistir ao filme. A visão era outra. TV colorida em contraste com a da minha avó que era preto e branco ainda.

As imagens de suspense e o perigo que aquelas pessoas passavam em alto mar hoje podem ser identificadas com o perigo que eu corria naqueles tempos. Com certeza minha avó estava preocupada comigo. Me procurando por todos os lugares. Onde se meteu esse menino? Acontece que nesse dia eu assisti ao filme e aos meus primos e irmãs também assistiram porque ficaram me esperando em casa.

Essa semana baixei a trilogia de Tubarão e assisti os dois primeiros. É diferente a visão que tenho hoje dos filmes. Continuo afirmando que são excelentes produções de uma época. Ao assistir não me contive em minhas lembranças e aqui as deixo registrada para a posteridade.

Texto: Odair

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Poema do meu nome I



Onde nasce uma emoção
Deixo ali meu coração, querida,
Ainda que me entorpeça
Insisto em dar-te minha vida
Razão de sentir essa solidão.

Jamais devo esquecer-te
Onde aprendi a te amar
Sei que te desejo profundamente
E não posso viver sem o teu olhar.

Poema: Odair

sábado, 16 de outubro de 2010

Quem te deu o direito de julgar?



“A Condenação pode parecer muito honesta, mas este é o tipo de honestidade que é melhor dispensar”.

Um dos maiores homens, senão o maior, que passou por essa terra ao se deparar com um grupo de pessoas que queriam apedrejar uma mulher que havia sido apanhada em um ato de adultério (em uma sociedade que pregava o apedrejamento de tais atos) apenas disse: “aquele que não tiver pecado que atire a primeira pedra”. Bastou para que aquelas pessoas saíssem, um por um, rumo aos seus afazeres.

O maior erro da humanidade, e isso sem exceção, é o julgamento. Condenamos as pessoas pelas suas atitudes e decisões sem notarmos que poderíamos, e às vezes, cometemos os mesmos erros. A frase acima citada, que me apossei do link de uma amiga de Messenger, mostra uma realidade que não paramos para pensar. Sempre que condenamos uma pessoa pelo seu ato normalmente achamos que estamos sendo honestos. Até que ponto isso é verdade?

É preciso parar para pensar nas nossas atitudes. Freqüentemente vejo pessoas preocupadas em não fazer isso ou aquilo porque “fulano vai pensar isso” ou “beltrano vai achar aquilo”. A sociedade em que estamos inseridos nos levou a esse patamar tão dilacerado a ponto de nos submetermos as vontades alheias. E onde estão nossas próprias vontades?Esse mesmo homem que livrou aquela pobre mulher, tempos depois acabou sendo condenado pela aquela turba, talvez os mesmos que largaram as pedras naquele dia. Isso mostra que a condenação pode parecer muito honesta, mas este é o tipo de honestidade que é melhor dispensar.

A coisa é tão séria que dificilmente agradamos as pessoas. Se faço o que quero desagrado algumas pessoas que me julgam por aquele ato praticado; se não faço sou julgado por outros por ter me abdicado de praticar o tal ato. Não é possível agradar a todos. Mas nem por isso temos que ser duramente julgados pelas nossas atitudes.

Texto: Odair

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O Sétimo Selo – Um comentário do curso História e Cinema.



“Todo homem começa a morrer a partir do momento em que nasce, e termina no momento em que nem a morte lhe faz mais sentido”.

Neste sábado tivemos mais uma etapa do Curso de Extensão História e Cinema e o filme abordado dessa vez foi O Sétimo Selo, obra prima do genial Ingmar Bergman. A audiência foi macissa uma vez que, durante a semana fiquei abordando os participantes do curso e informando que não aceitava falta nesse dia. Uma das razões é porque o curso é presencial, outra porque gostaria que o maior número de pessoas assistissem esse filme que, no meu ponto de vista, é o melhor que o cinema já produziu até hoje.

A sensação de assisti-lo com o pessoal e de forma reflexiva me chamou a atenção e fiquei ansioso para ler os comentários. Como imaginei, boa parte dos assistentes não gostaram ou não entenderam o filme. Coisa natural em se tratando de O Sétimo Selo. Mas esse era o objetivo central do curso. Isto é, dar a oportunidade de estudantes de História, em sua maioria, ver um filme diferente com um olhar mais aguçado para o período medieval e no contexto da Guerra Fria.

As cenas escolhidas pela maioria foram destacadas da seguinte forma: no momento em que os artistas cantam uma música alegre e são bruscamente interrompidos pelos flagelados e uma música gritante ao som de tambores e chicotes apresentam um cenário de dor e sofrimento. Outra cena de impacto, segundo os assistentes, é o momento em que a mulher é queimada na fogueira e seu olhar apresenta um momento de dor e sofrimento como nunca visto. E outra cena bastante comentada é a cena em que o cavaleiro desafia a Morte para um jogo de Xadrez.

Por fim, vale salientar que o objetivo do curso é exatamente essa reflexão de que o cinema pode dar subsídios para o historiador/professor de História em estar apresentando novos olhares para seus alunos em sala de aula.

Texto: Odair.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Sacudindo o mofo da rotina


Acostumamos-nos com as coisas. Temos medo das mudanças e acomodamo-nos passivamente. A vida passa lentamente, às vezes, rapidamente e não notamos o que acontece a nossa volta. Uma folha que cai lentamente de uma árvore qualquer. Um cão que ladra ferozmente pela ameaça que tenta repelir. Uma criança que chora desejando o seio da genitora. Acomodamos-nos com a vida corriqueira. Com o choro sentido de pessoas desoladas. Com as falsas gargalhadas de gente que se acham no direito de zombar de todo mundo. Gente que caminha como se o mundo os pertencesse. São parasitas de um mundo utópico que se arrasta para a solidão.

É preciso parar e refletir sobre o que fazemos de nossa vida. Onde estamos direcionando os nossos ideais e para onde conduzimos nossos passos.

Chega um momento na vida em que precisamos sacudir o mofo da rotina e provocar uma revolução nas estruturas de nossas vidas. Combater o marasmo que sorrateiramente apossa de nossas energias e as suga como sanguessugas destrutivas. Transformar as incertezas em objetivos traçados para uma nova realidade. Acreditar que é possível caminhar novos horizontes e alcançar novos objetivos.

O mofo é ruim. Ele nos tira o sentido da vida. Esconde-nos e não nos deixa viver. Neste momento abalo o mofo da rotina.

Texto: Odair