sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A irmã de Suelen... (Quarta Parte) - Por que o amor faz sofrer?


Ninguém da família entendeu bem a decisão de Suelen. Ela arrumou suas malas e foi embora de casa sem dizer exatamente para onde ia. Disse apenas que ia viver a sua vida em algum lugar longe de Cáceres. Os pais e amigos ainda tentaram convencê-la de terminar os seus estudos, mas ela não quis ouvir nenhum deles.


Dona Adelaide, dias depois, soube, por intermédio de uma pessoa, que Suzana estava tendo um caso com Beto. A princípio ela não acreditou na história e disse que era mais uma fofoca. Suzana estava morando com Henrique, como poderia ter um caso com Beto? Além disso, os dois quase não se conheciam. Pensou ela.


A paixão avassaladora que tomava conta de Beto e Suzana já não os deixava pensar nas conseqüências. Freqüentemente, os dois se encontravam e passavam horas e horas juntos. Viajavam para Mirassol e Quatro Marcos, cidades próximas de Cáceres e, normalmente, iam para a casa de campo de Beto que ficava em um paraíso ecológico no Pantanal a poucos km de Cáceres.


Exatamente por esses encontros na casa de campo que Cristina, esposa de Beto, ficou sabendo do caso do marido com a morena da cidade. Cristina era uma mulher vistosa, muito bonita por sinal. Era clara de cabelos negros cacheados e olhos castanhos envolvente. No entanto, deixava transparecer uma mulher amargurada. Ela sabia que o marido nunca tinha sido fiel com ela, mas sempre era um caso aqui, outro ali. Nunca um envolvimento amoroso da forma que estava sendo agora. Ela notava que seu casamento de mais de 7 anos estava se acabando. Beto já não importava mais com ela e dava pouca atenção para a filha do casal a pequena Michelle de 5 anos e meio.


Por outro lado, Henrique também descobriu que a esposa estava tendo um caso com o empresário. O fato foi curioso. Henrique foi fazer uma entrega de compras do supermercado na casa de umas universitárias. Estava colocando as mercadorias na mesa quando ouviu umas meninas que estavam em uma sala de computador conversando sobre Suelen e sua desistência da Universidade. Ouviu quando uma delas disse: ela foi embora porque descobriu que a irmã tem um caso com o homem que ela queria. As duas eram super amigas, mas Suelen não perdoou a irmã por ter dado o bolo nela.


O coração de Henrique quase saiu pela boca tamanha a sua decepção naquela hora. Ele sempre fora um cara apaixonado por Suzana e não entendia o porquê a esposa tinha feito isso. Agora ele percebia o distanciamento dela nos últimos meses. Então era isso! Mas Henrique era muito sereno e resolveu não comentar nada e ver até onde ia aquele negócio. Nessas horas cada pessoa tem uma atitude e nem sempre é a que tomaríamos.


Beto e Suzana, nos seus encontros, falavam muito sobre eles e a paixão que sentiam um pelo outro. Numa dessas tardes de amor, Beto disse a ela que gostaria muito de ter um filho com ela. Desejava ter um filho homem e que ele seria lindo se fosse filho de Suzana. Prometeu ainda que, caso ela tivesse esse filho ele ajudaria toda a família dela a começar pelo pai dela. Suzana disse a ele que não interessava a ajuda para os pais, até porque eles não mereciam por tudo que tinham feito para que ela e a irmã encontrassem um homem rico, mas que teria o filho porque o amava e era a intenção dela ter um filho dele.


No início da gravidez foi que Henrique resolveu falar com Suzana. Havia se passado mais ou menos uns dois meses desde que ele havia descoberto a traição da esposa. Perguntou a ela porque a mais de cinco meses ela havia abandonado o serviço na livraria e o enganava sobre isso. Suzana pediu mil desculpas a ele e contou-lhe que tinha se envolvido com Beto e que não conseguia se livrar daquele sentimento. Contou, também, que o empresário a ajudava com o salário e que estava grávida dele. Henrique disse que a deixaria livre, mas que nunca a perdoaria por ter feito isso com ele. Suzana sabia que não merecia mesmo o perdão de Henrique.


Cristina ficou furiosa quando foi conversar com Beto a respeito de Suzana. O empresário deixou que ela falasse o que queria e não deu muita importância. Era totalmente diferente daquele homem amoroso que Cristina conhecera há anos atrás. Ele disse a Cristina que se ela não estivesse satisfeita com o casamento que fosse embora e o deixasse em paz. Foram muitas lágrimas que Cristina derramou depois daquele dia. Seu coração sentia um aperto. O que mais a magoava era o silêncio de Beto. Ele não falava sobre Suzana. Mas Cristina sabia que todos os dias ele saia com ela.


Após Suzana se separar de Henrique ela foi morar em um apartamento que Beto havia comprado para os dois. A gravidez de Suzana corria normalmente sob cuidados médicos e acompanhamento psicológico. Mas com o passar dos meses e conforme a barriga dela aumentava a visita de Beto ao apartamento foi ficando cada vez menor. No começo ele vinha todos os dias e agora vinha uma ou, no máximo, duas vezes na semana. Suzana começou a pensar coisas e a ficar preocupada. O que estava acontecendo. Ela ficou mais apreensiva ainda quando foram tirar a utrassonografia e, mesmo vendo que era um menino, Beto não esboçou reação de alegria.


Perto de ter filho, Suzana recebeu a visita de sua mãe. Dona Adelaide conversou com a filha durante alguns minutos e percebeu a tristeza nos olhos da filha. Perguntou a ela o que tinha acontecido. Suzana explicou que Beto havia mudado muito nos últimos dois meses e que ela ficava a maioria do tempo ali sozinha. Dona Adelaide olhou para a filha e falou com bastante tristeza: “Filha, acho que nunca seremos perdoados pelo que fizemos a vocês”. Suzana indagou a mãe do que ela estava falando e Dona Adelaide continuou: “Seu pai e seu tio por causa da ambição deles fizeram com que as minhas lindas filhas tivessem esse destino cruel”. Suzana olhou fixamente para a mãe e cada vez mais ficava sem entender nada. Solicitou que ela falasse logo de uma vez o que queria dizer. “Minha filha”, disse dona Adelaide, finalmente, “tem dois meses que Suelen voltou. Ela está totalmente mudada. Parece até outra mulher. Decidida, mais bonita e com uma personalidade forte. Dois dias depois que ela chegou Beto a procurou e disse que está apaixonado por ela”.


O mundo de Suzana desabou...


Texto: Odair José.

sábado, 17 de janeiro de 2009

A irmã de Suelen... (Terceira Parte) - O caso de Suzana.


Alguns dias depois Suzana e Suelen conversavam na casa da primeira comentando todo o acontecido e a decepção dos pais delas com a situação. Na verdade, Suelen deixava transparecer a sua decepção. No fundo ela tinha ficado muito excitada com a possibilidade de ficar com Beto. A dificuldade nos estudos fazia com que ela sonhasse com a possibilidade de conhecer alguém que pudesse dar a ela um conforto e status na sociedade. Sabia que Beto era casado, mas não importava em ser a amante dele desde que pudesse lucrar com isso. Suzana ouvia a irmã falar e sentiu uma ponta de ciúme pelos pensamentos da irmã. Não sabia por que, mas tinha ficado impressionada com o homem desde que ele tinha sussurrado em seus ouvidos que a desejava.
Seu relacionamento com Henrique era um relacionamento bastante simples. Henrique trabalhava em um supermercado da cidade e sempre chegava cansado em casa. Ela estava trabalhando em uma livraria e também chegava sempre cansada. Os dois pegavam o almoço e janta em um restaurante e depois de comer, assistiam um pouco de TV e iam dormir. O sexo, apesar de ser um casal novo, não era tão freqüente. Mas tinham uma relação boa entre ambos.
Naquela tarde o coração de Suzana quase parou quando ela ergueu os olhos e viu bem na sua frente à presença marcante de Beto. Ele sorriu para a moça e disse que estava querendo fazer um orçamento de materiais escolar e se ela poderia mostrar para ele. Suzana mal conseguia controlar suas pernas de tanto que tremia. Acompanhou ele mostrando-lhe os materiais. Beto fazia questão de olhar ela sempre nos olhos e sempre que podia ele tocava a sua pele fazendo os pelos subirem. Ele parecia que se divertia com isso. Em um dado momento ele passou a mão pela cintura dela e a puxou para um lugar da livraria onde não tinha ninguém e antes que ela pudesse fazer alguma coisa ele a beijou na boca com muita volúpia.
Foi rápido, mas foi o suficiente para Suzana ficar nas nuvens. “Como beija gostoso” pensou consigo enquanto via o homem sair da livraria e entrar no seu carro. “Que audácia”. Naquela noite ela não dormiu direito. Enquanto Henrique dormia como um anjo ela rolava na cama pensando no beijo de Beto. “Ai meu Deus! Perdoa-me por isso!”
Toda vez que as duas irmãs se encontravam Suelen sempre falava em Beto. Suzana percebeu que a irmã tinha ficado apaixonada pelo homem e que essa paixão crescia a cada dia. O que ela não disse é que ela também estava apaixonada por Beto. Ela sentia medo e ciúme ao mesmo tempo. Pensava muito em Henrique que era um cara bom e que não merecia aquilo da parte dela. Mas não conseguia mandar em seu coração. Passou alguns dias pensando na hipótese de contar tudo que acontecera. Mas sabia que nem Suelen e muito menos Henrique entenderia a situação.
Numa tarde quando chegava à livraria em sua bicicleta ela foi abordada pelo empresário que estava em uma camioneta de luxo. Ele pediu a ela que inventasse uma desculpa no serviço e fosse ao encontro dele que a esperaria do outro lado da pracinha que tinha próximo dali. Ela não sabe como conseguiu, mas quando deu por si já estava dentro da camioneta. Beto foi muito gentil com ela e a tratou com todo carinho. Foram para o melhor motel da cidade. Suzana nunca tinha sido tratada tão bem antes de fazer amor. Beto a fez sorrir contando umas histórias para ela. Comprou um champanhe e frutas e fez uma massagem. Enquanto as mãos de Beto tocavam seu corpo moreno suavemente, Suzana sentia o pulsar de seu coração. Foi ficando mais excitada a cada movimento que o homem fazia em seu corpo. Foram horas de pura paixão. Ela se sentiu amada e amou aquele momento. As visitas foram ficando freqüentes e os dois já não conseguiam mais disfarçar a ansiedade para o próximo encontro.
Foi numa dessas tardes que Suelen passou na livraria para pegar material escolar que ela viu quando Suzana saiu do carro de Beto no outro lado da rua...
Texto: Odair José.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A irmã de Suelen... (Segunda Parte) - O almoço!


Era um domingo diferente. O sol surgiu com um brilho mais intenso do que de costume e as flores dos ipês estavam mais coloridas do que de costume. Pelo menos essa foi a impressão de Suelen naquela manhã ao se levantar. Quase não dormira a noite devido à ansiedade. A família dela caprichou nos preparativos do almoço para oferecer ao ilustre visitante daquele dia.
Dona Adelaide tentava demonstrar um sorriso apesar de seu coração se revoltar com essa situação. Afinal, sua filha não era nem uma prostituta para ser oferecida como banquete principal a esse desconhecido. No entanto, ela conteve a sua revolta e caprichou no almoço. Enquanto Suzana ajudava a mãe nos preparativos, Suelen se arrumava no quarto. Tomou um banho caprichado, fez cabelo e unhas, além da depilação e banho perfumado. Estava deslumbrante quando por volta das 11 horas da manhã um carro esportivo parou em frente o portão da casa dela.
Beto era um homem alto e forte. Corpo bem definido e de porte atlético. Normalmente se encaixava no perfil da maioria das mulheres. No entanto, durante o almoço e as conversas, ele mostrou outra qualidade: sabia cativar as pessoas. De uma cultura superior ele conversou com todos na mesa e encantou a maioria das pessoas que ali estavam. Durante uma conversa e outra ele observava a jovem moça que havia sido “oferecida” a ele. Suelen estava linda e encantou o homem.
Houve um acidente quando um dos meninos que estavam na casa escorregou e caiu sobre Suelen que por sua vez tropeçou na mesa onde Dona Adelaide tinha acabado de colocar um bule de chá quente. O Bule foi jogado sobre o empresário e queimou sua mão. Durante alguns segundos ouve um momento de silêncio com a cena até que Suzana amparou o empresário e cuidou dos seus ferimentos. Ele, num misto de dor e revolta pelo acidente saiu como um louco da casa dos Almeida e foi embora cantando pneus.
Durante algum tempo a casa e todos os seus moradores ficaram estarrecido com o acontecimento. Rômulo e Otaviano não conseguiam nem olhar para Suelen como se ela fosse a culpada do acontecido. Suelen por sua vez não conseguia acreditar em tamanha falta de sorte. Como aquilo foi acontecer? Aos poucos foram se dispersando e cada um buscou um lugar para meditar e se perguntar como aconteceu tudo aquilo. Dona Adelaide, no fundo agradecia a Deus pelo acontecido enquanto que Otaviano e Rômulo saíram e foi para um bar beber e conversar a respeito do acontecido naquele dia fatídico. “Estava tudo caminhando tão bem” disse Otaviano. “Ela tinha que ser tão distraída assim?” comentou Rômulo demonstrando uma ponta de decepção com a sobrinha.
Enquanto Suelen chorava no quarto, Suzana foi e a abraçou com carinho. Tentou confortar a irmã dizendo que aquilo foi um acidente e que não era pra ser daquela forma. Que, com o tempo, tudo se resolveria. Além do mais o homem que demonstrava um grande conhecimento e cultura tinha sido um grosseiro e bárbaro com uma situação normal e que podia acontecer com qualquer um. No entanto, as palavras de Suzana não conseguiram consolar Suelen. Sua revolta não era nem pelo empresário em si. Era um homem bonito, rico e culto, mas era casado e tinha uma família. O que a deixava revoltada era o fato de esse azar acontecer justamente com ela. Ficou bastante decepcionada consigo mesma.O domingo que surgira bonito e florido acabou terminando escuro e sem graça para a jovem loira.
Suzana despediu-se dos seus familiares e foi embora com Henrique. Moravam em um bairro afastado daquele onde moravam seus pais. Caminhava de mãos dadas com o seu companheiro pela calçada quando foram abordados pelo carro de Beto. O empresário os parou na rua e disse que queria pedir desculpas pelo acontecido e agradecer a Suzana por ter o ajudado na hora da dor. Pediu mil desculpas por ter sido grosseiro e apertou a mão de Henrique dizendo que iria lá à casa dos Almeida pedir desculpas também e agradecer pelo almoço. Antes de sair, no entanto, ele abraçou Suzana como se fosse agradecer e falou no ouvido dela: “Me encantei por você e quero te ver”. Suzana ficou mais rubra do que de costume e seu coração acelerou. Engoliu em seco e ficou silenciosa enquanto o empresário se afastava e entrava no carro. Henrique percebeu que a fisionomia da sua jovem esposa tinha mudado, mas resolveu não fazer nenhum questionamento.


Texto: Odair José.

A irmã de Suelen... (Primeira Parte)


Eram duas irmãs que cresceram sempre juntas e que tinham uma grande amizade. Com diferença de dois anos uma da outra aprenderam a se amar e a brincarem juntas sempre compartilhando seus segredos e anseios.
Suelen era a mais velha e tinha uma pela bem clara com cabelos que beirava o loiro. Suzana era mais nova e um pouco mais morena com cabelos ruivos e cacheados. Em questão de beleza as duas eram lindas e despertavam a admiração de todos que as viam sempre a brincar perto da rua onde morava nos finais de tarde. Além delas tinha o irmão mais velho da família que se chamava George.
Elas sempre viveram em um dos bairros mais carentes da grande Cáceres e a cidade, por ser bastante antiga, sempre priorizou os bairros mais próximos ao centro do que os da periferia. Os pais das meninas sempre tiveram pensamentos diferentes com relação ao futuro delas. O pai sempre foi influenciado pelo irmão e tio das meninas em preparar as duas para arranjar um casamento que lucrasse para toda a família. O tio sempre dizia que poderia arrumar uma forma de encontrar homens da alta sociedade para que vissem as meninas e as tivessem em troca de dar a família status e boa posição na sociedade.
A mãe por outro lado sempre educou as filhas para que aprendessem o básico das funções domesticas e que estudassem para ter um futuro melhor. Dizia sempre as meninas para que se casassem apenas depois de já terem um futuro garantido e com quem realmente elas amassem e fossem retribuídas nesse amor. “Não faça como eu, dizia sempre, que me casei com um homem que não tem decisão”.
Aos 17 anos Suelen terminou o Ensino Médio na escola e entrou na faculdade de Biologia na faculdade da cidade. Ao entrar na universidade muita coisa mudou na vida de Suelen. Ela passou a dedicar-se mais aos estudos e isso fazia com que se distanciasse um pouco mais da irmã. Mas mesmo assim as duas eram muito amigas e conversavam até altas horas da noite. Suzana sempre esperava a irmã chegar da faculdade.
Acontece que dois anos depois quando Suzana também terminou o Ensino Médio e ia prestar vestibular para Direito ela conheceu Henrique. Foi uma paixão avassaladora e ela acabou se entregando a ele. Suzana tinha se tornado uma morena muito bonita. Seus cabelos cacheados eram de uma formosura intensa.
O pai e o tio das meninas, no entanto, nunca deixaram de planejar o que poderiam fazer para que arrumassem uma pessoa importante para que conhecessem as meninas.
Naquela época um dos grandes nomes da cidade era de um grande empresário do ramo de pecuária que tinha uma influência muito grande na cidade. Ele possuía uma grande propriedade produtora de gado de corte e mantinha um enorme conjunto de leilões que trazia grandes divisas para o município. Norberto Rosseto, mais conhecido como Beto era mais influente que o prefeito e delegados da cidade. Era um homem nos seus 30 anos, casado e pai de uma menina.
Um belo dia à tarde Beto parou em um bar da cidade para tomar uma cerveja. Encostou sua camioneta última geração, ligou o som e sentou-se na mesa. Próximo dali estava Otaviano e Rômulo, pai e tio das meninas, respectivamente. Sem pestanejar, Rômulo se aproximou de Beto e pediu se podia falar com o empresário um assunto importante. Beto, a principio, pensou que se tratasse de mais alguém a procura de emprego. Após alguns minutos de conversa entre eles, Rômulo olhou para Otaviano que aguardava em outra mesa e o chamou para junto deles. Conversaram bastante e Beto pagou a conta e saiu.
Dona Adelaide ficou horrorizada quando ouviu o marido dizer que deveriam arrumar a casa porque no domingo uma pessoa importante ia almoçar na casa deles. Não concordava com a atitude do marido e do irmão dele. Mas não tinha muito que fazer. Sempre fora uma mulher bastante submissa, herança do aprendizado de família. Naquela noite quando Suelen chegou da faculdade o pai e o tio a esperava. Entraram para o quarto e o tio expôs o seu plano. Segundo ele, no domingo quando o empresário viria almoçar com a família, Suelen deveria seduzir o homem e alcançar dele a sua admiração. A menina ficou meio confusa e disse que não achava isso certo. No entanto, seu pai e seu tio a convenceram de que valia mais um casamento com uma pessoa importante, rica e poderosa do que viver a vida toda sem um futuro definido. E concluiu que ela deveria pensar nos benefícios que traria a toda a família.Suelen, naquela noite antes de dormir ficou bastante pensativa. Ela tinha se tornado uma moça muito linda com seus cabelos loiros e um visual moderno ela chamava a atenção.
No outro dia cedo ela encontrou com a irmã que estava morando com Henrique e contou a ela o plano do pai e do tio. Suzana a abraçou e disse que ela seguisse o seu coração. “Ele é casado, tem família, apesar de ser muito rico. Se caso amar você... não sei”. Suelen olhou para a irmã e comentou que estava chateada pela situação dela. “Veja você, tinha tudo pra seguir os estudos e largou por causa de seu namorado... não sei se isso foi bom... é isso que penso... não gosto muito de viver assim dependendo dos outros. Estou ralando para concluir minha faculdade enquanto vejo meninas se saindo bem com os carinhas que tem dinheiro apesar de saber que a maioria dos casos serem passageiros. Estou muito pensativa a esse respeito”. As duas se abraçaram longamente e ficaram em silêncio por um bom tempo. “Quem sabe ele é um homem bonito...” finalizou Suzana. Antes de sair Suelen perguntou a irmã se ela ia ao almoço. “Sim, mamãe pediu que eu fosse pra ajudar ela arrumar as coisas”.


Texto: Odair José...