sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O Natal de Stone Halls



Aconteceu em uma pequena cidade do Mato Grosso
No final dos anos oitenta
Circulava pela pequena praça da vila
Uma criança que tinha uma vista atenta.

Na noite anterior, véspera de Natal,
Tinha observado as pessoas em festa
Que passava por ele em meio burburinho
Sem saber que em seu estômago nada resta.

Há poucos dias passados sua mãe tinha ido embora
Deixando que ele pudesse sobreviver
Sem a proteção que só uma mãe pode dar
Em um mundo difícil de crescer.

O pai tinha que trabalhar para sustentá-lo
E com ele não podia, naquele dia, estar.
Enquanto as pessoas festejavam
Para ele não sobrava nem um olhar.

O cheiro suave das carnes sendo assada
Em suas narinas chegavam
Deixando sua fome mais apertada
E uma tristeza que seus pensamentos solapavam.

Não sabia por que passava por aquilo
Pois era uma criança que desejava a felicidade
Que tanto propagavam nesses dias
Mas que, para ele, só existia a saudade.

Com os olhos fundos de tristeza
Olhava para as casas cheias de gente
Sentia-se sozinho naquele universo
E sabia que, para eles, era indiferente.

Em sua cabecinha ficava uma inquirição
Que parecia resposta não ter
Por que falavam tanto em espírito natalino
Se ninguém importava com o seu sofrer?

Poema: Odair

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Todo Fim de Ano é Assim...



Promessas. Reflexões. Compras. Ano Novo vou fazer tudo diferente. Vai chegando o fim de ano e lá vem as lorotas de sempre. Ano que vem vou mudar minhas atitudes. Vou ser uma pessoa diferente.

Campanhas de ajuda humanitária. De cobertores para as pessoas não passarem o Natal com frio ou sem ter o que comer. O Natal aproxima as pessoas, é o que dizem por ai. Aproximam do quê?

O comércio está abarrotado. Pessoas indo as compras. Endividando-se. Vão iniciar o ano novo devendo as compras de Natal. Em algum lugar por ai pessoas estão passando fome. Famílias estão se desestruturando e ninguém dá a mínima para isso.

Natal. Luzes. Fim de Ano. Acho tudo isso um saco. As pessoas não mudam.

Texto: Odair

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Os 3 últimos desejos de Alexandre, o Grande:

Os 3 últimos desejos de Alexandre, o Grande:

1 - Que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;
2 - Que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistado como prata , ouro, e pedras preciosas ;
3 - Que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos.

Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a Alexandre quais as razões desses pedidos e ele explicou:
"Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte;
Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados,aqui permanecem;
Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos
".
Alexandre, o Grande, percebeu no fim de sua vida que o mais importante na vida é o verdadeiro amor.

Fonte: http://essenciasparaavida.blogspot.com

domingo, 21 de novembro de 2010

Nos fundos de um cemitério



Eu não sabia o que pensar. Minha vida estava sendo um pesadelo. O que mais me magoava era o desepero em ver que boa parte daquela situação era culpa minha. Eu nunca tive paciência em lidar com esse tipo de situação.

A mulher com a qual passei a viver junto tinha pouco mais de quinze anos. Era ainda uma menina. Agora, depois de cinco anos juntos, ela tinha duas crianças pequenas e indefesas. Nossas brigas constantes fizeram com que nos separássemos. Depois de cinco meses longe dela resolvi ver as crianças.

O menino correu. Correu ao me ver para os braços da mãe. Correu de mim. Que animal me tornei? O que dizem sobre mim? O olhar aterrorizante do pequeno denunciava um medo. Minha alma tornou-se em um espectro. Já não sei mais quem sou.

O encontro não foi tão mal assim. Olhei nos olhos daquela que era a mãe dos meus filhos. Queria descobrir algo. Eles me negaram qualquer resposta. Nada. Apenas um silêncio sepucral existia neles. Com uma tranquilidade imensa pedi a ela que pegasse as duas crianças e viesse comigo para uma volta na cidade. Eu estava com a caminhonete do patrão.

Parei nas proximidades do cemitério São Miguel. Cercado de mato era quase impossível encontrar ali uma alma vivente. Por alguns instantes olhei para o infinito. Ao meu lado estava minha mulher e meus dois filhos. A menina ainda buscava o alimento no seio da mãe. O menino, maiorzinho, me olhava ainda assustado.

Abri o porta-luvas do carro e peguei uma arma que estava ali dentro. Virei-me para eles e comentei: - Vou matar você e essas duas crianças. – Não sabia o que faria depois. Provavelmente me mataria também.

Os olhos negros daquela mulher refletiu a calma. Não existiam neles o pavor da morte. Quem sabe talvez essa seria a melhor saida naquele momento. O sofrimento reinava na alma de ambos. A reação dela me imobilizou completamente. Não havia o que fazer.

Guardei a arma de volta no porta-luvas e voltamos a viver juntos.

Texto: Odair

sábado, 20 de novembro de 2010

Ser Negro



Quem um dia inventou a história
De que a cor negra era uma maldição
De que foi o castigo imposto a Caim
E o flagelo destinado a Cão?

Quem um dia inventou a história
De que o negro tinha que ser escravos
Para satisfazer interesses de senhores
Que se consideravam os bravos?

Por que mesmo em nossos dias
Onde nos encontramos tão civilizados
O racismo e preconceito insiste em existir
Mesmo que de modos velados.

Por que insistem em afirmar
Que a coisa tá preta no ruim momento?
E definem uma cor para as coisas más
Fixando isso no pensamento.

Consciência negra é para reflexão
Dos nossos atos e ideologia
Somos todos iguais nesta vida
E devemos viver em harmonia.

Ser Negro é ser humano
Com um carinho profundo
Tem uma vida em nada diferente
Das outras raças do mundo.

Poema: Odair

sábado, 13 de novembro de 2010

13.505 dias de vida


Se acreditasse em numerologia ia dizer que eu, neste momento, ou seria muito sortudo ou muito azarento. Hoje completo 13.505 dias de vida. Estou fazendo 37 anos, logo eu que nasci em 1973, isto é, 37 ao contrário. Hoje é 13 de novembro de 2010. Pois bem, como não acredito em numerologia tudo isso é só mera especulação.
O que importa mesmo é que completo meus 37 anos realizando um sonho. A publicação do meu livro. Agradeço a Deus pelo talento, pela paciência e, principalmente, pela perseverança em acreditar que isso seria possível.
O Sorriso e a Lágima é o meu maior presente desse dia.

Texto: Odair

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Farrapos Humanos



Olhos vermelhos e inchados
Veias perfuradas pelas agulhas
Sonhos desfeitos na madrugada
Vidas que choram de dor
E causam lágrimas de outras pessoas.

Mais uma casa arrombada
Para satisfazer a ânsia de um larápio
Objetos levados por mãos sorrateiras
Vidas que roubam objetos
Mas, roubam à paz de outras pessoas.

Olhos de crianças a mendigar
Além do pão, um carinho,
De um pai dominado pelo álcool
Vidas que sofrem a ausência
De outras vidas que as deveriam amar.

Mostram pernas e peitos nas avenidas
Acenam e dialogam com os transeuntes
Na esperança de fazerem o sexo ali mesmo
Vidas que sonham com o amor verdadeiro
E que destroem relacionamentos.

Não pestanejam em puxar o gatilho
Ceifam a existência que o Criador ofereceu
Por motivos banais e financeiros
Vidas que não pensam no próximo
E que assolam famílias inteiras.

Passam o dia todo bebendo
Fazem festa por qualquer coisa
E a noite dá continuidade às estripulias
Vidas que não pensam no futuro
E deixam outras vidas dependentes.

Farrapos humanos
Esses personagens descritos
Vidas que vegetam na sociedade
Não sabem o que é sentimento
Passam pela vida, não vivem...

Poema: Odair

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Cinema e História – Análises.

Aproveitei o feriado prolongado para assistir alguns dos meus filmes que estavam acumulados aqui na minha estante esperando uma oportunidade dessas. Confesso que não foi uma tarefa fácil pelo fato de ter muitos filmes e o tempo ser curto. Então parti para a escolha. Assisti cerca de dez filmes nesses cinco dias e comento alguns que me fizeram raciocinar um pouco.


Destaco “O Barão Vermelho” que conta a história do piloto alemão “Ás” da aviação que lutou na 1ª Guerra Mundial. Destaque para a cena em que ele, após ser promovido a comandante geral do comando aéreo el não aceita e diz para o alto comandante das forças alemãs que a causa alemã não era diferente da francesa ou britânica.

“Três Homens em Conflito” é um clássico do faroeste que ainda não havia assistido. Fiquei fascinado ao ver cenas de batalhas da Guerra Cívil Americana. O filme é muito bem produzido e, na minha opinião, quase se aproxima de Era Uma Vez no Oeste.

Outro filme que deixou em mim uma ótima impressão foi “Fargo”. A questão existencial da ambição pelo dinheiro e o que o amor a ele é capaz de fazer no ser humano é um prato cheio para a reflexão. No final todos se arruinam e ninguém acaba ficando com o dinheiro. A fotografia do filme e a paisagem branca da neve é um fator essencial no filme. Muito bom.

Outro destaque dos filmes que assisti vai para “Kasemusha, A Sombra do Samurai” filme japonês de Akira Kurosawa que conta a história da guerra civil entre 1572 a 1575 e a luta de três clâs pelo poder. O filme é uma maravilha. A história é fantástica e os diálogos são interessantissímos.

Além desses assisti outros filmes que também são interessantíssimos como “Falcões da Noite” de 1981 um retorno as minhas lembranças da infância; “Tubarão II”; “7 homens e um destino”; “Independence Day” e o terrivelmente ridículo “Piranha”. Esse último é lançamento de 2010 e mostra o quanto a criatividade do cinema está indo por água abaixo. Ridículo o filme.

Por fim, saliento que foi um feriado proveitoso no sentido em que um pouco mais de cultura foi acrescentado aos meus estudos sobre História e Cinema.

Texto: Odair

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Stone Halls e o juramento



Correram como nunca naquele dia e pararam embaixo de uma enorme figueira para descansarem do sol. Queriam chegar logo no rio para tomarem banho. Ofegantes e sorridentes sentaram nas enormes raizes da árvore. Olharam um para os outros e buscavam entender o que significavam aquela amizade.

Eram quatro garotos na faixa de doze e treze anos cheios de sonhos e fantasias. Moravam na pequena cidade no interior de Mato Grosso nos anos oitenta. A vida passava devagar e os acontecimentos eram monôtonos ao extremo. Stone Halls era bastante sonhador e já rascunhava seus sonhos no seu caderno escolar. Naquela tarde um dos garotos teve a idéia de fazer um juramento.

- Juramento?

- Sim. Vamos fazer um juramento de sermos amigos por toda a nossa vida aconteça o que acontecer.

- Você é maluco? De onde tirou essa idéia?

- Não somos amigos?

- Sim. Somos amigos. Mas o que tem isso a ver com um juramento?

- Então vamos fazer um pacto de mantermos nossa amizade por toda a vida. Quando ficarmos grandes e acontecer alguma coisa com um de nós os outros vão ajudar.

- Larga mão de ser besta. Não precisa fazer juramento para isso. Nossa amizade vai sempre estar presente em nossas vidas e ajudaremos uns aos outros quando precisar.

- Quer saber – interrompeu um terceiro – eu vou é para o rio. Vocês tem cada idéia louca.

Continuaram sua correria em direção ao rio. Passaram a tarde nadando e se divertindo nas águas vermelhas do Rio Branco.

Stone Halls hoje se lembra, passados mais de vinte anos, que os amigos daquela tarde estão dispersos pelo mundo. Quase nada se sabe sobre suas vidas e seus pensamentos. Um amizade perdida no tempo. Um juramento que não aconteceu.

Texto: Odair

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Tubarão - Lembranças de um filme



Lembranças de minha infância vieram à tona no dia de hoje quando assisti o filme Tubarão II. Lembro-me dos anos 80 quando ainda pequeno vinha passar férias na casa da minha avó. Ela um tanto rigorosa e cuidadosa não permitia que ficássemos até tarde assistindo TV. Eu tinha uma queda impressionante pela telinha. Lá em casa não tínhamos porque meu pai havia se tornado crente e não aceitava ter TV dentro de casa. Minha avó deixava só a gente assistir a novela e depois tínhamos que ir dormir.

Lembro-me de uma noite em que vi a propaganda do filme que ia passar em Supercine logo depois da novela. Fiquei doido de vontade assistir o filme. No entanto, sabia que minha avó jamais me deixaria assistir aquele filme. Então parti para uma estratégia mais ousada. Antes de acabar a novela eu sai de casa.

Fui até uma casa na outra rua aqui mesmo na Vila da PM e sentei-me na porta da casa e comecei assistir à novela na esperança de que o pessoal fosse assistir ao filme. A visão era outra. TV colorida em contraste com a da minha avó que era preto e branco ainda.

As imagens de suspense e o perigo que aquelas pessoas passavam em alto mar hoje podem ser identificadas com o perigo que eu corria naqueles tempos. Com certeza minha avó estava preocupada comigo. Me procurando por todos os lugares. Onde se meteu esse menino? Acontece que nesse dia eu assisti ao filme e aos meus primos e irmãs também assistiram porque ficaram me esperando em casa.

Essa semana baixei a trilogia de Tubarão e assisti os dois primeiros. É diferente a visão que tenho hoje dos filmes. Continuo afirmando que são excelentes produções de uma época. Ao assistir não me contive em minhas lembranças e aqui as deixo registrada para a posteridade.

Texto: Odair

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Poema do meu nome I



Onde nasce uma emoção
Deixo ali meu coração, querida,
Ainda que me entorpeça
Insisto em dar-te minha vida
Razão de sentir essa solidão.

Jamais devo esquecer-te
Onde aprendi a te amar
Sei que te desejo profundamente
E não posso viver sem o teu olhar.

Poema: Odair

sábado, 16 de outubro de 2010

Quem te deu o direito de julgar?



“A Condenação pode parecer muito honesta, mas este é o tipo de honestidade que é melhor dispensar”.

Um dos maiores homens, senão o maior, que passou por essa terra ao se deparar com um grupo de pessoas que queriam apedrejar uma mulher que havia sido apanhada em um ato de adultério (em uma sociedade que pregava o apedrejamento de tais atos) apenas disse: “aquele que não tiver pecado que atire a primeira pedra”. Bastou para que aquelas pessoas saíssem, um por um, rumo aos seus afazeres.

O maior erro da humanidade, e isso sem exceção, é o julgamento. Condenamos as pessoas pelas suas atitudes e decisões sem notarmos que poderíamos, e às vezes, cometemos os mesmos erros. A frase acima citada, que me apossei do link de uma amiga de Messenger, mostra uma realidade que não paramos para pensar. Sempre que condenamos uma pessoa pelo seu ato normalmente achamos que estamos sendo honestos. Até que ponto isso é verdade?

É preciso parar para pensar nas nossas atitudes. Freqüentemente vejo pessoas preocupadas em não fazer isso ou aquilo porque “fulano vai pensar isso” ou “beltrano vai achar aquilo”. A sociedade em que estamos inseridos nos levou a esse patamar tão dilacerado a ponto de nos submetermos as vontades alheias. E onde estão nossas próprias vontades?Esse mesmo homem que livrou aquela pobre mulher, tempos depois acabou sendo condenado pela aquela turba, talvez os mesmos que largaram as pedras naquele dia. Isso mostra que a condenação pode parecer muito honesta, mas este é o tipo de honestidade que é melhor dispensar.

A coisa é tão séria que dificilmente agradamos as pessoas. Se faço o que quero desagrado algumas pessoas que me julgam por aquele ato praticado; se não faço sou julgado por outros por ter me abdicado de praticar o tal ato. Não é possível agradar a todos. Mas nem por isso temos que ser duramente julgados pelas nossas atitudes.

Texto: Odair

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O Sétimo Selo – Um comentário do curso História e Cinema.



“Todo homem começa a morrer a partir do momento em que nasce, e termina no momento em que nem a morte lhe faz mais sentido”.

Neste sábado tivemos mais uma etapa do Curso de Extensão História e Cinema e o filme abordado dessa vez foi O Sétimo Selo, obra prima do genial Ingmar Bergman. A audiência foi macissa uma vez que, durante a semana fiquei abordando os participantes do curso e informando que não aceitava falta nesse dia. Uma das razões é porque o curso é presencial, outra porque gostaria que o maior número de pessoas assistissem esse filme que, no meu ponto de vista, é o melhor que o cinema já produziu até hoje.

A sensação de assisti-lo com o pessoal e de forma reflexiva me chamou a atenção e fiquei ansioso para ler os comentários. Como imaginei, boa parte dos assistentes não gostaram ou não entenderam o filme. Coisa natural em se tratando de O Sétimo Selo. Mas esse era o objetivo central do curso. Isto é, dar a oportunidade de estudantes de História, em sua maioria, ver um filme diferente com um olhar mais aguçado para o período medieval e no contexto da Guerra Fria.

As cenas escolhidas pela maioria foram destacadas da seguinte forma: no momento em que os artistas cantam uma música alegre e são bruscamente interrompidos pelos flagelados e uma música gritante ao som de tambores e chicotes apresentam um cenário de dor e sofrimento. Outra cena de impacto, segundo os assistentes, é o momento em que a mulher é queimada na fogueira e seu olhar apresenta um momento de dor e sofrimento como nunca visto. E outra cena bastante comentada é a cena em que o cavaleiro desafia a Morte para um jogo de Xadrez.

Por fim, vale salientar que o objetivo do curso é exatamente essa reflexão de que o cinema pode dar subsídios para o historiador/professor de História em estar apresentando novos olhares para seus alunos em sala de aula.

Texto: Odair.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Sacudindo o mofo da rotina


Acostumamos-nos com as coisas. Temos medo das mudanças e acomodamo-nos passivamente. A vida passa lentamente, às vezes, rapidamente e não notamos o que acontece a nossa volta. Uma folha que cai lentamente de uma árvore qualquer. Um cão que ladra ferozmente pela ameaça que tenta repelir. Uma criança que chora desejando o seio da genitora. Acomodamos-nos com a vida corriqueira. Com o choro sentido de pessoas desoladas. Com as falsas gargalhadas de gente que se acham no direito de zombar de todo mundo. Gente que caminha como se o mundo os pertencesse. São parasitas de um mundo utópico que se arrasta para a solidão.

É preciso parar e refletir sobre o que fazemos de nossa vida. Onde estamos direcionando os nossos ideais e para onde conduzimos nossos passos.

Chega um momento na vida em que precisamos sacudir o mofo da rotina e provocar uma revolução nas estruturas de nossas vidas. Combater o marasmo que sorrateiramente apossa de nossas energias e as suga como sanguessugas destrutivas. Transformar as incertezas em objetivos traçados para uma nova realidade. Acreditar que é possível caminhar novos horizontes e alcançar novos objetivos.

O mofo é ruim. Ele nos tira o sentido da vida. Esconde-nos e não nos deixa viver. Neste momento abalo o mofo da rotina.

Texto: Odair

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Sinal do Apocalipse na Cidade de Cáceres



Sufocante nuvem de fumaça cobre a cidade
Em dias de intenso calor
As chuvas de outrora deixam imensa saudade
Nas vidas atingidas pelo sol abrasador.

Um lamento sentido se ouve nos cantos
Em toda parte por onde caminhamos
Um lamento de quem perdeu os encantos
Da primavera que sonhamos.

O fogo dilacera os cerrados secos
Sem notar sua agonia terrível
O desmatamento de outrora intrínsecos
É a causa desse calor horrível.

A natureza reclama os abusos
De pessoas que não pensaram direito
Na ânsia destrutiva de seus usos
Não teve com ela nenhum respeito.

Agora o calor sufocante dos dias
Provoca enorme desespero na população
Que não encontram mais nostalgias
Para acalmar sua longa aflição.

Poema: Odair

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A serpente e o cavalo



Estava em um lugar nebuloso. Cheio de árvores esparsas em meio um vasto cerrado. Olhei para todos os lados e não sabia qual direção tomar. Na verdade, nem sabia como tinha ido parar naquele lugar. Um medo terrível tomou conta de mim. O sol escaldante queimava a minha cabeça e ofuscava a minha visão. Almejava a minha salvação que não aparecia nunca.
Estava absorto em meus temores quando a avistei. Seus olhos eram tenebrosos e foi à primeira coisa que vi. Ela, aos poucos foi saindo da toca. Era enorme e assustadora. De cor cinzenta. Seu contorno era aterrorizante e um temor apoderou-se de mim. Eu precisava correr. Mas não teria condição de fugir dela correndo a pé. Seu olhar ameaçador fixou-se sobre mim e me fez entender que a qualquer momento ela daria o bote certeiro e fulminante que acabaria com minha vida. Vida que seria dilacerada em um momento. 
Foi quando avistei, logo ali na frente, aquele belo cavalo. Negro da cor da noite mais escura ele pastava tranquilamente alheio à presença da víbora. Cavalguei-o e nem precisei esporeá-lo para que cavalgasse como um raio pela planície. Foi uma perseguição alucinante pela esplanada e uma fuga espetacular. Olhei para trás e vi a enorme serpente ficando a distância. Meu coração acelerado era o retrato do medo pelo qual passei. O cavalo parou ao entrar em um enorme jardim cheio de flores. Flores lindas e perfumadas. Eram muitas mesmo que até sumiam das vistas.
Nesse instante eu acordei. O que significa não sei, mas esse foi o sonho que tive essa noite.

Texto: Odair

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Espelho


No espelho vi o reflexo da ilusão
Que nas asas do vento elevou-se além da visão
De olhos que não viram a esperança.

Sonhos de uma tarde de primavera
Que a angústia do tempo desfizera
No longo caminho da lembrança.

Lembrança de tempos memoráveis
Que vi seus olhos tão amáveis
Preencher o vazio do meu coração.

Lembrança que me fez navegar
Os mares ocultos de seu olhar
E viver com você uma grande paixão.

A imagem refletida no espelho
Não passa de um espectro vermelho
Que vive a atormentar meus pensamentos.

Sou a imagem do incompreensível
De momentos que fui tão sensível
Ao revelar a você meus sentimentos.

Poema: Odair

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Curso História e Cinema...1ª Semana

O Curso de Extensão: História e Cinema teve seu início neste sábado e foi muito proveitoso para os participantes inscritos no Curso.


As turmas foram divididas em duas salas e na sala I assistiram e comentaram o filme Cruzada enquanto na sala II os inscritos assistiram e comentaram o filme Colateral.
A questão principal em Cruzada era de cunho religioso. Até que ponto respeitamos a crença alheia?


Já em Colateral a questão pertinente foi de cunho cultural. Até que ponto as pessoas ao nosso lado são importantes?
No geral a primeira semana foi um sucesso com uma turma bem participativa.

Texto: Odair
Fotos: Odair

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Às Margens do Rio Paraguai II



Um sol ofuscado e tosco cobre a cidade
Cheia de poeira e fumaça
Sufocados pelo clima da nossa realidade
Que maltrata implacavelmente quem passa.

Às margens do Rio Paraguai
Já não se vê o pôr-do-sol encantador
Ouve-se o lamento e gemido de ai
De quem não suporta esse calor.

O Rio lamenta e se contorce
Como uma serpente sem direção
Sente a ausência das chuvas e retorce
E as águas não caem nesse chão.

Há um lamento geral na população
Que enfrenta esse ar sufocante
Mas isso é fruto da própria ação
De gente tão petulante.

As belezas da natureza foram cruelmente
Exploradas para satisfazer
Vidas que só tinham em mente
Realizar seu bel prazer.

O vermelho sangue de um sol triste
É a imagem da desolação
De ações destruidoras que insiste
Em mostrar os abusos da nação.

Se existe ainda alguma esperança
Que possa recuperar nossa paisagem
Para que não vivamos só de lembrança
Está é à hora de fazer essa viagem.



Poema: Odair

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

E começou...a campanha política


Neste ensaio quero apresentar importantes questões que exigem cada vez mais a nossa atenção. Com efeito, o futuro da humanidade não está definido e avizinha-se um tempo que pode trazer consequências imprevisíveis.

A crise global (se pensarmos pelo ponto de vista do caos urbano) em que vivemos é grave em todos os setores e poderão dar origem a uma mudança dramática no mundo inteiro, com um desenlace imprevisível, mas em que podemos antever que, mais uma vez serão os povos e países mais fragilizados a serem mais fortemente afetados.

Mais porque pensar em crise se podemos viver acima dela. O que é uma crise? Existe de fato o caos que os alarmistas de plantão pregam a todo instante? O homem, desde a sua origem a milhares de anos, pregam essa constante destruição do ser humano.

Pregam a conversão de seus delitos e que se arrependam da destruição que causam ao próprio planeta. De fato, há um grande alarme que rondam os habitantes terrestres.
Não quero aqui discordar que haja esse colapso gerador de destruição iminente.

Creio que haja sim esse juízo final. Houve para Pompéia, houve para Sodoma por que não haveria de ter para a nossa civilização? Falar em civilização, será que somos mesmo civilizados? O que nos difere dos considerados “bárbaros” que usufluiam com sabedoria da terra que habitava?

A mediocridade humana é o meu maior combate... Quero combater as ações e decisões medíocres que somos obrigados a ver na sociedade contemporânea. Começa com o povo que acredita nas promessas de homens incapazes de governar a própria família e termina com eles fazendo as maracutaias para se dar bem.

Espero que neste ano eleitoral, as pessoas se concientizem da capacidade de cada um dos milhares de candidatos que irão aparecer e, pelo menos saiba distinguir os medíocres. Elejam gente compromissada com os interesses públicos. Abaixo os medíocres.

Texto: Odair

sábado, 14 de agosto de 2010

Existência de vidas desoladas



Sentado solitário e reflexivo
No banco da praça
Observo o que acontece a minha volta
Para descobrir se a vida tem graça.

É fácil perceber um grupo de pessoas
Todos os dias por ali
Envoltos em seus afazeres rotineiros
Como se tudo acabasse aqui.

Corpos esqueléticos e fedorentos
Fumam maconha e cheiram cocaína
Sob a luz do sol
Acabam-se injetando heroína.

Olhares distantes revelam
A angústia de almas desoladas
Que entornam corotinhos de pinga
Na alegria falsa de suas risadas.

Pessoas sem nenhuma espectativa
Na existência dessa caminhada
Triste vidas de pessoas que não vivem
A alegria da alvorada.

Então penso nas oportunidades
Que recebo a cada alvorecer
De poder contribuir para a posteridade
Com a expressão do que é viver.

Nossa sociedade hipócrita deveria
À essas pessoas seus olhos voltar
Pois são almas que necessitam amparo
De outras que saibam amar.

Poema: Odair.

Obs: Este poema é uma forma de expressar a angústia de ver pessoas aglomeradas nas nossas praças em plena luz do dia fumando, bebendo e se drogando e ninguém faz nada.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Reflexões sobre o mundo


O mundo nunca é o mesmo um dia depois. Por quê?

Os dias nunca retornam como nunca vão embora...

O mundo não é o que conhecemos,

O que podemos ver prossegue infinitamente,

Nada acaba quando queremos...

Nem mesmo todas as eternidades do mundo

Poderão apagar o seu dia ruim...

Mas, o homem, a mulher pode voar algumas vezes,

Escrevendo histórias na sua história...

O mundo é um local de brincadeiras a ser conquistado

E, nós somos muito mais do que pensamos ser

E viver é bem diferente de todas as coisas...


Texto: Odair

domingo, 8 de agosto de 2010

Dia dos Pais

Graças te dou, oh, Deus. Pelos momentos ao lado dos tesouros que Tu me deste. O melhor presente foi passar o dia ao lado deles nesse recanto da natureza.

Texto: Odair

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O dia em que morri

Ali estava eu
Deitado imóvel e frio naquele caixão
As mãos cruzadas sobre o peito
Roupas novas e uma linda decoração.

Indivíduos transitavam ao redor do corpo
Falando coisas boas a meu respeito
Outros sorriam zombeteiramente
Porque não me conheceram direito.

Pessoas amadas choravam
Deixando transparecer o sentimento
Lembrando dos belos momentos
Em que, juntos nesta vida, caminharam.

Era uma noite de incertezas
Cercada de choros e canções
Iluminando o que fiz nessa vida
Do sentimento e das emoções.

Quatro braços conduziram
O esquife para o cemitério
Lançaram terra sobre o mesmo
E ali acabou o mistério.

Na madrugada fria de inverno
De choro e rosto tristonho
Vi que não estava no inferno
Pois, tinha acordado do sonho.

Poema: Odair

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Assim falou Nietzsche...



"Qualquer grande homem possui força retroativa: força a reconsideração da totalidade da história; milhares de segredos do passado saem de seus esconderijos para se iluminarem à sua luz. Ninguém pode prever o que acontecerá a história. Essencialmente, o passado talvez ainda continue por ser explorado! Necessitamos ainda tantas forças retroativas!"

(Friedrich Nietzsche)

"O verdadeiro homem quer duas coisas: perigo e jogo. Por isso quer a mulher: o jogo mais perigoso."

(Friedrich Nietzsche)

"Eu jamais iria para a fogueira por uma opinião minha, afinal, não tenho certeza alguma. Porém, eu iria pelo direito de ter e mudar de opinião, quantas vezes eu quisesse."

(Friedrich Nietzsche)

"Toda virtude tem seus privilégios: por exemplo, o de levar seu próprio feixezinho de lenha para a fogueira do condenado."

(Friedrich Nietzsche)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Robin Hood



"Lutem, e lutem novamente, até cordeiros virarem leões!"

Essa é a inscrição no cabo da espada que dá a trama do novo Robin Hood. Desde Tróia não assistia um filme épico, no meu modo de ver, tão bom.

O filme mostra a origem do lendário arqueiro.

Vale a pena assistir.

Texto: Odair

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Que vivam felizes em suas loucuras...



"Já que a raça humana insiste em ser completamente louca - já que todas as pessoas, do Papa ao mais humilde pároco da aldeia - do mais rico dos homens ao mais miserável dos mendigos - da honrada dama em suas sedas e cetins à mulher vulgar em seu vestido de chita - já que todos se decidiram firmemente a não usar o cérebro que Deus lhes deu, mas insistem em se deixar guiar inteiramente pela ambição, vaidade, ignorância, porque, em nome de uma divindade racional, deveriam as poucas pessoas realmente inteligentes perder seu tempo e esforço, tentando mudar o gênero humano, transformando-o em algo que ele jamais desejou ser? Deixêmo-lo viver feliz em suas loucuras. Não o privemos daquilo que, lhe dá maior prazer - seu infinito poder de se tornar ridículo."

O Elogio da Loucura - Erasmo de Roterdã

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Deus tem a última palavra!



“Porém o Senhor disse a Moisés: seria, pois, encurtada a mão do Senhor? Agora verás se a minha palavra te acontecerá ou não.” (Nm 11.23.)

Ao olhar o horizonte distante e ver que, muitas vezes, o sonho também está distante e a esperança que, como o sol, se põe para uma outra noite na vida perdemos a fé e entramos em desespero com as situações.
Alguém diz que tudo na vida é efêmero, passageiro, vil. Mas, então, porque viver? Qual o sentido da vida? Faz diferença viver ou morrer?
Se assim fosse não haveria porque viver.
Creio que Deus, criador e soberano, nãop poderia fazer-nos sem propósitos.
Não. Na vida nem tudo é efêmero, passageiro, vil.
Qual tristeza não se apavora diante de um singelo sorriso?
Quando tudo parecer perdido, sem solução, impossível, então erguemos nossos olhos e contemplamos o olhar singelo e meigo de Cristo. Nesse momento algo de bom acontece em nossas vidas.
A última palavra é a de Deus!
O médico fala ao paciente morimbundo no fundo de um leito já sem forças e na ânsia da morte:
- não há esperança de melhora para você, infelizmente seus dias estão contados.
Porém, Deus fala como falou à Ezequias:
- Eis que estás curado. Terás mais quinze anos de vida com saúde para desfrutar.
As pessoas dizem ao ladrão que é conduzido à morte:
- Esse está condenado. Fez tanto mal e agora vai morrer miseravelmente!
O ladrão, arrependido, pede perdão a Deus por tudo que fez de mal enquanto viveu e crê na salvação de sua alama. Então, outra vez a última palavra é de Deus:
- Hoje estarás comigo no paraíso!
As pessoas olham para o cego e dizem:
- Esse nunca verá a luz do sol.
Deus diz:
- Vê. A tua fé te salvou.
As pessoas dizem ao cobrador de impostos:
- Você nunca terá salvação.
Jesus, com olhar de misericórdia encontra-o no alto da árvore e lhe diz:
- Desce depressa. Hoje veio salvação a essa casa, pois também este é filho de Abraão.
Qual é o teu problema nesta hora? Qual é a tua dificuldade? O que te deixa sem esperança, sem fé? No que você crê?
Depende de você acreditar no que as pessoas dizem o no que Deus te fala.
Creia que Ele tem a última palavra e que ela é cheia de misericórdia.

Texto: Odair

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Se...



Se você não pode ser um pinheiro no topo da colina, seja um arbusto no vale, mas seja o melhor arbusto à margem do regato.

Se não puder ser um ramo, seja um pouco de relva, e dê alegria a algum caminho.

Se não puder ser um almíscar, seja então, apenas uma tília, mas a tília mais viva do lago!

Não podemos ser todos capitães, temos que ser tripulação.

Há alguma coisa para todos nós aqui.

Há grandes obras e outras menores a realizar. E é a próxima tarefa que devemos empreender.

Se você não puder ser uma estrada, seja apenas uma senda.

Se não puder ser o sol, seja satélite.

Não é pelo tamanho que terá êxito ou fracasso.

Mas seja o melhor do que quer que seja!


"Douglas Maloch"

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Fúria de Titãs



Porque nos tiram o prazer das viagens fantásticas que fazíamos quando criança?

Roubaram-me os sonhos da imaginação que perdurou durante anos do mitológico mundo grego em minhas lembranças. Era criança na saudosa Lambari D'Oeste quando passou o filme Fúria de Titãs. Na época eu não tinha televisão porque meu pai era protestante e não podia ter TV em casa. Eu, fanático pela telinha, ficava nas casas dos vizinhos assistindo tudo quanto era programa que passava.

Lembro-me como se fosse hoje o dia em que passou esse filme. Assisti da porta da casa de um senhor idoso que morava na subida que tem naquela cidade. Se não me engano o filme passou no Supercine e acabou tarde. Passei dias imaginando aquela aventura. Fantástica. Ali nasceu o interesse pelas mitologias gregas, medusa, minotauro, cavalos com asas, etc e tal.

Anos se passaram e quando já estava na faculdade me lembrei desse filme. Procurei-o na internet pra baixar mas nunca consegui. assisti algum trecho no youtube mas sem legenda. Até ver as noticias de sua refilmagem. Aguardei ansioso a estréia aqui na minha cidade.

Que decepção ao ir ao cinema. Toda aquela magia que senti no primeiro filme a mais de 20 anos passado cairam por terra ao ver essa nova versão. Usaram muita tecnologia e o filme ficou irreal. Perdeu a graça e eu sai decepcionado com tudo isso.

Creio que a nova geração deve adorar o filme e, alguns podem até se encantar com a aventura de Perseu. No entanto, para mim, foi a mesma coisa de me acordar de um sonho bom.

Texto: Odair

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Os poetas não morrem (Homenagem à Saramago)



O mundo fica vazio
Com a voz silenciada pelo tempo
O talento que se vai
No alvorecer de um novo dia.
Não mais teremos aquelas palavras
Que transforma o raciocínio
Que transporta ao mundo imaginário
Das leituras.
Mas os poetas não morrem
Eles se transformam
Deixam-nos a esperança
Em textos tão sentimentais
Que o tempo não apaga.
Essa é a lembrança
Que guardamos deste imortal
Que deixou-nos neste dia.

Texto: Odair

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Porque quero que a Argentina ganhe essa Copa.


Neste artigo pretendo abordar as minhas conjecturas com relação à Copa do Mundo de Futebol que será disputada em solo africano pela primeira vez.

Em primeiro lugar quero salientar que sou brasileiro com muito orgulho e que amo a minha pátria. No entanto, chega dessa paranóia que os brasileiros inventam toda época de copa do mundo. Esquecem que os juros estão altos, que existem crises nos lares, etc, etc e tal. Tudo isso porque a Seleção vai estar em campo e são 190 milhões em ação, salve a seleção!

Em segundo lugar torço para que o Brasil possa chegar até as semifinais porque ai, com certeza, teremos pelo menos mais dois pontos facultativos no Estado. Eita vida boa! Mas só até ai. De preferência que seja eliminado pela Argentina ou Itália. Não concordo com a Seleção medíocre que o Dunga arrumou. Só tem volante na Seleção. Uma piada. O que gostaria mesmo era que o Brasil perdesse para a Coréia do Norte na estréia, seria uma zebra e tanto, depois empatasse com a Costa do Marfim e por fim, empatasse com Portugal. Bay bay Brasil. Já imaginou? Isso seria ruim só pelos pontos facultativos que perderíamos, mas seria excelente para a próxima Copa do Mundo que vai ser realizada exatamente em solo tupiniquim.

Em terceiro lugar justifico a minha escolha para que a Argentina seja a campeã. Poderia torcer pela Espanha, Itália ou Holanda, mas não quero que os europeus que, durante anos sugaram o continente africano conseguissem ganhar mais alguma coisa por lá. Isso não seria justo! Quem sabe a Costa do Marfim, a Nigéria ou mesmo Gana poderia erguer a taça. Nossa! Isso seria muito bom, mas não creio em milagres dessa natureza. Quem sabe, então, Chile, México, Paraguai, Uruguai e Estados Unidos que, no meu ponto de vista, não tem muitas chances assim de faturar o caneco. Resta-nos, então, a Argentina.

É preciso que a Argentina ganhe essa Copa. É bom para o Brasil na próxima Copa fazer a final com a própria Argentina e que não repita outro maracanaço. Maradona, então, será melhor que o Pelé. Afinal, vai ganhar uma copa como jogador e uma como técnico. Coisa que o Pelé não fez ainda. O que gosto nessa seleção argentina, assim como a espanhola, é o número de atacantes e gosto do futebol do Messi e do Tevez. E dá-lhe, Argentina!

Neste sentido, o objetivo da minha argumentação é fundamentar a minha torcida, mesmo que em alguns momentos veladamente (meu filho nem pode sonhar com isso), para que a Argentina levante esse caneco. Essa é minha torcida! Se isso acontecer, gostaria de ver os comerciais da Skol depois.

Texto: Odair

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Morte anunciada


"O dia da morte é melhor que o dia do nascimento." (Bíblia)

Ao me deitar ontem a noite comecei a pensar nessa frase que se encontra na Bíblia. Na noite anterior, sábado, tinha planejado sair para uma festa e me divertir. Mas, não me sentia muito bem. Então recebi uma ligação de uma amiga que me pedia um favor. A avó dela tinha sido internada na UTI e ela queria que eu fosse no domingo de manhã buscar o avô que se encontrava no sitio para visitar a avó no hospital. Sabedor que teria que levantar-me cedo no domingo para realizar tal tarefa decidi ir dormir cedo e desisti da idéia de ir para a festa.

A cena que encontrei naquele sítio, o velhinho de mais de 90 anos, curvado pelas lutas da longa vida que tivera me fez pensar sobre minha vida. Dificilmente acredito que possa chegar nesse patamar de longevidade. Preciso fazer exercícios. Pensei comigo. Com dificuldade para caminhar, Pai Velho, como ouvi o pessoal o chamar sentiu uma dificuldade enorme em ser conduzido para a cidade. Era fácil notar que ele sofria muito com essa situação. O que ele queria era ficar no sossego de seu cantinho alimentando as galinhas com seus pintinhos e os cachorros.

Com muita dificuldade conseguimos levá-lo até o hospital para visitar a esposa. Fiquei imaginando quanto tempo os dois compartilharam momentos felizes durante o longo caminho que trilharam juntos. Quantas alegrias, quantas tristezas, enfim, quanto tempo juntos. Vi o sofrimento no semblante daquele senhor que me deixou perturbado.

Infelizmente, logo após a visita a senhora veio a óbito e descansou, enfim, dessa vida sofrida. Os filhos choravam áquela que, com certeza, tinha sido um baluarte na vida deles. Ao conduzir eles de volta ao sítio ouvia o choro silencioso de Pai Velho e sua filha. Senti-me um tanto confuso quanto a isso.

Deitei-me cedo no domingo. Estava cansado. Então me veio na memória os acontecimentos desse dia e a frase acima. Então perguntei-me ao Criador. Como entender que o dia da morte é melhor que o dia do nascimento?

A vida tem certos caminhos no qual trilhamos que nos fazem refletir. Qual é a nossa função nas engrenagens da vida? Qual o motivo da minha caminhada nesta longa jornada? Já vivi 36 anos de minha vida e o que tenho feito até hoje? Quanto tempo ainda me resta? Conseguirei chegar aos 90 anos? E se chegar, o que devo fazer até lá?

Já dizia alguém que “quando morremos, deixamos atrás de nós tudo o que possuímos e levamos tudo o que somos”. Neste sentido, o importante, penso eu, é fazermos o que cremos ser útil e essencial para realizarmos coisas dignas de nosso caráter e virtude para deixarmos à nossa posteridade.

Pensar sobre a possibilidade da morte é viver. Pois, é isso que nos motivará a sermos melhores e mais fecundos no que fazemos no dia-a-dia.

Para concluir meus pensamentos nesse dia deixo uma frase que considero muito especial para reflexão: "A última cena é sempre trágica, pouco importa quão felizes tenham sido as outras: um pouco de terra é jogada por cima de nossa cabeça e é o fim para todo o sempre." (Blaise Pascal).

Texto: Odair

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O Tempo...



Tentando encontrar um tema para compartilhar com meus leitores encontrei esse texto para uma breve reflexão:

“O tempo é nosso grande mestre, que ameniza nossas dores, cuida das nossas feridas e cura as cicatrizes, da incompreensão, do desamor, da falsidade, das derrotas temporárias, dos que se aproximam de nós apenas em benefício próprio. Só o tempo nos mostra os verdadeiros amigos.”

Que cada um reflita sobre a sua vida.

Extraido: http://www.tudomaisumpouco.com/Textos/Frases%20Reflexivas.html

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O amor nos tempos do cólera


O que é o amor?
Por quanto tempo suportamos esperar por alguém a quem se ama?
O amor resiste ao tempo?
Conseguiríamos esperar por mais de meio século um amor que sabemos estar nos braços de outro vivendo uma vida a qual desejaríamos que fosse a nossa?
O que pode dar conforto a uma esperança de um amor como este?

Essas indagações perpassaram a minha mente enquanto assistia o magnífico filme “O amor nos tempos do cólera”, adaptação do livro de Gabriel Garcia Marques. Simplesmente fantástico. Um daqueles filmes que seduz, fascina e intriga ao mesmo tempo. Recomendo aos meus leitores.

Texto: Odair

sábado, 22 de maio de 2010

Sarah - 12 anos!!! Parabéns!!!


Dificilmente acreditamos que nossos filhos crescem.
Nunca consigo acertar as roupas e calçados dessa menina...
Ela cresce e, para mim é sempre aquele anjinho que vi nascer a alguns anos lá em Campo Grande.
Mas o tempo passa.
Minha princesa completa hoje 12 anos.
Está na adolescência.
Cada dia mais linda.
Tenho o imenso orgulho de ser seu pai.
Sei que nem sempre tenho estado presente em seus momentos de incertezas e, agora mais ainda irá precisar disso.
No entanto, quero que saiba que faço tudo na vida para que você e o Samuel possam ter um futuro melhor.
Tenho o imenso prazer de saber que você está ao meu lado, que irá crescer e ser uma excelente profissional na área que escolher.
Tenho fé em Deus que Ele, na sua infinita graça, irá conduzir os seus passos na direção certa.
Desejo toda felicidade para você.
Que Deus possa te iluminar sempre.
Bjos... Te amo muito!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

É inconcebível agarrar Deus com os sentidos?


Cavaleiro:
- Eu quero conhecimento.

Morte:
- Você quer garantias?

Cavaleiro:
- Chame isso como você quiser. Será que é tão cruelmente inconcebível agarrar Deus com os sentidos? Por que Ele deve se esconder em um nevoeiro de meias promessas e milagres invisíveis?

Morte não responde.

Cavaleiro:
- Eu quero conhecimento, não fé ou suposições, mas conhecimento. Eu quero que Deus estenda a mão para mim, deixe-se revelar e fale comigo.

Morte:
- Mas Ele permanece em silêncio.

Cavaleiro:
- Eu o chamo na escuridão, mas ninguém parece estar lá.

Morte:
- Talvez não há ninguém lá.



Obs: Diálogo do filme O Sétimo Selo.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A Ilha do Medo



Poucos filmes tem a capacidade de nos cativar e prender a atenção desde o seu ínicio. A ilha do medo é um desses filmes que traduzem a expectativa de um suspense. A trama é bem convincente e prende a atenção para os detalhes. Fica a indagação: É real ou fictício? Interessante. Valeu aqui o meu deslumbramento pelo filme.

Texto: Odair

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O Mágico de Oz


Hoje assisti o filme O mágico de Oz. Tenho lembranças da minha infância quando adorava assistir TV.
Tinha uma pequena fagulha de lembrança desse clássico do cinema. E as leituras agora são diferentes. O olhar é mais critico, perplexo até com o desenrolar dos acontecimentos no filme.
A primeira coisa que me chamou a atenção foi o excelente enredo do filme e as terminologias. A dublagem me fez reviver a minha infância. Aquelas vozes são inconfundíveis.
A história em si deve ter me cativado mais quando criança. Só uma pergunta me confundiu: Dorothy caminhou tanto e descobre, no final, que o mágico não tem poder.
Quantas pessoas caminham hoje em dia em busca de um mágico e, tal como Dorothy, descobre que os mágicos não tem como solucionar os seus problemas.

Texto: Odair

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O Sonhador



"Se um sonho cair e se quebrar em mil partes, não tenha medo de pegar uma delas e começar novamente.”

-- Flavia Weedn

Quando pequeno pensava que era muito sonhador.
Ficava horas e horas imaginando coisas.
Viajando pelo mundo e sonhando de olhos abertos.
Porque deixamos que os sonhos se vão.
Por que não lutamos por ele?
As perguntas continuam a martelar minha mente confusa ultimamente.
Não posso deixar que destruam a minha felicidade.
Preciso resistir e viver.
A vida é uma sucessão de erros e acertos.
No entanto, quando queremos acertar, notamos que erramos feio...
A caminhada exige muito esforço e não podemos parar por alguma coisa que nos impeça de continuar a jornada.
Um dos meus sonhos acaba de cair e quebrar...
No entanto, dos pedaços que recolhi devo continuar minha caminhada.
E é isso que estou fazendo de cabeça erguida!
Acordamos no meio da noite e compreendemos que o sonho acabou.
A realidade é mais dolorida que o sonho.
É preciso coragem para seguir o caminho que apresenta-nos nesse dia.
Ergo-me das cinzas, sacudo a poeira e sigo em frente.
E, então, percebo que a realidade é outra.
O sonho que tinha estava na direção errada.
A realidade é bem mais fascinante.
E eu queria ter continuado a sonhar.
Recomeço. Novas experiências. Novas aventuras. Novos sonhos. Tudo novo.
Fascinante!
O que nos mata é o medo da mudança.
Depois que perdemos esse medo, notamos que as coisas novas são sempre mais saborosas, mais delicadas, mais encantadoras.
Além disso, temos experiências e não vamos errar da mesma forma que a primeira vez.
O caminho é longo. Desconhecido.
No entanto, só de pensar na força de seus olhos, sinto minhas forças se renovarem.
Quero apenas viver!

Texto: Odair