terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Sonhos de uma manhã de inverno



E eu que sonhava com uma vida maravilhosa
Imaginava as flores
Exalando seu perfume em um jardim florido.
Sonhava com as pétalas voando pelo ar
Sendo carregadas pelos ventos até minha janela.
Os pássaros serelepavam pelas árvores do bosque
E as tristezas não existiam.
Meus olhos contemplavam o horizonte
E, na manhã gélida um brilho do sol insistia em ofuscar minha visão.
Desejava me aquecer no seu calor
E correr pelas avenidas desertas da cidade.
Mas não existia calor,
Só o frio da solidão dos dias solitários.
A chuva fina insistia em cair de mansinho
E o sol foi encoberto pelas nuvens.
Não haveria calor no inverno da alma.
Estou sozinho mais uma vez e vejo você caminhar lentamente
Seus passos são conduzidos pelas incertezas da vida
E conduzem-te para encruzilhadas.
Não há esperança para esse amor.
Por mais que o coração te deseja
Seu olhar já não brilha mais com o meu.
Se não há como compartilhar os momentos
Não há como viver esse amor.
Os sonhos são dissipados
Assim como as flores do jardim soltas pelo ar.
Viro as costas para não ver seus passos
E preciso partir para procurar abrigo.
Meu corpo sente frio
E a solidão corrói minha alma a ponto de deixar-me fatigado
Quero calor para aquecer minhas lembranças
E sufocar minhas angústias.
Os sonhos da manhã de inverno
São desfeitos pela chuva que desce de mansinho
As aguas levam as últimas esperanças
De um tempo que não volta mais.

Poema: Odair