terça-feira, 13 de novembro de 2012

E a vida começa



As flores me parecem ter mais cores
Assim como perfumes mais deliciosos;
Caminho pelo jardim e sinto o frescor da brisa
Sinto o sabor do vento a soprar o meu rosto.
As rugas já aparecem
E o cansaço da lida quer me dominar,
Mas não deixo que isso aconteça.
Hoje é um dia especial
Recebo mensagens, parabéns e desejo de felicidade
Então reflito sobre a vida
E a vida começa outra vez.
Penso no que passou
Tantas aventuras, tantos desafios
E vejo onde estou.
Poderia ser melhor? Talvez.
Poderia ser pior? Quem sabe.
O importante é que tenho novas oportunidades.
A vida me mostra que minha jornada continua.
Tenho muitas coisas a fazer
O amor me convida a estender minhas mãos e sentir o seu aroma
A caminhada se estende diante de mim
O sorriso e os abraços me comovem
Faz-me saber o quanto sou importante para as pessoas
E o quanto necessito do carinho dessas pessoas.
Amo a vida de forma mais completa
As coisas boas se apresentam no momento em que mais precisamos.
Sou feliz com o que tenho
E busco viver os meus sonhos em cada novo amanhecer.
E a vida começa outra vez
Uma nova etapa a ser cumprida.
Os anos ensinam-me a ser mais compreensivo,
Paciente,
Perseverante.
E assim vou vivendo.
Que venham mais outros tantos anos
E que eu possa aproveitar cada segundo de existência
Para produzir e reproduzir o amor.

Poema: Odair
Homenagem ao meu aniversário nessa data.

sábado, 27 de outubro de 2012

Profanação



A redoma de vidro quebrou-se facilmente ao tocar o chão duro e escorregadio da sala escura e gélida naquela manhã chuvosa de fevereiro. Há muito tempo guardada dentro do vidro a imagem santa da menina rompeu um silencio sepulcral que a envolvera durante longos meses ali. Se pudesses prever o futuro com certeza não trilharia aquele caminho a partir daquela fatídica manhã sombria. Mas, não temos o dom de adivinhar o futuro e nem de reescrevê-lo. Da forma que está traçado ele cumprirá sua função de sacudir a mente humana e transformá-la em seu súdito.

Uma força sobre humana a empurrou para fora e aplausos soaram como se aquilo fosse uma boa coisa acontecendo. Mal sabiam os presentes que o destino tinha lhe traçado caminhos espinhosos e que sangue correria de suas veias incessantemente. Fagulhas de sofrimento e dor a faria chorar todas as noites. Nem mesmo o brilho das estrelas poderia ser apreciado pelos seus olhos inocentes e singelos.

Envolta em mistérios ela começou sua caminhada e logo descobriu que as situações da vida a deixaria sempre inconformada. Seu modo de pensar, suas atitudes sempre iam à contramão de seus semelhantes. E isso a fez sofrer cotidianamente. Silenciosa e solitária buscava uma forma de não profanar seus ideais.

Mas aquilo foi uma profanação. Taparam sua boca. Amordaçaram suas idéias e apagaram suas esperanças. Tudo que ela havia planejado para sua vida foi sorrateiramente tirado dela. Até o seu sorriso foi levado pelo vento da maldade e ela se viu mais uma vez prisioneira de seu cruel destino.

Quantas primaveras já se passaram. Quantos fevereiros em sua vida sofrida ainda vão se apresentar? Será ela capaz de suportar tamanho sofrimento em sua longa caminhada? Os poucos momentos de alegria que esporadicamente surgem em sua vida são subitamente dissipados pelos longos momentos de frustrações, decepções e ilusões que a cerca constantemente.

Seus olhos já não conseguem esconder suas angustias e deixam-se revelar nas lágrimas que insistem em rolar na sua face já cansada da vida. Algumas pessoas são destinadas a sofrerem mais que outras. E isso não é uma escolha.

Se fosse hoje aqueles aplausos não seriam ouvidos e sim o triste lamento por uma vida que carrega em si uma sina cruel de existir para sofrer. Nem mesmo a liberdade de escolha lhe é garantida e confiável. Sabe que tens a obrigação de trilhar esse caminho. Só não sabe como vai conseguir. No entanto, pela sua força e coragem tem superado cada dia mal e no sorriso das crianças que a admira vai vencendo essa tristeza.

Ela segue o seu destino como se ainda estivesse presa na redoma de vidro. Na verdade, ela ainda é prisioneira da redoma de vidro. Suas palavras, seus atos são como se não pudesse fazer muita coisa para mudar o mundo. Chora por ver a miséria de vidas ao seu redor que preferem caminhar sem expectativas e sem sentido. Gostaria de ajudá-los, mas eles mesmos não querem ajuda nenhuma e sim continuar sua existência dessa forma.

Texto: Odair

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Você tornou o meu amanhecer mais lindo



A brisa do amanhecer
Sopra o vento do amor em meu rosto
Sinto do seu perfume o gosto
Maravilhoso que encontrei no seu viver.

Sou a melodia do amor eterno
Que encontrei em seu lindo olhar
A beleza pura do luar
Que inspira um sentimento terno.

Você tornou o meu amanhecer mais lindo
Quando me mostrou seu lindo sorriso
Sua presença ao meu lado é o que preciso
Para que eu viva sempre sorrindo.

Sua presença sempre tão marcante
É o sonho que sempre desejei
Sua boca linda que beijei
Sempre foi tão apaixonante.

Minhas noites já não são sentidas
Desde que você se tornou o meu sol
Ouço sua voz como um rouxinol
E sinto ser curada minhas feridas.

Sou a imagem da paixão
Que espalho pelo ar
É muito bom poder te amar
E aquecer meu coração.

Quero que esse amor tenha futuro
E que esse futuro seja feliz
Você é a musa que sempre quis
Para me sentir tão seguro.

Poema: Odair

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Sacudindo o mofo da rotina



Acostumamo-nos com as coisas. Temos medo das mudanças e acomodamo-nos passivamente. A vida passa lentamente, às vezes, rapidamente e não notamos o que acontece a nossa volta. Uma folha que cai lentamente de uma árvore qualquer. Um cão que ladra ferozmente pela ameaça que tenta repelir. Uma criança que chora desejando o seio da genitora. Acomodamos-nos com a vida corriqueira. Com o choro sentido de pessoas desoladas. Com as falsas gargalhadas de gente que se acham no direito de zombar de todo mundo. Gente que caminha como se o mundo os pertencesse. São parasitas de um mundo utópico que se arrasta para a solidão.

É preciso parar e refletir sobre o que fazemos de nossa vida. Onde estamos direcionando os nossos ideais e para onde conduzimos nossos passos.

Chega um momento na vida em que precisamos sacudir o mofo da rotina e provocar uma revolução nas estruturas de nossas vidas. Combater o marasmo que sorrateiramente apossa de nossas energias e as suga como sanguessugas destrutivas. Transformar as incertezas em objetivos traçados para uma nova realidade. Acreditar que é possível caminhar novos horizontes e alcançar novos objetivos.

O mofo é ruim. Ele nos tira o sentido da vida. Esconde-nos e não nos deixa viver. Neste momento abalo o mofo da rotina.

Alguém me disse uma vez que "Nada muda enquanto não mudamos por dentro”. Isso pode parecer que não está relacionado, mas para mim parece que está. Se mudarmos por dentro, então podemos continuar no mesmo emprego, com o mesmo carro, vivendo na mesma casa, com a mesma mulher e nunca a vida será uma rotina. Afinal, a vida de criança só não é uma rotina, pois elas estão a crescer e a vida de adulto torna-se uma rotina quando ele pensa que já não tem mais para crescer.

Texto: Odair

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O preço da política



“O preço a pagar pela tua não participação na política é seres governado por quem é inferior”. Platão. (c. 428-347 a.C).

O termo política é derivado do grego antigo e se refere a todos os procedimentos relativos à pólis, ou à cidade-estado. Assim, pode se referir tanto a Estado, quanto à sociedade, comunidade e definições que se referem à vida humana.

Segundo a autora Hannah Arendt, filósofa alemã (1906-1975), política "trata-se da convivência entre diferentes", pois a política "baseia-se na pluralidade dos homens", assim, se a pluralidade implica na coexistência de diferenças, a igualdade a ser alcançada através desse exercício de interesses, quase sempre conflitantes, é a liberdade e não a justiça, pois a liberdade distingue "o convívio dos homens na pólis de todas as outras formas de convívio humano bem conhecidas pelos gregos".

Segundo Nicolau Maquiavel, em O Príncipe, política é a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o próprio governo.

Na epígrafe que utilizei no inicio do meu texto, Platão já visualizava a situação política da qual quero tecer alguns comentários. Logicamente que a teoria é uma coisa e na prática, quase sempre é outra. Ouvimos todos os dias na mídia fatos e atos políticos que nos fazem enojar. Boa parte da população procura nem dar mais ouvidos a tanta sujeira envolvidas no meio político. No entanto, essa atitude é prejudicial a nossa vida em sociedade.

A nossa participação na política é fundamental para termos esperança de uma sociedade melhor. De acordo com o filósofo acima citado, a nossa omissão de participar da política tem um preço a ser pago. E, sabemos muito bem, que esse preço é alto. Em um dia elegemos os políticos que vão criar leis, executar ações que definirão nossas vidas, no mínimo por quatro anos. Acontece que, por não nos preocuparmos em quem votar, políticos inexperientes, inescrupulosos, ignorantes e incompetentes são eleitos para governar nossas vidas.

O que pretendo problematizar nesse artigo é a omissão que encontramos na nossa população na hora de eleger seus representantes. Grande parte dos brasileiros, por exemplo, passam meses assistindo BBB, analisando a vida dos participantes do programa e votando nos destinos dos mesmos. No período eleitoral, por outro lado, não conseguem passar cinco minutos vendo as propostas dos candidatos. Muitos até mesmo nem sabem em quem votar no dia da eleição e vão até a urna e escolhe aleatoriamente o seu candidato.

Não é só o Horário Eleitoral que vai definir as nossas escolhas do melhor representante para os cargos eletivos. É necessária uma profunda pesquisa da contribuição desse candidato, suas atitudes sociais, seus planos e propostas de gestão, entre outras coisas. Mesmo fazendo isso não temos total garantia de que eles vão fazer o correto. Necessário se faz um acompanhamento do que esse parlamentar tem feito durante seu mandato. Nesse sentido, se você escolheu seu candidato e ele foi eleito, você o acompanha e pode cobrar o que ele prometeu em campanha.

O grande problema que encontramos nos nossos dias é que boa parte do eleitorado acabam “vendendo” ou trocando seu voto por coisas superficiais achando que está sendo “esperto” fazendo isso. No entanto, isso causa o caos políticos que vivenciamos nos dias presentes.

O voto é um direito de todos os seres humanos que vivem em regime democrático, que consiste em escolher individualmente o candidato que assumirá a representação de toda a sociedade. A conscientização da população para o voto justo e incorruptível é uma boa maneira de diminuir a quantidade de pessoas subornadas e compradas ilegalmente que acabam prejudicando nossa vida.

Está na hora de mudar o cenário político do Brasil. Falando especificamente da nossa cidade, Cáceres, já se passou dessa hora. Uma cidade bicentenária que sofre a mais de 200 anos com os descasos políticos, sejam eles indicados ou eleitos. As elites oligárquicas que se mantém no poder municipal há décadas já mostraram que não tem interesse em melhorar a qualidade de vida de seus munícipes. Não temos saneamento básico, não temos asfalto, não temos infraestrutura, entre outras coisas. Isso precisa mudar.

Para finalizar esse texto, afirmo que essa mudança começa com cada um de nós. As “forças” políticas do município estão se mobilizando para a “batalha” pelo poder municipal. É “cobra engolindo cobra” a todo instante. E nós? Qual vai ser nossa mobilização para que os maus políticos não se perpetuem no poder? Uma conscientização eleitoral. Não venda seu voto. Escolha uma melhor opção. Se não fizer isso, o preço a pagar vai ser caro.

Texto: Odair

terça-feira, 27 de março de 2012

A Fonte da Donzela - Um ensaio



A vida do ser humano, ao longo de toda história da humanidade, é cercada de perguntas e questionamentos sobre sua existência. A Filosofia e a ciência tentam, de formas diversificadas, responderem as questões que perpassam as mentes em todos os povos e lugares do planeta. Fé e Razão se contrapõem em diferentes vertentes mas se preocupam em dar uma explicação lógica para os anseios da humanidade. Esse questionamento existencial é tema recorrente nos filmes dirigidos por Ingmar Bergman.

Em A Fonte da Donzela, não é diferente. Um dos filmes mais cultos da história do cinema e de uma beleza espetacular traz a história de uma família cristã que tem sua filha “virgem” estuprada por pastores de cabras.

Um drama ambientado na Idade Média, mas que, de forma bem clara, traduzem sentimentos e fatos corriqueiros do século XXI. Basta dar um clique nos noticiários de hoje em dia para vermos cenas de violência nas grandes e pequenas cidades. Relatos de cruéis assassinatos, estupros e crimes hediondos fazem parte do cotidiano das pessoas. E, em boa parte deles, há o eterno questionamento de onde está Deus nessas horas. Parece que as grandes tragédias acontecem justamente naquelas famílias mais devotas. O sofrimento bate a porta daqueles que são íntegros. Um pai de família que tem sua filha violentada quando retorna da escola ou que tem seu filho morto por um atropelamento quando retorna do trabalho.

Uma obra prima de Bergman que nos faz pensar a questão da dualidade do Bem e do Mal. Nos faz pensar porque as tragédias acontecem e qual seria a nossa reação se acontecesse conosco. No filme, o pai de família ao saber da morte da filha e ter em seu recinto os assassinos da mesma não titubeia. Faz um ritual de penitencia bem elaborado e mata um por um dos estupradores da filha. Até mesmo um menino que era inocente de praticar o ato. Talvez o mesmo tenha morrido por não revelar a verdade. A vingança é cruel assim como o estupro e assassinato da jovem.

A dualidade dos deuses apresentado no filme também nos apresenta algo para refletir. A diferente abordagem do Deus que servimos. Onde está o Bem? A desafiadora pergunta com os braços erguidos ao céu: onde estavas que não interviste nessa crueldade? Se somos devotos porque acontece o Mal em nossa família?

Por fim, o filme tem diversas possibilidades de reflexão. Cada vez que o assistimos temos uma nova descoberta. Um novo olhar pode ser visualizado e novas reflexões discutidas. Essa é a grande sacada desse filme sensacional.

Texto: Odair

sexta-feira, 16 de março de 2012

Um Crime de Paixão



Neste sábado temos a segunda apresentação no IV Curso de Extensão em História e Cinema. Na oportunidade estaremos apresentando o filme Um Crime de Paixão e vamos discutir questões relacionadas a Idade Média e o pensamento Medieval.

Sinopse

Na Inglaterra, em plena Idade Média, um monge (Paul Bettany) quebra seu voto de castidade e é alvo da ira do bispo local. Tomado por culpa e remorso, ele foge e, na estrada, testemunha o assassinato de um ator, integrante de uma trupe ambulante. O monge passa a ocupar o lugar da vítima, e o grupo continua viajando de cidade em cidade. Até chegar a um vilarejo no qual uma mulher surda-muda (Marián Aguilera) está sendo acusada de bruxaria e é condenada pela morte de um jovem. Ao decidirem encenar o crime, os atores descobrem que a jovem é inocente. Chegou a hora de o monge se redimir de seus pecados através do próprio sacrifício. Com um clima sombrio e uma história forte, o filme promete segurar a tensão do começo ao fim, além de contar com boas atuações de seu elenco de respeito, que inclui Willem Dafoe (A Sombra do Vampiro) e Paul Bettany (O Mestre dos Mares) nos papéis principais. Juntam-se a eles rostos conhecidos de produções européias de sucesso, como Vincent Cassel (Irreversível), Ewen Bremner (Trainspoting) e Brian Cox (Tróia).

Aguardamos a presença de todos os inscritos no Projeto.

Att. Odair.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Mulher - Uma homenagem ao dia Internacional da Mulher



Quão preciosa é a nossa vista
Exuberante, bela e sedutora.
Luz que ilumina nossa alma
Na vida és sempre batalhadora.

Não existem palavras que possam
Enaltecer o seu sublime ser
Pois, você é a razão da minha vida
É o motivo por qual amo viver.

Seu olhar misterioso e encantador
Seu sorriso lindo e sedutor
Transformam as tristezas da vida
Em alegrias da nossa lida.

Como não sentir felicidade
Depois de ver o seu lindo olhar
Ou não matar toda saudade
Depois de seu sorriso contemplar?

Mulher, tu és especial
Suspira por ti meu coração
E, nessas palavras, minha homenagem
A quem sempre nos acende a paixão.

Poema: Odair

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A magia do cinema



Tudo começa com uma dúvida. Que filme vou trabalhar? Essa tem sido a minha dúvida ao selecionar os filmes para exibição no Curso de Extensão em História e Cinema. Isso acontece porque minhas convicções de filmes extrapolam as exigências que se fazem para debates de filmes. Uma série de clichês que são cobrados por aqueles que se auto denominam conhecedores do cinema. Isso não acontece comigo porque eu misturo as coisas. O que importa é que o filme tenha conteúdo. E só por falar em conteúdo já é um problema. O que considero como conteúdo em um filme pode não causar o mesmo efeito nos participantes do Curso.

Mas, essa é a magia do cinema. As histórias contidas nos filmes são capazes de produzir efeitos inesperados. Fiquei vários dias pensando na história de “O curioso caso de Benjamin Button”, fui ao cinema cerca de 13 vezes assistir “Tróia”, fiquei durante uma semana inteirinha assistindo “Lost” e me apaixonei com a história de “Bravura Indômita” ao assistir a primeira versão. Além disso, com que palavras falar de “Lolita”, “O sétimo Selo” e “Perdas e danos”. Bem, isso são apenas alguns exemplos do que seria a minha vida sem o cinema. Essa magia me contagia a cada nova abordagem. Engraçado que até meu filho de dez anos já sabe dezenas de filmes e adora me acompanhar ao cinema para ver os lançamentos.

Quando conclui a minha faculdade de História e abordei, em minha monografia, o cinema na sala de aula eu tinha uma preocupação de como eram abordados os filmes no recinto escolar. Essa preocupação só tem aumentado com o passar dos tempos. Isso acontece porque é muito complexo o entendimento de um filme. Nossos adolescentes gostam de filmes de terror, na escola não se pode passar esse tipo de filme. As abordagens são complexas e precisa de muito estudo para compreender algumas das visões propostas pelo cinema. A grande preocupação levantada durante as pesquisas de campo para elaboração do projeto final foi com relação de como eram apresentados os filmes em sala de aula. Filmes eram passados para “encher linguiça”, “sessão pipoca” e com filmes fora dos contextos estudados em sala. Essa não deve ser a proposta da escola e nem do professor.

No próximo sábado tem início a quarta edição do Curso em História e Cinema. Desta feita, intitulado “Viagem pela História”. Isso porque os dez filmes selecionados “Rei Arthur”, “Um Crime de Paixão”, “A Fonte da Donzela”, “A Missão”, “Desmundo”, “Aguirre, a Cólera dos Deuses”, “O Último dos Moicanos”, “Dias de Glória”, “Círculo de Fogo” e “Tempos de Paz”, pretendem provocar nos participantes uma nova leitura (ou releitura) dos fatos históricos que os filmes se propuseram a relatar. Não é nossa intenção desconstruir os discursos embutidos, mas problematizar os olhares e dar novas possibilidades de discussão para nossas convicções. Diferentes leituras podem ser inferidas das edições anteriores.

Na primeira edição, só para citar um exemplo, li cerca de trinta comentários do filme “Colateral” e foram trinta abordagens diferentes. Uma história vista por olhares diferentes. Alguns observaram o lado sociológico do filme, outros a violência psicológica que o mesmo apresenta e, ainda outros, a dualidade da vida nos simples gestos de estarmos no lugar errado na hora errada. O importante destas observações é que aprendemos algo novo em cada leitura. Me surpreendeu, na segunda edição, os comentários do filme “Três enterros” e, na terceira edição, onde abordamos os temas transversais, a repercussão do filme “O Lenhador” que apresenta a luta de um pedófilo contra sua própria natureza e os preconceitos dos outros.

Esse é apenas um ensaio de toda discussão que levantamos durante as apresentações dos filmes. Esperamos estar contribuindo para o crescimento intelectual de cada participante do Curso e demostrando o que o cinema e os bons filmes podem oferecer de aprendizado. As relações humanas e o nosso cotidiano são abordados pelo cinema. A arte imita a vida e vice versa. E assim caminha a humanidade.

Por fim, vale lembrar aqui uma propaganda interessante que passa nos canais Telecine. Um velhinho que sempre teve medo de ir ao cinema e olha por entre os tijolos do muro o imponente cinema. Antes de morrer o velhinho vê passar diante de seus olhos toda sua vida. O “Filme” da sua vida, enfim, o apresenta o cinema. Eis a magia do cinema.

Texto: Odair

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Essa tal liberdade



Hoje estava pensando nessa tal liberdade.
Daí me veio a mente os diversos questionamentos que ouço todos os dias a minha volta.
Um dos mais paradoxal diz respeito ao amor: enquanto uns dizem saber o que é ele outros afirmam, categoricamente, não saber explicá-lo.
Na verdade é difícil expressar algo que não vemos.
As pessoas não entendem o que é estar preso a um sentimento onde, por mais que você não queira, não consegue se livrar.
Liberdade é quando você pode sonhar e realizar aquele sonho.
Mas, daí entra outra questão pertinente: ora, um sonho já se explica automaticamente...sonho é sonho.
O que se realiza não é sonho é realidade.
Pois bem, voltando a liberdade.
Nas encruzilhadas da vida, cansados de tanto caminhar pela longa estrada, de repente nos deparamos com o olhar de uma pessoa que acaba de chegar ali naquele exato momento.
O que eu procuro é a mesma coisa que ela procura.
Não existe palavras, apenas a troca de um olhar e isso é suficiente para desestabilizar todo um planejamento.
A partir daquele momento já não podemos andar mais sozinho, a liberdade se foi...somos prisioneiros.
Que coisa mais complicada.
Acontece que, por passar situações semelhantes, as pessoas querem dar palpites dizendo que sabe o que estamos passando...sabe nada.
Nem a outra pessoa sabe.
Só nós sabemos o que realmente passamos (ou também não sabemos coisa alguma).
A agonia de querer ser livre e fazer o que bem queremos.
Mas não temos nem a liberdade de escolher no que pensar.
Outra coisa fundamental nessa questão é o "pré-julgamento" que os externos fazem da nossa situação.
Observam o nosso semblante e, no ato, dizem saber o que estamos sentindo: "Nossa, você viu o passarinho verde? Está tão feliz!". Ou: "Poxa vida, por quem você está apaixonado?"
Caramba, quem disse que estou apaixonado?
Pode ser que esteja feliz por que passo por um momento bom de minha vida onde consigo escrever o que gosto.
Adoro falar de sentimento...adoro escrever sobre o mundo, sobre as divagações de um coração anelante pelo prazer de ver as letras surgindo como se fossem automáticas... Sim, é isso!
A liberdade que tanto almejo é aquela de poder dizer, sentir e escrever o que quero sem ter que lidar com esse "pré-julgamento" ridículo que prejudica uma alma livre como a minha.
Notaram o paradoxo?
Eu falo de alma livre e questiono a liberdade de expressão.

Texto: Odair

domingo, 29 de janeiro de 2012

Ironia



No primeiro dia o sistema criou a escola.
Que todos tivessem o mesmo pensamento
Sobre o passado, o presente e o futuro...
No segundo dia o sistema criou o orçamento global.
Uma pequena fatia estava reservada para a educação.
Que esta não se atrevesse a dizer o que era importante...
No terceiro dia o sistema criou a centralização escolar.
Afastava, assim, o perigo da criação de órgãos de representação e participação...
No quarto dia o sistema criou a TV, a revista em quadrinhos, a música estrangeira, a pornô-chanchada e outras coisas mais.
Completava-se, desta forma, a educação popular...
No quinto dia o sistema criou os instrumentos pedagógicos:
Nota, presença, merenda escolar, jogos...
Era a forma de segurar o estudante na escola.
No sexto dia o sistema caprichou e criou o professor.
“Façamos o professor à nossa imagem e semelhança.
Que ele domine os alunos,
Que ele viva correndo de uma escola para a outra
Que ele não procure se organizar,
Que ele, sempre, viva só e com medo!”
No sétimo dia o sistema descansou.
Viu que tudo estava muito bom.

Autor desconhecido

domingo, 1 de janeiro de 2012

Desejos de Ano Novo



Nesse novo ano que começa hoje
Quero ser diferente
Quero me entregar mais aos sonhos
E ser bem mais diligente.

Desejo ser bem mais atento
As vozes que saem do coração
Que chegam em nossas vidas
Vindo da mais singela emoção.

Desejo me entregar ao amor
Que sempre nos dá inspiração
E viver uma vida de alegria
Mesmo em meio a frustração.

Desejo que as pessoas vivam
Na intensidade do amor
Pois, com amor tudo se resolve
Mesmo a mais profunda dor.

Desejo que o ano seja de vitórias
Após as duras lutas da vida
Aos bravos que não se entregam
À ilusão que surgem na lida.

Os sonhos tem que ser cultivado
Na busca da realização
Que o Ano Novo possa ser de vitórias
Para as pessoas de bom coração.

Poema: Odair