domingo, 23 de junho de 2019

Celular: Um grito de socorro!


Por Odair José da Silva*

 Em todos os lugares é possível vê-lo. Facilita a vida de quem o usa para todos os fins. Pagar contas, ver e-mails, avisar de um imprevisto e, até mesmo, passar tempo jogando. Este é o celular. Algo totalmente inimaginável há meio século. Acredito que nem mesmo Graham Bell poderia imaginar que o telefone poderia, um dia, chegar a esse patamar de utilização. O celular pode ser considerado o maior símbolo do avanço tecnológico que o mundo alcançou neste último século.

Falar de suas funções básicas não é o objetivo desse artigo. Muito pelo contrário. Saber que é um aparelho essencial para o ser humano é questão de lógica. Dificilmente alguém, nos dias de hoje, consegue viver sem um celular. Ele é prático e ajuda a encurtar as distâncias entre as pessoas. No entanto, ao mesmo tempo em que o aparelho possibilita essa aproximação ele distancia as pessoas. E é neste sentido que escrevo essas palavras.

As inúmeras reclamações que ouço, quase que diariamente, no ambiente escolar sobre o distanciamento dos alunos e suas consequentes alienações em relação aos conteúdos estudados me fizeram parar para pensar sobre o assunto. Na verdade, enfrentamos sérias dificuldades para que eles tenham atenção nos conteúdos. As mentes estão pensando nas novas mensagens que não param de chegar ao Whatsapp e Facebook. As informações são muitas e as mentes já não suportam processá-las a contento. O tempo torna-se curto e, não raramente, encontramo-los cansados porque ficaram até altas horas presos a essas novas tecnologias. O interesse pela matéria em si já não faz sentido.

Boa parcela da população jovem está acorrentada pelas redes sociais. Presas em seus casulos elas estão ligadas no mundo inteiro e não sabem o que acontece a sua volta. Um total paradoxo da vida contemporânea. Existe uma dominação dos eletrônicos na vida cotidiana da sociedade moderna. Pensar é um sacrilégio. Alguns estão em profunda dependência dos aplicativos instalados em seus celulares que já não conseguem passar mais de meia hora sem o aparelho. Uma síndrome terrível atinge sua alma e os deixa em estado catatônico.

Há um aprisionamento das pessoas patente aos nossos olhos. Fones de ouvidos os fazem esquecer o mundo a sua volta porque estão conectados nos últimos lançamentos. É fácil vermos as pessoas transitando pelas ruas com os olhos fixos nas telas dos celulares e os fones em seus ouvidos. Um perigo maior para quem dirige um carro e/ou pilota uma moto com o celular nas mãos. O mundo se tornou uma aldeia global com pequenas tribos em diferentes lugares. Na sala de aula, as preocupações dos alunos, e, em alguns casos, até mesmo de professores, são as trocas de mensagens. Os conteúdos explicados já não fazem sentido e as aulas tornam se maçantes na visão deles. Não raramente ouvimos deles as palavras sobre aulas interativas. Mas, na verdade, é difícil fazermos uma aula interativa sendo que o que os interessa são as mensagens no celular. Talvez as aulas interativas fossem deixá-los à vontade para usar o celular.

O conhecimento é algo essencial para a vida. Mas adquirir conhecimento é uma tarefa árdua. Não é fácil interpretar os grandes clássicos que construíram nossa sociedade. Muito mais difícil é fazer com que grande parte dos nossos jovens venha a se interessar por eles. Então, vemos com angústia as terríveis respostas para perguntas simples. Elaborar uma avaliação torna-se uma incógnita uma vez que não temos a certeza das respostas. O que vemos no final é uma enxurrada de respostas sem nexo para questões que necessitam apenas um pouco de reflexão. Um verdadeiro show de horrores.

Quando olhamos para o significado da palavra alienação descobrimos vários significados. Quero usar o psicológico. “Estado da pessoa que, tendo sido educada em condições sociais determinadas, se submete cegamente aos valores e instituições dadas, perdendo assim a consciência de seus verdadeiros problemas”. Parece-me que a sociedade não percebe os malefícios causados por essa alienação. O que será do nosso futuro? Celular: um grito de socorro!

*Odair José da Silva é Professor de História e Filosofia

quarta-feira, 19 de junho de 2019

A Balada de Buster Scruggs - Análise: Victoria Dias


O filme "A Balada de Buster Scruggs" tem várias pequenas histórias, que uma palavra pode ligar a todas, a morte, porém um contexto muito mais importante está incluso em cada história algo que fala sobre vida e morte, que é a nossa trajetória até o momento do nosso fim. A vida é com certeza finita, limitada, mortal, mas nos como seres humanos conseguimos fazer da vida uma fantasia, nós muitas vezes desviamos dos nossos problemas e rimos a toa, achamos um motivo pra viver e tornamos nossa existência somente para esse motivo. Da minha perspectiva todos nós, nos perguntamos qual o sentido da vida, quando alguém entra em depressão é com certeza porque não tem mais um motivo e assim a vida perde o sentido.

Eu creio que o sentido da vida é simplesmente viver, é achar o motivo para continuar vivendo, pois afinal só se vive uma vez e eu tenho certeza que ninguém sabe ou conhece tudo e existem milhares de motivos e você só precisa escolher um. A trajetória de uma vida, o legado que poderemos deixar e tudo o que somos é a parte mais importante. A morte vem para todos, mas são poucos que vão realmente descansar em paz, se trata de fazer valer apena.

A beleza está nos olhos de quem ama, ditado popular com muita sabedoria. Saber amar uma pessoa é algo inacreditável. Nas histórias de Buster Scruggs sempre aborda-se sobre o amor mesmo que indiretamente, como a senhora e o seu marido que foi embora e a deixou com os filhos, a moça que perdeu o irmão e ia se casar, o rapaz que o próprio Buster Scruggs matou seu irmão, entre outros era tudo uma forma de amor como cada um o enxerga não existe uma definição e nunca vai existir se não somos iguais então por que deveríamos amar da mesma forma? A beleza não importa, pois quem ama é cego. Isso é certeza e uma coisa que pode ser afirmada, mas para mim a beleza já está no próprio amor seja pela família, pelo casamento, pelo próximo entre outros, os dois andam juntos e isto é fato. Todos podem ser capazes de amar , até mesmo o maior vilão da história, o pior ditador, Adolf Hitler amava em sua juventude uma mulher ruiva chamada Estefânia, todos, todos nós somos capazes.

Dinheiro não compra felicidade, está certo mas também errado depende da visão de felicidade de cada um algo que pode te fazer feliz talvez não me faça, somos diferentes e isso nos faz humanos, dizer que dinheiro traz felicidade não está certo nem errado, assim como dizer que não traz felicidade, por que algumas pessoas ficam realmente felizes com isso e para outras não cada um acha sua própria maneira de ser feliz. Até mesmo o "senhor veio".

A minha perspectiva sobre a vida é algo que se mantêm em uma constante mudança, mas no geral, posso definir minha trajetória concordando com o maior pensador da história, isto é, Sócrates, que dizia: "Só sei que nada sei". E até mesmo sobre mim eu não sei, não me conheço, mas vou me examinar e bater um papo comigo mesmo, pois "a vida não examinada não vale a pena ser vivida por um ser humano" (Sócrates). Na minha visão de vida o homem pode ser tudo, menos ignorante.

Essas minhas perspectivas sobre o filme me fizeram refletir mais sobre os "por quê?" nosso de cada dia, ou seja, de agora em diante quero dar o meu melhor, pois cada uma daquelas vidas representadas nas histórias do Filme "A Balada de Buster Scruggs" são o espelho do que somos e do que seremos amanhã se não mudarmos assim como em todas as histórias o nosso destino final será o mesmo.

Grata por está oportunidade de reflexão atenciosamente aluna Victoria. Muito obrigado professor Odair José, de coração, não há limites para a nossa capacidade de pensar e você fez com que os seus alunos enxergassem isso.

Aluna: Victoria Dias 
Turma: 2º Ano - Colégio Q. I
Prof. Odair José.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Análise de “A balada de Buster Scruggs”



Análise a seguir baseada nos contos de “A Balada de Buster Scruggs” 

Começando pelo primeiro conto que mostra a história do próprio Buster Scruggs, mostra um cowboy viajando pelo silêncio e pelo vazio do velho oeste o que me fez refletir sobre o vazio existencial que presenciamos todos os dias. Sua voz ecoa entre as montanhas o que reflete a nossa insignificante existência no universo onde nossa voz e pensamentos ecoam em meio à vastidão do mundo em que vivemos. Logo em seguida é notável a autoconfiança de Buster, e outra coisa bem notável é a cor de sua vestimenta, branca, que fica bem aparente durante todas as cenas, e que também não é comum em meio as outras pessoas que o personagem encontra durante o conto. A nítida autoconfiança de Buster em suas habilidades de duelo e de cartas mostra que ele crê que consegue enfrentar tudo, mas, assim que ele sai do último bar e avista um homem vestido totalmente de preto, o que chama a atenção, o chama para um duelo e é onde Buster acaba por ser derrotado em seu último duelo.

Este conto para mim, foi o mais importante e o que contém praticamente todas as reflexões que contém nos outros contos. A vestimenta totalmente na cor branca de Buster nos remete a fazer uma comparação direta entre o branco de sua roupa ser uma imagem personificada da “vida” e o último personagem vestido de preto remete a “morte”, autoconfiança é algo bom, mas que nem sempre é útil e eficaz, visto que você pode confiar demais em si mesmo e acabar deduzindo que você é “invencível”. A conclusão que cheguei foi a que nem o melhor do melhor consegue “driblar a morte”, a morte é inevitável e isso é um fato.

Dentre essa análise de minha autoria, ainda resta alguns pontos que desejo tratar nesta análise, vossa excelência professor Odair pontuou algumas ideias importantes sobre os contos que desejo tratar aqui em seguida apenas uma ideia que julguei mais importante ao meu ver.

Qual o significado da existência humana? 

Durante todos os contos lidamos com a morte de algum personagem de todas as maneiras, visto isso, a única “missão” predeterminada e que sem dúvidas será cumprida será a morte, vivemos para morrer, uma frase que levo pra minha vida, então porque não aproveitarmos enquanto podemos? A vida é apenas um sopro, nada mais além disso. “Nossa existência é inexistente” frase minha ou que talvez já tenha sido dita por alguém importante, mas isso não vem ao caso, “somos apenas um grão de areia da praia esperando para ser levado pela onda do mar da vida” aqui finalizo minha análise, curta, mas profunda ao meu ver onde digo tudo o que passou pela minha mente durante os contos, talvez eu tenha deixado passar alguma coisa, mas talvez eu acrescente assim que puder. Grato pela experiência vivida em suas aulas.

Aluno: Brandon Lee 
Prof. Odair José 
Série: 2º Ano E.M. Colégio Q. I - Cáceres, MT