sexta-feira, 25 de abril de 2008

MULHERES VÍBORAS, HOMENS SERPENTES


Quero perguntar neste espaço de onde vem aos homens esse aspecto repelente e bestial? De onde vem a pele cabeluda? A barba e essa aparência de estar sempre velho?

Penso que vem do maior vicio que o homem pode ter, isto é, ser prudente.

Sim, penso que o homem é muito prudente. Às vezes até demais. E isso é prejudicial. A própria Bíblia ensina que devemos ser prudentes como as serpentes. Isso não quer dizer que devemos deixar que nos acertem a cabeça.

Olha bem para as mulheres. Elas são totalmente contrárias aos homens. Lutam para manter um rosto limpo e liso, mantém a voz suave, a pele macia. O contraste resulta em elas sempre parecerem jovens. Uma imagem de eterna juventude. O que faz elas usufruírem da propaganda enganosa? Qual o objetivo de vestir uma calça com enchimento nas nádegas para que pareçam maior? Porque os homens gostam de bumbum? Algumas para esconder as manchas nas pernas, outras para esconder as marcas do tempo e da corrosão na pele. Mas porque elas fazem isso?

Será que elas têm outro desejo que não seja agradar os homens? Aqueles mesmo que citei acima que são ridículos?

Claro que o grande consumo com cosméticos e cremes, enfeites, perfumes, cabeleireiros e salões de belezas devem ser com o objetivo de conquistar os homens. Não existe outra explicação. Ou será que existe? Se existe, estejam à vontade para me dizer.

Quanto se gasta com estéticas no mundo?

Qual o objetivo de tudo isso? O fundamento de tais ações? Não é a LOUCURA?

Nesse sentido é válido afirmar que tudo que os homens concedem as mulheres tem como objetivo delas receberem o prazer? Ou existe outra explicação para o fato de bancarem, na maioria das vezes, esses caprichos milionários das mulheres?

Pois bem, e esse prazer não consiste na LOUCURA?

Convença-me, com argumentos opostos aos meus de que não agem de forma louca os homens e as mulheres.

Se prestarmos atenção em todas as bobagens que os homens cometem e proferem e por todas as loucuras que fazem por uma mulher chegaremos a uma conclusão: Tens a oportunidade de me dizer...

Texto: Odair José.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

ELISA


Esta é a história da vida de Elisa, uma mulher de 40 anos que tem um casamento conturbado no seu segundo relacionamento. Viúva há 3 anos Elisa casa com Jorge, um homem mais novo do que ela e que fica intrigado com suas alucinações quando dorme. Curioso, Jorge quer saber o que aconteceu com Elisa para ela ficar daquela forma.

Com dois anos de vida os pais de Elisa se separam e a mãe a leva para morar em uma fazenda. Lá, a mãe se casa com um homem violento que a mantém sob um intenso castigo durante anos. Aos oito anos Elisa é violentada pelo padrasto e sem que a mãe saiba sofre violência durante algum tempo por parte do padrasto.

Aos 13 anos Elisa é seduzida por um homem casado da fazenda e outra vez sofre violentamente nas mãos de um homem. Aos 14, Elisa se casa com Juarez, um jovem de 22 anos. Elisa e Juarez se mudam da fazenda e vão morar em uma cidadezinha do interior. Com 15 anos, Elisa tem seu primeiro filho. Juarez e Elisa começam então uma peregrinação pelo interior de Mato Grosso, de fazenda em fazenda e de cidade em cidade. Elisa tem o segundo filho aos 17 anos e uma filha aos 20.

Juarez é um homem trabalhador durante esse período, mas esbanja muito com as mulheradas. Elisa sofre muito durante esse período. Os filhos pequenos sofrem com essa constante mudança que a família faz nesse período. São prejudicados nos estudos.

Elisa conhece Giovane, um vaqueiro de uma fazenda e com ele tem um caso. Teme que Juarez possa descobrir. Mesmo com medo o caso dura dois anos até que eles se mudam de fazenda e voltam a morar na cidade.

Juarez trabalha em um posto de gasolina como frentista e tem um caso com uma garçonete do restaurante do posto. Elisa fica sabendo e, com a ajuda de uma amiga, consegue flagrar o marido com a garçonete. O casamento sofre um abalo. Elisa tem agora 25 anos e começa a se preocupar com beleza.

Conhece Luiz, um amigo do marido e os dois começam um relacionamento secreto. Juarez trabalha em uma construtora. Elisa coloca os três filhos para estudar na parte da manhã e, quase toda manhã, após levar os filhos para a escola, se encontra com Luiz.

Juarez descobre o caso da mulher. Bate muito nela na frente dos filhos e vai procurar Luiz para tirar satisfação. Encontra-o em um bar. Os dois brigam e Juarez mata Luiz. Fugitivo, Juarez vai para outro estado.

Durante dois anos a família fica separada até que Elisa vai morar com Juarez em outra cidade. Juarez compra um posto de gasolina em uma rodovia e vive com a família em uma pequena vila do interior.

Aos 30 anos e morando na vila, Elisa conhece Coelho, um motorista de caminhão, e os dois começa um caso secreto. Mesmo sabendo do que aconteceu no passado, Elisa passa a encontrar com Coelho regularmente.

Os seus filhos, Fábio com 14 anos, Vitor 12 e Andréia com 9 anos, são uma preocupação a parte. Ao ver sua filha nessa idade, Elisa começa a ter preocupações e as lembranças de sua infância vêm à tona como um pesadelo.

Fábio se envolve com uma gangue da cidade e descobre que a mãe tem um caso com Coelho. Promete a Elisa que vai matar Coelho. Ela entra em desespero e termina com Coelho que nunca mais aparece.

Elisa entra em depressão depois desse fato. A família toda sofre. Juarez vende o posto e se muda para uma outra cidade. Vão morar em uma cidade grande e Juarez vai trabalhar em uma oficina mecânica. Dois anos se passam e as coisas não são fáceis na grande cidade. Juarez se converte em uma igreja protestante e tenta converter a família. Encontra uma forte oposição dentro de casa.

Fábio, o filho mais velho, com 17 anos é morto em uma chacina no bairro juntamente com outros seis garotos do bairro. A família vive mais um duro golpe. Vitor é o ponto de equilíbrio da família. Estudioso, o jovem com 15 anos consegue uma bolsa de estudo na Europa e parte para o exterior. Elisa agora tem só a filha, Andréia com 12 anos, em casa.

Juarez morre em um acidente no trabalho e Elisa fica viúva aos 35 anos. Foram 20 de convivência com Juarez. Elisa e a filha se mudam para uma cidade pequena próxima de sua família.

Nessa altura da vida é que Elisa conhece Jorge. Elisa com seus 37 anos ainda é uma mulher bonita e que, apesar dos anos e da vida sofrida se mantem esbelta e jovial. Ela vive dois anos como viúva juntamente com a filha que agora tem 15 anos. Nesse tempo, trabalhando em uma fábrica de confecções de roupas, ela conhece Jorge. Dois anos mais novo que Elisa, Jorge é um homem separado a quase dez anos de um casamento que não durou muito, mas que rendeu-lhe um filho, Mateus, que agora tem 16 anos.

Jorge é o supervisor da fabrica onde Elisa trabalha e os dois começam a sair e conversam sobre suas vidas e resolvem morar juntos.

Texto: Odair José.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

REVOLTA DO ÚLTIMO COMBATENTE








Estou revoltado com os acontecimentos. Revoltado com a forma de ser e agir de alguns indivíduos da nossa sociedade moderna. Ícones da falácia moderna e da hipocrisia que se instala nos meios de sobrevivência da humanidade. Pessoas que se acham os donos da verdade e que se instituem como os novos profetas do futuro estabelecido.

As pessoas já não se olham com a confiança que necessitamos para nos sentirmos seguros em meio às avalanches de mentiras e traições que se aprofunda em nossos âmagos interiores.

Revoltado de lutar com quem não quer nada da vida. Preferem permanecer nas profundezas da ignorância do que dar espaço para que a luz do conhecimento possa os orientar. Preferem viver dos vícios e malefícios das atividades medíocres a que estão acostumados. Pergunto-me o porquê e as respostas vem em forma de novas indagações. É o mesmo que lutar contra a natureza morta de uma samambaia.

Este espaço é justamente para expor a minha fúria a esse império da ignorância que, a cada dia conquista mais espaço. Como uma epidemia vai se alastrando, dia-a-dia, em direção a conquista total. As pessoas, como insetos indefesos, cedem às mandíbulas tenebrosas desse monstro inescrupuloso.

Minha revolta a essa situação catastrófica se baseia nas autocontemplação do mundo a minha volta. Estou revoltado com tudo isso. Não sei por quanto tempo vou resistir a esse ataque. De uma coisa eu sei, esse monstro não irá me atingir. De forma nenhuma. Nem que seja o último, pretendo resistir.

Texto: Odair José.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

AO MEU IRMÃO MÁRCIO...



O dia hoje é especial.
Especial porque é o aniversário de alguém muito especial.
Meu irmão Márcio...
Como você mesmo sabe, gosto de ser original, eu mesmo.
Expresso o que sinto e não me envergonho disso.
Gostaria de fazer uma homenagem a sua altura, mas, mesmo querendo, eu sou limitado nas minhas palavras. Gostaria de escrever muita coisa.
No entanto, quero deixar registrado aqui uma poesia que escrevi à alguns anos e que sempre guardei no meu caderno de poesias inéditas...
É uma simples poesia, mas que sai de um coração sincero...
Parabéns pelo seu dia!!!

Meu querido irmão,
Algumas vezes me deixou nervoso...
Realmente és um grande amigo.
Com sua alegria, seu ar vistoso,
Idealista e capaz de enfrentar o mundo
Onde estiver serás vitorioso.

Jovem você será sempre
Orgulho de nossos pais;
Seja sempre você mesmo
Estarás sempre a ser mais.

De onde eu estiver, serei mais que um irmão,
Além da vida, estarás em meu coração.

Seja valente quando a vida lhe ser cruel
Inventando sua própria saída
Levando no peito nossa saudade.
Velejando as águas turvas da vida
Ainda terá a minha sincera amizade.

Texto: Odair José

segunda-feira, 7 de abril de 2008

SEMELHANÇA DO CRIADOR...


Lembro-me do passado, mas não me lembro do futuro. E nem mesmo tenho pretensão de saber...
Não posso mudar o ontem, o que fiz. E fiz tantas coisas....
Certas ou erradas? Depende muito do ponto de vista.
Mas posso mudar aquilo que farei daqui a pouco.
Estranha sensação de não se poder mudar o que me lembro, o que fiz.
Mas poder mudar o que não me lembro.
O que vou fazer.
Estranha sensação de me sentir a maior criação do universo, e saber do insignificante tamanho de meu ser no universo.
Saber que antes do meu nascimento, antes mesmo de meu pai conhecer minha mãe... Eu já estava planejado... Antes mesmo do pensamento... Todas essas coisas já estavam escritas... Até esse texto é reflexo de uma mente aturdida por esse poder infinito...
Estranha sensação.
De querer ser único e tão somente eu, sabendo que faço parte de um todo, e até mesmo do Criador.
Semelhança dEle... Nossa! Isso é fantástico...
Ele existe em algum lugar e somos ligados pela existência de SER.
Somos o Uni.Verso. o Inverso, o Multiverso...
Então... Para que fazer perguntas... Se EU sei as respostas....


Texto: Odair José (adaptado)

terça-feira, 1 de abril de 2008

ÚLTIMOS DIAS DE CÁCERES - PARTE III


Damião levantou-se antes do dia clarear. Enquanto colocava a água no fogo para preparar o café foi até o quarto das crianças e os cobriu. Tinha um casal de filhos que mantinha com muita dificuldade. A vida não tinha sido muito generosa com ele. Olhou a esposa que ainda dormia. Preparou o café e tomou um gole. O único pedaço de pão que estava no forno do fogão velho ia deixar para os filhos. Enquanto arrumava a tralha de pesca pensava nas dificuldades em que estava atravessando aqueles dias.

Era um homem simples. Aos trinta anos ainda não tivera muita oportunidade de estudar e sabia ler bem pouco e esse pouco ele agradecia ao pastor de uma igreja que o havia ensinado através da leitura da bíblia.

Vivia com a mulher e as duas crianças em uma casinha de madeira bem humilde construída a pouco tempo, por meio de mutirão, no bairro Empa. Ainda não tinha luz e a proteção das crianças contra os mosquitos naquele lugar era um mosqueteiro que havia ganhado de um membro da igreja. Havia ido algumas vezes na igreja mais ainda não havia se convertido. Desde que havia sido demitido do frigorífico onde trabalhou por quase seis anos estava desempregado. Depois que acabou o seguro desemprego a sua única fonte de renda era carpir lote na cidade, coisa que não dava muito dinheiro.

Nos últimos dias, no entanto, uma outra atividade o havia seduzido. A pesca. Como morava próximo do Rio Paraguai, emprestou uma canoa de um amigo e saia todo dia cedo para pescar só voltando à tarde com os peixes. Durante algumas semanas ele pescava de segunda a quinta-feira e saia para vendê-los na sexta e sábado. Deixava os peixes na venda do Seu Baiano para ser guardado em um freezer e vendido caso alguém aparecesse para comprar.

Naquela sexta-feira, porém, ele resolveu ir pescar e deixar para vender os peixes só no sábado. A semana não tinha sido boa para pesca mais naquele dia teve o pressentimento que o rio estava para peixes. Antes de sair de casa olhou outra vez para os dois filhos e, por um instante, os observou dormindo o sono dos anjos. Quando o dia clareou, ele já estava remando rio abaixo. Tinha descoberto um lugar onde era bom para pegar peixes. Estava na esperança de pegar um grande Pintado naquele dia.

Com paciência ele fisgou vários peixes naquele dia. De vez enquanto ele beliscava a matula que tinha levado para comer. Sabia que devia esperar porque alguma coisa dizia que ia pegar um grande peixe. Enquanto o dia passava e ele permanecia de olho nas linhas lançadas no rio, Damião observava a paisagem à margem do rio, pensava na família, na vida.

O sol já se declinava no horizonte e ele resolveu ir embora. Chega por hoje, pensou. Foi justamente nesse momento que ele notou a linha. A fisgada foi violenta. O peixe puxava com força. Era dos grandes. Enorme mesmo. Debatia-se enquanto Damião sorria e gritava:

- Ah, ah, você é meu. Eu sabia!

Durante alguns minutos ele lutou com o peixe que fazia um barulho enorme na água. Estava próximo de puxar o peixe para dentro da canoa quando ouviu o grande estrondo. O coração quase parou, suas mãos ficaram trêmulas e soltou o peixe ao ver a fumaceira se levantando sobre a cidade.

- Meu Deus! O que é isso?

texto: Odair José.