segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Caverna


Entrei nela porque vi ali um lugar de refúgio. Eu estava no meu limite. Cansado mesmo. Encostei-me na sua borda e ageitei meu corpo para descansar e melhor me adaptar ao lugar. Soltei a respiração que era bastante ofegante naquele momento.

Deixei que meu corpo se acostumasse com o ambiente. Pareceu-me seguro. Uma leve brisa adentrava aquele espaço e refrigerava minha vida. O calor lá fora era abrasador.

Eu tinha sede e tinha fome. Mas, naquele momento o que mais queria mesmo era descansar um pouco e me esconder.

O medo dominava minha vida. A tristeza de não ser compreendido. De amar as pessoas erradas e apostar minhas fichas em quem não deu valor. As lembranças me torturavam.
Não queria lembrar. No entanto, isso não era possível. Como um filme, as imagens passavam diante de mim. Ilusão, tristeza e decepção. Tudo que acreditava estava acabado para mim.

O choro, incontido, dominava minha mente e as lágrimas, incontroláveis, rolaram de meus olhos.

Quero morrer! Foi meu grito naquele momento.

Um silêncio. As batidas do meu coração era a única coisa que podia ouvir.
De forma nenhuma! Uma voz ecoou dentro de mim. Você não pode desistir agora. Muitas pessoas acreditam em você e algumas têm em você a esperança de dias melhores. Continue sua caminhada. Saia dessa caverna.

Texto: Odair

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