segunda-feira, 15 de março de 2010

Não são as doutrinas que mudam...



Hoje meu amigo Gimerson fez um post no blog dele que me chamou a atenção. Pensei muito e acabei concluindo que preciso comentar um pouco sobre o assunto. Doutrinas. Sem querer atingir essa ou aquela denominação pretendo, apenas, fazer uma breve abordagem sobre o assunto no qual sempre tive muito interesse.
No post do referido colega ele questiona o porque de algumas proibição em uma determinada época e a mudança com o passar do tempo. De fato, ai está uma coisa que presenciei durante minha caminhada. Morria de raiva quando meu pai me proibia de assistir televisão quando era pequeno. Eu gostava tanto da "maldita" telinha que passava horas e horas pendurado na janela da casa de nossos vizinhos para ver as imagens que saltitavam diante dos olhos.
Meu pai havia convertido e seguia fielmente as doutrinas da igreja que, naquela época e lugar, sofria de um tal "não pode isso, não pode aquilo". Vendo hoje, e com as leituras de História Medieval, é fácil detectar que o pessoal vivia em pleno século XIII.
Um dos fatos que lamento até hoje foi um dia em que voltava do rio onde tinha ido tomar um banho e no caminho resolvi cortar caminho. Para isso tive que passar no meio do campinho. Infelizmente um "irmão" daqueles bem radical mesmo me viu saindo do campo. Bastou isso para que eu pudesse ter que enfrentar a "inquisição". Engraçado. Era pecado jogar bola, mas não fazer fofoca.
Pois é, mas voltando as doutrinas. Os homens ficam presos a rituais e dogmas que fazem mais mal a saúde espiritual do que seguir, de fato, os ensinamentos bíblicos.
No entanto, no meu entendimento, não são as doutrinas que mudam e sim os homens que elaboram essas doutrinas. E isso eu estou deixando bem claro, as doutrinas de homens. Eles estabelecem que isso não pode e aquilo é prejudicial. Mas, com o passar dos tempos as idéias se transformam e mudam. Mas, e as pessoas que foram condenadas por desobedecerem as "infames" doutrinas? Exemplifico: durante algum tempo era proibido ouvir rádio, depois assistir TV e, por fim, acessar a internet. Pior ainda, não usar sabonete porque o dito cujo era o "perfume do diabo".
Outra vez, incrível isso, eu estava sentado em um banco perto de um açougue na pequena cidade onde morava e ao lado do açougue eles tinham aberto um cinema. Então tinha um cartaz enorme pregado na parede e, talvez por ingenuidade, sei lá, eu nem tinha notado isso. Só sei que quando cheguei na igreja fui interrogado porque tinham me "visto" no cinema.
Então, meu amigo, hoje é fácil ver diferentes "irmãos" indo ao cinema, todos (ou pelo menos a grande maioria) tem TV em casa e aqueles que podem tem acesso a internet. E tudo é normal. Quem mudou? As doutrinas ou os homens?
O que sei é que hoje a TV já não tem tanta importância assim para mim. Creio que o que me fascinava era a proibição.
Só para reflexão, lembro-me de um sermão que comparava as pinturas nas cavernas vistas por Ezequiel as imagens de TV dos dias atuais. Entende-se literalmente ou simbolicamente? Eis que são as perguntas que movem o mundo e não as respostas.
Um abraço a todos!

Link do blog do meu amigo http://digoeunaoosenhor.blogspot.com

Texto: Odair

Um comentário:

GIMERSON FERREIRA disse...

A história do campinho de futbol eu conhecia, já a do cartaz do cinema não me lembro...Você não se tornou um jogador de futbol, mas é um exímio cinéfilo...rs
Tens razão, não são as doutrinas que mudam... as doutrinas fixadas por um soberano não mudam a menos se assim ele quizer... mas doutrinas de homens mudam... as invenções por eles impetradas são como ondas do mar...
Senti um pouco de nostalgia em vossa escrita!... velhas recordações do passado, não?....rs